A hora é de recomeçar
Atualizado dia 29/01/2010 11:31:02 em Espiritualidadepor Nelson Sganzerla
Estive de férias e sempre procuro me refugiar no Litoral Norte, de São Paulo, que nos delicia com suas variadas praias e encantadora beleza. O fato é por mais que não queiramos não dá para deixar de observar o péssimo comportamento do ser humano, diante da liberdade de ir e vir e desfrutar das belezas naturais.
Nesse tempo em que estive na praia, além da beleza, da tranqüilidade e da paz que desfrutei, o que mais pude observar, foi a má educação das pessoas que desfrutam de um lugar tão democrático quanto a praia, pessoas que sem o menor pudor emporcalham todo lugar por onde passam, deixam esquecidas centenas de garrafas espalhadas pela areia, dejetos de todo tipo jogados em qualquer canto, restos de comida, sem contar o famigerado saquinho plástico de supermercado, misturado à bruma das águas. Fico imaginando o que as pessoas não fazem quando estão dentro do mar.
Pois bem. O que se pode esperar do nosso Planeta Azul, diante de tanta sujeira deixada ao relento da noite para o dia? O que se espera de sua reação, a não ser a devolução feroz de todo lixo que o fazem engolir.
Pense! O que você faria se fosse um rio emporcalhado por pneus, sofás, geladeiras, vasos sanitários, sacos plásticos e garrafas? O que você faria se lhe tirassem o espaço que permite que você escoe suas águas e lá construíssem moradias, palafitas e desaguassem em cima de você uma água fétida pelo esgoto que corre pelos canos de PVC expostos em sua margem? O que você faria se lhe tirassem o espaço de terra e, em cima, espalhassem areia cimento e pedra, não deixando que você respirasse e absorvesse o excedente no seu interior?
Exatamente, é isso mesmo que você pensou... Devolveria toda essa sujeira, toda essa violência ambiental que promovem em seu corpo, em nome de um progresso desenfreado e sem escrúpulos. Na verdade, estou sendo até extremamente sutil quando digo devolveria...
É exatamente isso que o nosso Planeta Azul está fazendo, pelo fato de não mais agüentar tanta desatenção, tanta emporcalhação, tanta ocupação desmedida, tanta falta de respeito, tanta má educação, tanta falta de cultura dos seres humanos!
Está devolvendo... na verdade, jogando em nossa cara, em nossas casas, em nossas cidades, toda essa emporcalhação, que o fizeram engolir.
Vocês sabiam que em Ilha Comprida, pela falta de um lixão, a prefeitura joga todo lixo da cidade na mata atlântica? Esse é um pequeno exemplo do poder do homem público para com a população. Se o exemplo vem de cima, como mudar isso?
O mundo vive agora sofrendo pelas intempéries, nevascas, terremotos, inundações, furacões, secas, incêndio nas florestas e chuvas em excesso aqui em nosso país. É certo que sempre houve esses fenômenos naturais, sempre existiram tempestades, mas o nosso Planeta Azul tinha condições de absorver e acomodar esses cataclismas; mas, hoje, já não tem, já não há espaço.
O ponto é: a hora é de recomeçar! Precisa-se urgentemente repensar quanto a nossa maneira de viver e de usar o nosso Planeta Azul. Não dá mais para se ignorar a falta de espaço no mundo, que hoje foi ocupado pelo mau hábito e pela má educação do homem. Não dá mais para acumularmos tanto lixo; isso tem que ser reduzido, precisa-se reeducar o ser humano, de todas as classes sociais, não dá mais para tolerar quem não tem preocupação com o meio ambiente, o homem precisa recomeçar do zero.
Precisam-se mudar os hábitos, pensar no coletivo, não usar o que não é reciclável, não poluir. Vemos transportes coletivos cheios nas ruas e automóveis particulares vazios nos congestionamentos. Somos individualistas. Precisa-se oferecer carona quando puder, andar a pé quando possível, deixar o carro em casa para ir à padaria, freqüentar os restaurantes do bairro, usar sacolas ecológicas, ou caixas de papelão para acomodar as compras. De nada adianta recolher as fezes do seu cachorrinho com sacolas de plástico... você limpa a calçada, mas polui os rios.
É preciso recomeçar, a hora é essa! O planeta já não permite tanta falta de respeito, tanta ocupação irregular em suas encostas, tantas palafitas nas margens de seus rios, tantas mansões fincadas no topo da mata atlântica, bairros que surgem de maneira desmedida ocupando e devastando os morros.
Necessitamos de políticas públicas, sérias, que orientem as famílias que tem todo direito à moradia digna e segura.
De nada adianta a tranca depois de arrombada a porta...É isso que acontece. Não existe prevenção, precisamos recomeçar a pensar em cidadania, fazer valer o nosso direito ao básico, trabalho, moradia, saneamento e saúde, temos uma nova oportunidade de colocar políticos sérios para nos representarem, isso também é uma maneira de recomeçar.
É urgente esse recomeço, não dá pra mascarar e depois enviar cestas básicas, cobertores, colchões para famílias desabrigadas; tem que haver uma pró-atividade em favor das famílias desfavorecidas, de nada adiantam as campanhas após os desastres, temos é que evitar os desastres. A maneira da ação está totalmente errada, e sabemos disso, mas o fato é que só acordamos, quando a água chega ou a terra treme debaixo dos nossos traseiros, seja no Haiti ou aqui.
Quero agradecer a todos os queridos leitores pelos e-mails, sentindo falta dos meus artigos. Quero dizer também que mesmo às vezes ausente, estou sempre pedindo a Deus e aos meus mestres que me inspirem sempre nos assuntos que devem ser ditos diante dessa realidade em que vivemos e que pretendemos mudar, quem sabe um dia.
Pensem nisso.
Texto revisado
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