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A EXPULSÃO DO PARAÍSO

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Autor Paulo Tavares de Souza

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 6/16/2014 11:32:21 AM


 

 
 

 




 

Alguém já parou para pensar o que haveria de tão pecaminoso em comer uma maçã? Será que teríamos que viver sob o estigma da desgraça justamente por nossa companheira ter compartilhado uma singela fruta conosco? Será que conseguiremos um dia entender o significado oculto desse mito?

Algumas escolas espiritualistas fazem uma interessante interpretação desta passagem das escrituras: retratam os Jardins do Éden como um mundo mais avançado, algum planeta em nível evolutivo mais adiantado que o nosso, onde os personagens expulsos - representados por Adão e Eva - não poderiam continuar vivendo naquele ambiente, justamente, por não apresentarem condições evolutivas adequadas àquela realidade, desta forma seriam uma espécie de estorvo aos propósitos de avanço daquele globo e, por esse motivo, acabaram sendo expulsos. Com isso, consequentemente, foram  atraídos para esse planeta primitivo,  justamente porque aqui encontrariam um ambiente mais rústico e agressivo, um orbe que seria capaz de oferecer-lhes meios de avançarem no desenvolvimento de virtudes que lhes possibilitariam um retorno futuro ao antigo lar. Seria uma clara oportunidade que o Universo estaria oferecendo para que estes seres se renovassem e melhorassem o status espiritual. 

Através da dor e do suor, encontrariam nessas paragens um exílio para suas almas recalcitrantes.
Interpretações diversas explicam que não seria apenas uma casal, mas toda uma raça degredada que se espalhou por todos os continentes, batizada como raça adâmica. 

Essa teoria elucidaria também o elo perdido entre os primatas e as primeiras linhagens dos homens, pois esses novos moradores, possuidores de uma contextura espiritual diferenciada, precisariam de um perispírito que se ajustasse a eles, desta forma, houve mudanças impactantes e bruscas no campo fisiológico, justamente em função desse novo modelo organizador biológico.

Outro fator interessante é que através da presença destas novas inteligências no planeta ao longo da história, muitas obras maravilhosas foram realizadas. Isto está evidenciado nas mais diversas civilizações e essa teoria segue, da mesma forma, atribuindo a estes novos moradores a responsabilidade destas maravilhas do mundo antigo. 

Essa teoria explica que se estes degredados não possuíam condições morais para permanecer entre os seus iguais pelas condições morais, poderiam fazer uso dos conhecimentos intelectuais e científicos incomuns a realidade da época para promoverem um progresso científico naquela que seria a sua nova residência, justamente para transformar o ambiente em algo melhor e menos angustiante para os seus dias de exílio. 
Como exemplo temos as pirâmides do Egito, os Moais da Ilha de Páscoa, os círculos de pedra da Inglaterra (Stonehenge), os geoglifos em Nazca, e tantas outras maravilhas indecifráveis que até hoje permanecem envoltas em mistério e revelam a existência de inteligências muito avançadas.

Essa versão do paraíso perdido também poderia explicar frases bíblicas ditas por Deus aos filhos expulsos, primeiro a Eva :

“E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3:16)

Parto com dor, talvez fosse uma condição que não existisse no paraíso perdido a que pertenciam, assim como as condições difíceis de sobrevivência que Deus, naquele momento, imporia à Adão:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3:19)

Esses espíritos encontraram aqui, entre outras coisas, um ambiente propício para o reajuste. Sendo um planeta atrasado, de condições instáveis e primitivas, teriam todas as condições de se realinharem com os propósitos da existência e com seu antigo orbe. 

Viveriam entre antropóides que serviriam de tronco para que eles pudessem ingressar em em uma nova realidade. Embora violenta, essa nova raça traria conhecimentos e tecnologias que iriam promover o progresso e imprimir alterações substanciais em nossa esfera.

A presença desses novos moradores proporcionou mudanças repentinas na postura da humanidade e isso fica claro, por exemplo, quando pesquisamos o comportamento de antigas civilizações. Estudos apontam que houve alterações bruscas no relação humana, uma prova disso foi a troca do modelo matriarcal para o patriarcal. A deusa Mãe-Terra da cultura européia do Paleolítico, a Vênus de Willendorf, A Deusa das Serpentes cretense, A Deusa Ishtar na Suméria, os Drávidas com o seu meio de vida tântrico e tantas outras descobertas arqueológicas, revelam a existência de sociedades matriarcais, onde o poder era exercido pela mulher e especialmente pelas mães de uma comunidade, onde as adorações eram feitas às figuras femininas. De forma avassaladora, as hostes guerreiras conquistadoras, revelando uma nova postura, se espalharam pelo mundo expressando um comportamento absolutamente inverso ao modelo pacífico e afetivo vigente. Foi uma época de muita brutalidade em que os homens se lançaram no mundo orientados por uma natureza violenta, destruidora, como se não fossem terráqueos, apresentando-se como o tronco de uma nova raça, possuidora de uma inclinação beligerante e conquistadora. Talvez tenho sido esso o início do Kali Yuga do hinduísmo. Esta nova linhagem humana seria responsável pela mudança da Idade de Ouro para a Idade de Ferro. Acontecimentos marcados por povos bárbaros que lançaram-se nas estepes do planeta empunhando espadas e lanças na conquista de territórios para aumentarem o poder sobres os mais fracos, acreditavam que encontrariam o paraíso perdido aqui na terra. 

Foi uma mudança pendular, saímos da condição pacífica, onde éramos nutridos e protegidos pelo conforto de nossas mátrias, para militarmos em batalhas sangrentas e devastadoras, atrás de objetivos injustificáveis. Nesse processo, o papel da mulher sofreu uma profunda modificação. Aquela que era reverenciada como deusa e líder de suas tribos, passou a receber um tratamento inferior àquele dado aos animais.

Essa teoria do paraíso perdido, também explicaria que estamos, nos dias atuais, passando por um processo similar de transição e desta vez seremos nós que expulsaremos aqueles que não se ajustam ao progresso alcançado em nosso orbe; estaríamos vivendo a realização do “juízo final” bíblico, a separação do joio e do trigo, a definição de quem ficará a direita ou a esquerda do pai, enfim, uma mudança profunda nos propósitos do próprio globo.

Contudo, apesar de toda coerência encontrada nessa teoria, há correntes espiritualistas com tendências universalistas que fazem uma interpretação diferente deste mito. 

Esses movimentos atuais que estudam o ser humano de forma independente, crescem nos dias de hoje sob a égide da liberdade de pensamento e desprendimento total dos postulados limitantes das antigas tradições religiosas. Para alguns, o paraíso perdido representaria uma nova realidade consciencial, na verdade, estaria se referindo ao estágio onde o ser humano alcança uma maior consciência de si e desenvolve a razão, desta forma, o pensamento dual dá lugar ao desenvolvimento do ego e, nesse momento, são expulsos da realidade monista, se dissociam do Todo e desenvolvem a individualidade. Para darem fundamento a esse tese, se apoiam no diálogo da serpente com a Eva:

“Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gen 3:4-6)

A vergonha da nudez seria o primeiro indício dessa consciência egoística, pois surge como resultado do discernimento entre o que é certo e errado, o conhecimento das normas e padrões de comportamento, enfim, a capacidade de julgar e tomar decisão que se desenvolveu em nossa espécie e nos fez indivíduos, capazes de escolher e tomar decisões, por isso, a serpente nos disse que seríamos como Deus e conheceríamos o bem e o mal.

Enquanto vivíamos sem a influência do ego vivíamos integrados à natureza, como animais, como se estivéssemos, realmente existindo inseridos no Todo. Vejam que os animais não se envergonham da nudez, não precisam de roupas, não escolhem lugares reservados para suas práticas sexuais, não conhecem o bem e o mal, vivem apenas de acordo com a própria natureza, orientados por instintos e cumprem, cada um, o seu papel no Universo. Outro exemplo é o da criança, vejam que em um primeiro momento ela percebe que existe, mas não consegue se diferenciar do todo que a rodeia; talvez por isso Jesus tenha citado as crianças como modelo, quem sabe estivesse nos alertando para domínio que teríamos que ter sobre nosso ego, fazendo com que ele perca potência, ou, talvez quem sabe, não estaria nos mostrando o objetivo da existência humana que é voltar ao Paraíso da união com Deus superando nossa predisposição em emitir constantes julgamentos.


O evento da maçã, portanto, marca o desligamento de uma consciência de grupo e surgimento de uma realidade dual. Deixamos de pertencer ao Criador que, neste caso, está representado pelo Todo com o qual nos harmonizávamos e, a partir disso, passamos a nos orientar pela própria consciência. Fomos expulsos daquela ambiente harmonioso e passamos a viver em nosso próprio mundo, fora do Paraíso.

A busca por uma religação (religião) com o Pai apresenta-se de forma instintiva em toda criação. Inúmeras seitas, rituais, cerimônias, buscam atender aos anseios reintegrativos inconscientes de seus fiéis e fazem isso com o propósito de ajudar a nos alinharmos com o criador. É claro que isso não se dará sem que uma série de adequações na estrutura ontológica da criatura humana possa ocorrer, sem a conquista das virtudes indispensáveis para essa sintonia.


Para isso, o desenvolvimento dessas potencialidades exigirá de cada “Filho de Deus” um mergulho sucessivo no mundo material, onde, através de um trânsito encarnatório contínuo, o homem possa se depurar e, assim, encontrar meios de superar os medos, culpas, remorsos e inúmeros resíduos emocionais que contaminam a sua alma. O objetivo é alcançar a luz através do desenvolvimento, tendo em vista que as nossas mazelas psíquicas, sobrevivem em função da nossa ignorância.

Jung explica que o objetivo de existência é a individuação, ou seja, preconiza que o homem está inserido em um processo de expansão que passa pela assimilação dos conteúdo do inconsciente pessoal através do enfrentamento da própria sombra e, da mesma forma, irá desbravar o inconsciente coletivo, alcançando um compreensão cada vez mais profunda do Universo. Através das luzes do auto conhecimento e de uma compreensão mais ampla da dinâmica que envolve a sua condição, poderá, um dia, livrar-se das ilusões do ego e retornar ao paraíso, como o filho pródigo da parábola de Jesus.


 

 

 


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavares de Souza   
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