A evolução do espírito na problemática humana - 2

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Autor Dante Bolivar Rigon

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 17/04/2012 15:19:38


  Continuação A2 - Evolução do espírito na problemática humana

Naquela época o cristianismo era cultuado nos locais mais sórdidos e secretos, pois seus seguidores eram considerados inimigos mortais dos costumes romanos por pregarem os direitos humanos e a igualdade de todos perante Deus e a Lei, o que era inadmissível pela velha tradição. Ninguém em sã consciência admitiria a igualdade entre senhores e escravos, e temerosos de que a ideia se espalhasse de maneira incontrolável e motivasse uma rebelião generalizada, os donos do poder não mediram esforços para cortar o mal pela raiz. Espantados, viam que quanto mais cristãos matavam mais apareciam, como se uma epidemia de proporções inimagináveis tomasse conta do Império a solapar-lhe as raízes. Devido a essa dificuldade de ordem imensurável os cristãos eram obrigados a esconder as mensagens e os ensinamentos evangélicos com todo o cuidado, sendo essas preciosidades muitas vezes destruídas irremediavelmente quando os locais de reunião eram encontrados e arrasados.

- Quando acontecia isso, muitas comunidades ficavam sem os preciosos documentos por tempo dilatado até que outros peregrinos abordassem essas paragens com novas cópias. Devido a esse estado de coisas, os evangelhos não poderiam ser distorcidos, pois sem os originais os adeptos não poderiam confeccionar outros exemplares usando apenas a memória daquilo que haviam ouvido pelos mensageiros peregrinos? E de mão em mão, esses documentos não poderiam através dos tempos passar por verdadeiros sendo usados hoje pelas chamadas religiões cristãs?

- Seria uma hipótese não descartável, mas levando em conta as mensagens evangélicas recebidas do plano espiritual, as muitas alterações nos evangelhos foram propositais e posteriores. Com o enfraquecimento da Igreja Cristã e posteriormente o surgimento da Católica Apostólica Romana, houve necessidade de algumas modificações nos ensinamentos básicos do Mestre Jesus a fim de adaptar o Evangelho a essa nova premissa. Essas modificações também surgiram, embora com diferente intensidade na formação das diversas igrejas e seitas desmembradas do catolicismo e posteriormente do luteranismo.

- No Espiritismo há uma certa confusão entre o Evangelho Segundo o Espiritismo codificado por Kardec, e os quatro evangelhos de Roustang. O que há de tanta discordância entre ambos que chegou a dividir as opiniões no mundo inteiro?

- A diferença não está nos ensinamentos do Mestre. A confusão é justamente quanto à pessoa Dele. Kardec prega ser Jesus um homem comum, nascido de uma mulher comum casada com um homem também comum. O que O diferenciou da humanidade comum da época foi sua grandeza espiritual, superior a dos filhos da terra. Roustang já quis dar-lhe outra conotação: ele afirma que Jesus na verdade nunca existiu como homem, sendo apenas a projeção materializada de seu espírito, e que sua crucificação foi aparente, pois sendo apenas um "agênere" não sentiu as dores do martírio. Sua dor seria de ordem moral (?) talvez muito mais atroz que a material. E baseado nessa afirmação, os espíritas relegaram ao abandono tão importante acervo sobre a vida e obra de Jesus. 

- E você, caro amigo, a qual das duas hipóteses pende? - retornou Irma com um sorriso travesso.

Também com um sorriso, Jonas totalmente descontraído respondeu:

- O Mestre Jesus foi o arauto das verdades maiores, verdades essas hoje em parte já confirmadas pela própria ciência e ética contemporâneas. Entre todas as suas virtudes, o moral, a justiça e a verdade eram as mais destacadas. A exemplificação de suas afirmações não deixava dúvidas de suas intenções sublimadas. Você acha que um homem com princípios tão nobres e irrepreensíveis iria viver uma mentira? Como Ele mesmo declarou que toda a verdade um dia será conhecida por todos, seria ilógico plantar uma inverdade se certamente mais tarde seria descoberta. Que valor teria o seu e o sacrifício de seus seguidores? Realmente creio que Roustang foi um tanto leviano quando inseriu esse pensamento na obra que seria de magistral importância na divulgação do cristianismo nessa nova fase que adentramos. Às vezes creio que esse senão foi colocado propositadamente para que houvesse debate a fim de fazer que os evangelhos redivivos fossem pesquisados e trazidos à luz. Na época em que o Espiritismo foi codificado, Inglaterra e França digladiavam-se em todos os segmentos da ciência, da filosofia e das artes, e a diferença de pensamento entre dois expoentes das duas nações certamente traria o assunto à tona não só pelos adeptos do Espiritismo que iniciava, mas por toda a coletividade cultural dos dois países, pois diferente do cristianismo nascente que partiu da plebe, o Espiritismo partiu das classes mais cultas e letradas. Como dizem nossos amigos espirituais, nada acontece ao acaso neste mundo de Deus!

A manhã caminhava célere, e já estávamos próximo do meio dia. Jonas lembrou-se de compromisso com seu sitiante e solicitou um tempo para resolver o assunto. Aproveitamos o momento que nos restava para o almoço a passear pelos belos jardins da propriedade e distanciar-nos até o lago, que sereno e majestoso intuía um chamamento de paz e tranquilidade em que nos colocamos prazerosamente.

À tarde, após a refeição seguida de um rápido descanso nos reunimos novamente, agora na varanda leste, continuando nossa preparação para o início da proposição solicitada. Repassarmos os ensinamentos transmitidos nas casas mediúnicas que frequentávamos a fim de angariarmos subsídios para essa nova missão. Muito tínhamos que aprender, pois a proposta era analisarmos como estava sendo praticadas as Leis da Vida para esse novo patamar propostas há dois milênios, e para isso seria necessário estarmos completamente inteirados dos mais sutis e complicados caminhos em trânsito pela humanidade atual, não só os religiosos, mas também os políticos, sociais, culturais e científicas hoje em evidencia. Quando Jesus palmilhou as estradas, o conhecimento e as necessidades humanas eram bem distintas e menos complexas das hoje vividas, e Ele necessitou falar não só para o momento mas também para as épocas futuras, a fim de ser compreendido quando os espíritos atingissem os diversos estágios evolutivos dentro da programação estabelecida.

                                                                                                                           continua

 


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