A Força de um Sorriso
Atualizado dia 3/27/2014 3:07:57 PM em Espiritualidadepor Maria Cristina Tanajura
Quando cheguei na clínica, esperei um pouco e fui chamada por um enfermeiro de meia idade, alto, com um sorriso enorme no rosto! O que senti naquele instante e todo o tempo em que ele me atendeu é o que quero lhe explicar agora. Para mim, foi como se uma força corajosa me preenchesse o ser e eu consegui então mudar minha atitude. Pode parecer pueril ou mesmo exagerado o que estou a falar, mas acredite que pra mim não foi. Sabe quando uma réstia de luz ilumina um local escuro? Ou como quando sentimos uma brisa gostosa num dia de calor intenso? Foi assim que aquele sorriso me tocou...
Tantas pessoas competentes estavam por ali trabalhando, indo de lá pra cá, mas todas, sem exceção, com o rosto sério, contraído sem prestar atenção aos sentimentos dos clientes que estavam chegando com muitas interrogações e preocupações.
Só aquele enfermeiro era diferente e eu tive a sorte de ser atendida por ele! No fim de tudo – que correu muito tranquilamente – eu lhe agradeci bastante pelo carinho daquele rosto iluminado! Nem sei se me entendeu completamente.
Já assisti, num centro espírita, à chegada de uma irmã desencarnada que pedira pra se comunicar, a fim de agradecer o sorriso que um irmão lhe endereçara, um dia, quando estava por aqui ainda e estivera numa de nossas reuniões. Isso havia se passado há muito tempo, mas para aquele ser, era ainda presente e jamais havia sido esquecido.
Como pode ser sutil a vida! Muita coisa importante acontece de forma singela, sem que ninguém note. E são coisas duradoras. Sei que não vou jamais esquecer a fisionomia de meu amigo enfermeiro, pois estará comigo onde eu for. Deixou-me uma lição muito importante: como faz diferença a forma com que nos dirigimos às pessoas, a maneira como encaramos a vida todos os dias.
Por que a tristeza constante? Por que a falta de solidariedade, de entusiasmo, de alegria, de abertura para o novo que está acontecendo a cada fração de segundo?
Por que enfiamos uma máscara fria e dura no rosto e deixamos que ela seja o nosso cartão de visitas? Com esta abordagem esperamos receber o que, em retorno?
Estamos todos tão carentes de aconchego, de aceitação, de toque, de um olhar solidário! Como iremos encontrar tudo isto nas pessoas, se não dermos nada a elas enquanto vivemos neste planeta atualmente tão soturno, tão complicado, tão vazio de sentido e de humanidade?
Dando é que se recebe! Esta é uma lei cósmica, que vigora em todo o Universo e independente de onde se esteja vivendo. Logo, precisamos aprender a dar. Dar de si mesmo. Num olhar atencioso, solidário, num sorriso caloroso. Somos todos parte de uma grande família e estamos todos no mesmo barco planetário. O que acontece agora com os que morreram no avião e suas famílias e amigos, na Malásia, é claro que nos afeta também, pois sabemos o que é a dor de uma perda repentina, de uma partida súbita e quando durante tantos dias houve a dúvida atroz do que realmente havia acontecido. Sei como é a dor do meu irmão, porque a conheço. Somos humanos.
Podemos sorrir mais! Iluminando a vida dos que cruzarem os nossos caminhos. Certamente essas pessoas também passarão a sorrir, em resposta e assim estaremos suavizando um pouco as dificuldades desta vida.
Em troca, sorrindo, seremos também mais felizes, pois o sorriso faz a gente bem mais bonito, alegra a alma e alimenta a esperança!
Que Jesus proteja e abençoe o meu amigo enfermeiro na sua labuta diária, nada fácil, de tentar tornar mais suaves, momentos de preocupação de tantos. Ele já deve ter esquecido de mim, mas eu juro que jamais o esquecerei!
Texto revisado
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |