A História Secreta da Independência

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Autor Amigos da Teosofia

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 05/09/2012 23:43:39


A História Secreta da Independência


Um Processo Que Tem Lições Úteis Para o Século 21  



Carlos Cardoso Aveline

"Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!"

Esta proclamação - feita por Dom Pedro às margens do Ipiranga,   às 16h30 de 7 de setembro de 1822, em meio às espadas erguidas dos militares que o acompanhavam - parece lembrar claramente um juramento maçônico. Na verdade, o que comemoramos a cada 7 de setembro não é exatamente a independência do País, mas o compromisso solene do príncipe Pedro com nosso povo. A independência política -  destituída da idéia de completa separação de Portugal - havia sido anunciada oficialmente um mês antes, em agosto.

A independência brasileira foi resultado direto da ação do movimento maçônico. As organizações autônomas baseadas na tradição da maçonaria são fraternidades secretas ou semi-secretas que realizam reuniões ritualísticas. Elas buscam o aperfeiçoamento do ser humano através da vivência da fraternidade universal, da liberdade de consciência e da ruptura dos dogmas religiosos. Mas, como todo movimento baseado na liberdade de pensamento, as organizações maçônicas divergiam bastante umas das outras e deixavam à mostra as incoerências humanas, vaidades pessoais e lutas de poder dos seus integrantes, entre os quais estavam alguns do principais líderes das campanhas pela independência dos países latino-americanos e dos Estados Unidos, e dirigentes de revoluções liberais da Europa desde o século 18.

Para que se compreenda o processo da independência política do Brasil, é preciso ter claro - como destaca o historiador Caio Prado Júnior - que as monarquias de Portugal e Espanha estavam decadentes desde o século 17.

No século 18, a Espanha foi buscar apoio na França, enquanto Portugal se amparava na Inglaterra. A disputa entre Portugal e Espanha - grandes potências coloniais com economias pré-industriais e atrasadas - era, na verdade, um reflexo da briga entre Inglaterra e França, as grandes potências mundiais da época.

A maçonaria, com sua diversidade natural, também expressava essas contradições políticas, econômicas e estratégicas. Na Inglaterra, os maçons defendiam a monarquia constitucional e serviam como uma ponta de lança da influência britânica sobre o mundo. Essa idéia de monarquia acabou dominando os primeiros tempos da independência brasileira. Mas na França, como nos Estados Unidos (que fizeram sua independência a partir de 1776), os maçons defendiam o regime republicano, e divulgaram essa idéia por todo o mundo desde a revolução começada em 1789 com a tomada da Bastilha. O ideário republicano dessas correntes maçônicas teve conseqüências decisivas para os países da América espanhola.

Um  dos motivos pelos quais a  ação dos maçons da Inglaterra era mais moderada no começo do século 19  surgia do fato de que lá não havia sido necessária, no século 18, a violência da Revolução Francesa. Desde os tempos de Francis Bacon, a influência rosacruz e maçônica  era bem maior e mais forte na Inglaterra,   tornando a aceitação das idéias liberais algo natural. Já na França, as elites se haviam negado a aceitar qualquer modernização, apesar dos esforços de grandes maçons, e de sábios notáveis como Alessandro Cagliostro e o conde de Saint-Germain na segunda metade do século 18.  A influência dogmática do Vaticano, muito forte na França, era pequena na Inglaterra. A irresponsabilidade cega das elites levou ao banho de sangue da Revolução Francesa.

Essa diferença entre as maçonarias francesa e inglesa explica, em grande parte, as lutas entre José Bonifácio, maçom moderado e monarquista constitucional, e a maior parte do movimento maçônico brasileiro, que era mais radical, principalmente no plano verbal,   e tinha forte tendência republicana.

Até alguns anos atrás, Bonifácio era considerado traidor da causa da independência brasileira em meios maçônicos.  A partir dos anos 1980, historiadores como José Castellani passam a fazer justiça ao "Patriarca da Independência". Por outro lado, a historia oficial tem ignorado o papel fundamental do líder maçônico Joaquim Gonçalves Ledo em nossa independência - porque Ledo, republicano e mais exaltado, era adversário de Bonifácio. Hoje, as informações disponíveis já permitem uma posição equilibrada, capaz de reconhecer tanto o valor de Gonçalves Ledo como o de José Bonifácio.

Não há dúvida de que os maçons republicanos foram influentes desde o começo do Brasil. Na Inconfidência Mineira, de inspiração claramente maçônica, Tiradentes e seus companheiros sonhavam com a República. A bandeira do movimento era um triângulo, símbolo maçônico, com a inscrição "Liberdade Ainda que Tardia". Os iniciadores do movimento haviam sido admitidos pela maçonaria francesa e estavam entusiasmados pela independência dos Estados Unidos. O movimento foi descoberto e seus integrantes passaram a ser  presos a partir de maio de 1789. Antes de morrer na forca e ter seu corpo esquartejado em 21 de abril de 1792, Tiradentes declarou:

"Se eu tivesse dez vidas, eu daria todas elas para que os meus companheiros não sofressem nada."

Na verdade, a Inconfidência Mineira não estava ligada diretamente à maçonaria, embora tenha sido  inspirada pelo ideal maçônico. A primeira associação maçônica no Brasil -  que ainda não era uma loja regular - foi fundada em Pernambuco pelo botânico Manoel de Arruda Câmara, em 1796, e ficou conhecida como o "Aerópago de Itambé". 

Foi devido à influência do Aerópago que eclodiu em 1817 a Revolução Pernambucana, liderada por diversos maçons e cujo ideal era, também, republicano. O movimento depôs o governador  e proclamou a República em 6 de março de 1817, resistindo pouco menos de três meses até ser derrotado pelas tropas imperiais. Seus principais líderes foram enforcados, com a exceção de Frei Caneca, também maçom, que sobreviveu e iria mais  tarde  liderar com bravura a Confederação do Equador, em 1824.

A revolução de 1817 inicia a contagem regressiva para a independência política.  Em 30 de março de 1818, o rei português Dom João VI - que viera para o Brasil em 1808, com sua corte de dez mil pessoas, fugindo das tropas de Napoleão - assinava documento proibindo o funcionamento de sociedades secretas:

"Eu El-Rei faço saber (...) que se tendo verificado pelos acontecimentos que são bem notórios o excesso de abuso a que têm chegado as sociedades secretas (...) sou servido declarar por criminosas e proibidas todas e quaisquer sociedades secretas de qualquer denominação que sejam..."

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A História Secreta da Independência - Carlos Cardoso Aveline



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