Um Novo Olhar
Atualizado dia 11/23/2016 2:59:26 PM em Corpo e Mentepor Sônia Imenes
Uma pergunta um tanto quanto paradoxal, mas necessária, se quisermos permanecer na busca do autoconhecimento com a certeza de que não estamos nos iludindo mais uma vez...
Podemos estar sedentos e famintos e nos precipitarmos com tal veemência sobre os alimentos que julgamos poder suprir esta carência da alma, que acabamos nos esquecendo de que, quem tem o poder de digerir tantas informações é a própria sabedoria adormecida em cada um de nós. Não houvesse esta sabedoria interior, de nada adiantaria colocarmos para dentro o que colhemos no mundo exterior.
O verdadeiro mestre já está em cada um de nós. Precisamos reconhecer isto para sabermos olhar com novos olhos a nossa própria forma de atuação no mundo. E muitas vezes o que nos falta é coragem! Porque o mestre reside muito além do habitat da nossa persona e o caminho até ele exige muita disponibilidade interna que o ego não gosta de ceder. Entre os estados de nossa consciência normal de vigília -a consciência do ego, que abriga a nossa personalidade e que usamos nos nossos afazeres e preocupações diárias -e a consciência superior- a do self, onde habita o nosso mestre interior - há um amplo espectro de elementos ainda envoltos pela nebulosidade do inconsciente, que precisamos aprender a iluminar.
Nesta camada inconsciente, abrigamos elementos que trazemos de experiências muitas vezes remotas e sofridas e das quais o ego se defende tentando evitá-las. Mas não é evitando a dor que nos libertamos de seus males e, sim, olhando para as suas origens. E enquanto não reconhecemos a sua existência deixamos que estes conteúdos psíquicos inconscientes interfiram em nossas ações, provocando ainda novos sofrimentos. Todo mal que nos acontece tem algum fundamento subjacente em nossas ações ou no modo como pensamos e nos colocamos diante das coisas.
Confiando na sabedoria do mestre, ganhamos coragem para olhar nossas próprias fraquezas e com ele aprendemos a iluminar os recantos ainda obscuros da nossa própria psiquê. É preciso despertar um olhar isento das limitações do ego, saber reconhecer quando nossas motivações egoicas contaminam as nossas buscas e querer vencer com força de vontade as nossas próprias armadilhas.
Quanto somos capazes de observar com isenção as motivações que nos levam a cada gesto, pensamento, palavras ou ações? Se não alcançarmos com uma clara firmeza de propósito este novo olhar, o que seremos capazes de fazer com tantas fontes e informações colhidas fora de nós?
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