A Dança da Vida - Parte 1
Atualizado dia 9/12/2016 5:27:41 PM em Espiritualidadepor Sônia Imenes
Através da dança espontânea se propõe uma forma, um caminho para a pessoa lidar com seu próprio corpo, com seu próprio ritmo, com suas emoções e expressividade. Diversas técnicas se integram para propiciar o desenvolvimento da autopercepção, da consciência corporal e da sua manifestação expressiva, num processo de envolvimento da pessoa consigo mesma, com o outro e com o que a cerca, através da dança.
Partimos da linguagem corporal subjetiva que pode tornar-se objetiva, consciente, à medida que a pessoa vai se aprofundando neste processo, buscando o que ela tem dentro de si. Partimos de uma concepção integrada do homem, na qual corpo, mente, sentimentos, gestos e posturas constituem diferentes aspectos interdependentes de uma mesma individualidade.
Somente a partir dessa noção, a do homem como um ser integral dentro de uma concepção holística da realidade, da interdependência entre todos os fenômenos, é que podemos compreender a importância dessas “novas” propostas que levam ao caminho do autoconhecimento e trazem grande contribuição para o campo da terapêutica humana.
O significado dessa busca, dessa crescente difusão de “novas” técnicas de abordagem dos problemas de saúde, de desequilíbrios psico-fisiológicos, desajustes emocionais, stress, etc., todas elas valorizando o trabalho com o corpo, é muito maior do que pode parecer à primeira vista. Principalmente porque logo vem o temor pelo “embuste”, pelo “charlatanismo”, em consequência da vulgarização a que estão sujeitas quando são tratadas superficialmente.
O espelho da crise
Podemos dizer que essa busca é o espelho de uma crise. Uma crise muito geral que envolve todos os aspectos da vida. Hoje, ninguém, nenhum ser humano consegue passar ileso por ela.Convivemos mais ou menos ajustadamente com o enorme potencial de autodestruição coletiva (arsenal bélico e armas nucleares); com um acentuado processo de desintegração social (crimes, violência, suicídios, alcoolismo, drogas); com instabilidades econômicas e políticas; com a vida e a saúde sempre ameaçadas pelas condições ambientais (poluição atmosférica, da água, dos alimentos; péssimas condições de moradia, de saneamento básico); com a disseminação de diversas doenças (no terceiro mundo, em sua maioria de natureza nutricionais e infecciosas; no primeiro mundo, doenças crônicas e degenerativas) e uma dosagem crescente de pessoas neuróticas, depressivas, esquizofrênicas etc..
Os avanços tecnológicos e científicos aliados à predominância dos meios de comunicação uniformizaram, ou melhor, padronizaram um certo modo de pensar e se conduzir e todos nós vivemos mergulhados, conscientemente ou não, neste mundo global.
Convivemos com tudo isso e ainda nos consideramos “normais”. É preciso rever esse critério de normalidade. É certo que, individualmente, nos sentimos impotentes para mudar algo de tamanha amplitude. No entanto, é preciso estarmos conscientes de que não é possível ser conivente com a doença social e não adoecer com ela.
Conivência significa estar a par, conviver com os problemas e não interferir. Mas é possível, sim, interferir, ao menos no raio de influência ao nosso alcance, começando por nós mesmos. É necessário apelarmos para a nossa consciência. Tudo começa pela autoconsciência.
Para nos ajustarmos à vida social, ao padrão cultural dominante, tivemos que abandonar muito de nossos anseios pessoais. Desligamo-nos da vontade íntima. Desassociamo-nos de nós mesmos. São raras as pessoas que fazem ou trabalham com o que gostam, ou que podem expressar, naquilo que fazem, todo o seu potencial íntimo de realização.Sabemos que a não realização pessoal, a incapacidade de expressão, de criatividade, de produção, é uma grande fonte, senão a principal, de distúrbios psicológicos, emocionais, mentais. É importante se compreender como somos absorvidos pelos valores sociais e culturais dominantes. Certos valores já estão socialmente tão arraigados na nossa dinâmica de vida que nem percebemos como interferem no nosso cotidiano, nem sabemos mais de suas origens.
Leia também: A Dança da Vida - Parte 2
Se você quiser aprender esta técnica, informe-se sobre o Curso Livre de Massagem Thai: acessando aqui
Texto revisado
Avaliação: 4 | Votos: 5
*Massagem Thai: cursos e atendimentos; oficinas e workshops de sensibilização, consciência corporal e processos criativos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |