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A arte de viver é tão importante quanto a arte de morrer, e os animais sabem disso!

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Autor Íris Regina Fernandes Poffo

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 7/29/2022 11:41:06 PM


“Vivemos em uma cultura que nos priva do contato direto e pessoal com o fenômeno morte, tornando-a quase uma ficção. Vivemos uma ilusão inconsciente de que isso talvez nunca nos aconteça, porque a realidade da morte não foi integrada em nossa natureza consciente. Nossa visão e abordagem da vida, nossa existência, é unilateral e incompleta". Não estamos verdadeiramente preparados para viver em plenitude, porque não fomos preparados para este momento. Se temos medo de morrer, também temos medo de viver, de viver plenamente”! Zulma Reyo, no Livro Alquimia Interior (1989)

A grande maioria das pessoas que conhecemos não gosta de ouvir falar, muito menos de conversar sobre a morte. Por que será?
Nos trabalhos assistenciais que realizamos, acompanhando pessoas idosas, pacientes terminais e seus entes queridos, e também nos diálogos com espíritos desencarnados desorientados, observamos que há o temor de ficar sozinho, a perda do seu porto seguro, o abandono, a solidão. É arriscado enfrentar o desconhecido, a incerteza do seu destino (céu ou inferno). Insegurança. Apegos.

Pode ser o receio de perder “tudo o que construiu e conquistou”, como bens materiais, cargos profissionais, títulos acadêmicos, joias e roupas, fortuna, empregados etc.. Pode ser a crença de que somos uma pessoa importante, e que ninguém viverá sem nós. Quanto será que o orgulho, o egoísmo, a teimosia, a vaidade e o materialismo influenciam a quem parte e a quem fica? Talvez, não tenhamos coragem de descobrir que vivemos uma ilusão? 

Por estas e outras, é que os animais não humanos, com quem convivemos perto do coração, superam os humanos, seus tutores. Eles não têm apegos egocêntricos, nem crenças limitantes, por isso se libertam com mais facilidade do corpo físico, quando estão doentes e/ou velhinhos. E, rapidamente, se recuperam da passagem para a vida espiritual. 
 
Há seres humanos que desencarnaram há mais de 500 anos, e continuam no plano espiritual, amargurando ódio, oprimindo-se por culpas, deprimidos por terem atentado contra a própria vida. Todos têm em comum o apego à vida material, a baixa autoestima, o orgulho ferido, e a resistência em aceitar ajuda. Ausência de amor a eles mesmos. Os cães, gatos, cavalos, aves, entre outros, vivenciam o amor incondicional, encarnados ou desencarnados. Quando aprenderemos esta lição?

Você conhece o Livro Tibetano dos Mortos? Ele foi transcrito pela primeira vez no séc. VIII d.C., quando o budismo foi levado para o Tibete (Evans-Wentz, 1960). O título original é Bardo Thödol que significa “a libertação do pós-morte pela audição”, ou “o estado (período) de transição entre a morte e o renascimento”. Objetiva restaurar a divindade (ou a ligação com o divino), que a pessoa perdeu ao nascer, e/ou foi perdendo ao longo da sua existência corpórea.

De acordo com os ensinamentos contidos neste livro, como a maioria das pessoas não partiu desta vida completamente pura ou iluminada, elas passarão por momentos de provações e confrontações existenciais, nos primeiros sete dias, e ao longo de quarenta e nove dias, tal como ocorrerá com seus familiares. Para minimizar esta dor, precisam receber esclarecimentos e orientações.

A leitura do Livro Tibetano dos Mortos era feita por um sacerdote, mestre, irmão de fé ou alguém de confiança da pessoa falecida. Não podia ser feita por parentes chorosos. Os familiares e amigos deveriam ficar em oração em outro recinto, enquanto a cerimônia de preparação do moribundo ou recém-falecido estivesse sendo realizada.

O Bardo Thödol é dividido em três partes ou estados: I Chikhai Bardo – transição do momento da morte, II Chönyid Bardo – transição da vivência da realidade; e III Sidpai Bardo – transição da busca pelo renascimento.

A leitura das estrofes da primeira parte, juntamente com as preces, objetiva ajudar a pessoa a partir conscientemente sem medo. Na segunda, ajuda a pessoa a ter consciência que realmente faleceu, recebendo instruções para aceitar o que aconteceu, e deixar-se ajudar pelos mensageiros da luz. Recebe orientações de alerta para firmar-se nas lembranças das suas boas ações, ou “bom carma”, orar pedindo ajuda, e seguir na luz azul brilhante. Assim como, para não focar sua atenção no seu “mau carma”, devendo vigiar seus pensamentos, de modo a não ser atraído para as emboscadas dos seus adversários (encarnados e desencarnados).

Zulma Reyo, no livro Alquimia Interior (1989 – p. 318 e 319), comenta que a consciência se confronta com a realidade da projeção dos seus pensamentos, emoções e formas-pensamento na hora da passagem. Se o indivíduo não tiver feito o dever de casa durante a vida, reconhecendo e transmutando seus vícios e defeitos, projetará distorções, obstáculos, medos e imagens de horrores, proporcionais à maneira que estiver se culpando. Mas, por outro lado, se ele aprendeu a desenvolver as virtudes, se esforçou para praticar as lições dos grandes mestres, deverá se sentir bem.

Entre o primeiro e o segundo período do Bardo, o falecido passa pela provação das “cinco sabedorias”. Os mestres iluminados o avaliam para descobrir se nessa última encarnação, alguma parte de sua natureza divina se desenvolveu com base nos ensinamentos tibetanos e budistas. De maneira simplificada, estes testes avaliavam seu apego aos bens materiais, suas virtudes (sabedoria, perseverança no bem, bondade etc.), e seus defeitos (cólera, egoísmo, luxúria, paixão, inveja, ciúme etc.).

Assim, a qualquer momento entre uma fase e outra, o falecido poderia passar para um estado de consciência, chamado Dharmakaya – “divino corpo da verdade”. Para tanto, deveria abrir mão à supremacia do ego, isto é, afastar-se de toda forma e de todo tipo de apego aos bens materiais e terrenos, e ao ego (orgulho, egoísmo e vaidade). Então, poderá passar pelos caminhos da luz da sabedoria, elevar-se para adquirir um corpo brilhante, e assim, chegaria ao Nirvana.

A maioria das pessoas sabe que tem defeitos, e pouco se esforça para viver uma transformação interior. Parece que evitam se conectar intimamente com a fonte eterna de amor e luz! Deixe sua luz brilhar! Era isso que ensinavam e exemplificavam os grandes mestres que vieram à Terra, os homens e mulheres santos.

Virtudes como humildade, o perdão, a compreensão, o amor incondicional, o respeito e bons cuidados com o corpo físico, com seus semelhantes e com as outras espécies, não são ladainhas de religião X, Y ou Z. São as portas estreitas que nos levam a ficar de bem com a vida, aqui e agora. E, do outro lado, por trás destas portas, estão pessoas desencarnadas, livres, leves, fazendo o bem. 

No terceiro estado, a pessoa deverá ter consciência que renascerá em um novo corpo físico, devendo viver em conformidade com aquilo que precisará resgatar (erros passados), e aperfeiçoar suas qualidades em termos pessoais, familiares, profissionais, culturais, etc. Os animais também reencarnam, para desenvolver ainda mais, as suas virtudes, e nos ensinar a amar.

São Paulo, 27 de novembro de 2021

Texto Revisado

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Íris Regina Fernandes Poffo   
Bióloga, espiritualista, terapeuta holística e escritora.
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