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A Jornada da Alma

Atualizado dia 28/09/2008 21:15:33 em Espiritualidade
por Alice Gorga


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Estive pensando sobre qual é a causa de termos certas sensações e sonhos quando somos crianças e, conforme vamos crescendo, aparentemente vamos nos afastando de algo muito lindo e iluminado que nos traz paz, magia, calma e tudo de melhor em forma de ondas cor-de-rosa de sentimentos profundos de amor incondicional.

Eu costumava ter um sonho específico quando criança. Era muito estranho, pois o sonho não se repetia quando sonhava de novo, mas era uma continuação do que eu havia vivenciado no sonho anterior.

Era assim: eu adormecia, sentia que meu corpo flutuava numa sensação muito prazerosa; minha vista alcançava uma abóboda branca cheia de muita luz à volta. Parecia que eu voava até o interior dessa abóboda e lá encontrava-me com seres iluminados de quem eu não via a face, porém a minha essência sabia que os conhecia. Não falava, não trocava uma palavra sequer; tudo era mental, o que eu pensava reproduzia-se na mente do outro ser e vice-versa.

Eu me sentia muito feliz quando sonhava com esse local e com os seres com quem encontrava. Não sabia, e não sei até hoje, quem eram ou o que representam ou represantaram em minha existência espiritual, pois não lembro deles nesta existência atual. Conforme me aproximava, começava a relatar tudo o que estava acontecendo comigo neste mundo onde estou até hoje - por enquanto, de passagem - e esses seres me ouviam com entrega total. Acho que era por isso que eu me sentia tão confortável quando os visitava em sonhos. Parecia-me um antigo lar, algo que eu deixara para trás e de que sentia muita falta, pois os sentimentos gerados ali eram extremamente puros e incondicionais. Depois de algum tempo esses seres contavam-me também tudo o que havia acontecido naquele local na minha ausência, e nesses momentos eu me sentia alimentada de algo muito valioso que não sei explicar exatamente o que era, mas a sensação era de inteiro conforto e segurança. Após não sei quanto tempo, horas, talvez minutos humanos, me despedia e recebia - e dava - abraços tão repletos de luz que me confortavam a alma por um grande período.

Esse sonho era repetitivo, porém eu sabia que todas as vezes em que voltava era uma nova vez em que relatava toda experiência de vida que estava tendo; e reciprocamente recebia as novas daquele local que fazia minha alma se sentir tão aveludada, tão envolta em carinho e amor, numa proporção que humanamente seria impossível representá-la. Somente vivia um sentimento profundo de amor, doação, amor incondicional.

Tive esse sonho por três vezes em períodos distintos, sentindo algo muito bom que se estendia por semanas, uma leveza, algo inexplicável que me fazia sentir extremamente feliz.

Mais uma última vez tive a mesma sensação: adormeci, flutuei, avistei aquela linda abóboda branca; ela parecia mais do que branca, não sei explicar, mas ela brilhava uma luz intensa que eu nunca havia visto aqui na Terra. Aproximei-me como sempre e entrei; o mesmo ser que sempre me recebera estava ali, todo sorridente à minha espera. Comecei a conversar - novamente por telepatia - contando entusiasmada tudo o que acontecera comigo desde a minha última visita e ele, e os outros que já haviam se aproximado de mim, ouviam atentamente minha emocionante narrativa. Mais uma vez depois de falar-lhes sentei-me e começei a ouví-los, um por um, em suas diversas narrativas e experiências. Não me lembrava de nada que eu havia contado em nenhuma das vezes, mas a sensação de ter contado o que estava se passando comigo era forte. De todas as histórias que ouvi atentamente participei e sei que faziam parte desse grupo com quem me encontrava, mas eram somente sensações. Quando acordava só sentia o bem estar dessas visitas, mas não tinha consciência de nada que fora dito para mim.

Nesta terceira e última vez, quando já estava me afastando para voltar ao meu corpo físico senti que aquele ser que sempre me recebia havia me seguido; estranhei, pois sempre me afastei sozinha. Parei e fiquei esperando alguma manifestação do ser; ele, então, se aproximou e falou mentalmente que eu não voltaria mais ali, que era a última vez que eu os estava visitando. Senti imediatamente um aperto no peito, uma sensação de vazio. Eu não queria me afastar daquele local nem tampouco daqueles seres que em sonhos, tinha absoluta certeza, faziam parte da minha história como ser espiritual que sou. Mas apesar da minha contestação, o ser foi firme e disse que minhas visitas atrapalhariam minha evolução nas atuais condições e que isso não seria benéfico para mim. Fiquei profundamente triste. Até hoje lembro desse sonho como uma despedida sem volta. Conformei-me com a instrução, mas fiquei extremamente abalada com aquela ruptura.

Hoje, passados tantos anos dessa experiência infantil, estou atravessando momentos em que sinto que um dia deixarei os seres a quem me afeiçoei nesta existência: minhas filhas, meu marido, minha mãe, meus amigos; e pensei: "A vida (entenda-se vida espiritual) é feita de ciclos, ora você está do outro lado e também se afasta de quem lhe é valioso; ora você está deste lado, onde também coleciona seus afetos." Somos seres tão perfeitos em nossa anatomia, tudo se comporta tão precisamente sincronizado que só posso supor que nossa alma também está sincronizada e ajustada em milímetros a todos os seres humanos, animais, minerais e viventes deste nosso planeta.

Este planeta tão rico e maravilhoso que está dentro de um Universo imenso em que tudo está conectado. E ao pensar em minha ausência, lembro que a ausência é deste lado material e que tudo o que fiz, ensinei, plantei alimentei, cuidei, trabalhei, cultivei, colhi são atos e pensamentos que fluiram do meu ser e deixaram sua marca por onde caminhei, por onde percorri caminhos difíceis, por onde ultrapassei obstáculos e por onde encontrei amor, amizade, compreensão, carinho... Colecionei muitas coisas, colecionei sentimentos que posso carregar comigo, não preciso de malas; minha bagagem é leve e repleta de muitos momentos significativos e esclarecedores que hoje, quanto mais perto fico do outro lado, entendo o porquê daquele sentimento tão triste na hora da despedida.

Nossa alma se afeiçoa e se entrega naquele momento e busca o retorno à sua essência; a essência retorna ao TODO. E o TODO significa que um ciclo foi concluído.

Seremos todos um no todo, mas já somos todos um em espírito.

Desejo uma boa jornada a todos os seres humanos!

Texto revisado por Cris


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