A morte é só uma passagem
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Autor Antony Valentim
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 13/08/2016 16:59:28
"Me tirem daqui! Eu não estou morto! Vocês não estão vendo? Por que estão fazendo isso comigo? Onde está meu filho? Parem de me tratar como se eu estivesse morto!"
Surge então uma entidade de um dos núcleos da Colônia Espiritual Gramado e aplica sobre o irmão, passes anestésicos, de modo que ele adormece, despertando novamente só quando já estava no salão da igreja, rodeado da esposa e de amigos.
Vou me apresentar como Nunes, mas esse não é meu verdadeiro nome. Parti da Terra há muitos anos e me tornei auxiliar dos serviços socorristas mais próximos à Terra. Há 5 lustros trabalho pelo bem de almas queridas ainda envoltas nas ilusões do teatro do mundo. Mas creio que seja mais importante ouvir o que tenho a dizer, do que detalhes de personalismos que em nada farão diferença.
Chegamos ao velório do amigo Ernesto e registramos que o lugar contava com a presença de considerável número de pessoas. A rotatividade era relativamente grande. Amigos de toda parte vinham se despedir do quase centenário homem que havia feito da vida um tratado de bondade, embora os naturais tropeços do caminho.
Adentramos o ambiente em companhia do instrutor Magno, que nos financiava a semana de estudos na Terra. Magno era um instrutor de um dos núcleos da Colônia Espiritual Gramado, a "Colônia do Guaíba" e nos recebia ali com sua equipe de técnicos da desencarnação. Nosso campo de trabalho está vinculado à outra colônia espiritual (Novos Horizontes), mas alí estávamos porque irmã encarnada em ativo processo de redenção vinculado à nossa responsabilidade mais imediata, era neta daquele que recebia as últimas homenagens.
Verônica era moça no auge de sua juventude, que recentemente havia se permitido experimentar as doçuras e benesse da aproximação com a espiritualidade, e graças a importantes passos dados, se tornou merecedora de toda nossa atenção e cuidados. Somente os que buscam a reforma interior e se comprometem seriamente em desvendar os simples segredos da espiritualidade, poderá compreender quantos movimentos benéficos passamos a ter condições de fazer em favor dos que anseiam modificar a própria conduta. Para nós, a velocidade não importa, pois muitos anos de comportamentos em padrões inferiores não podem ser corrigidos em poucos meses. Para nós importa o movimento, a intenção do coração e a constante melhoria diária.
Outro momento seria mais oportuno para que discorrêssemos a respeito do drama pessoal de nossa tutelada, e de seu processo de regeneração espiritual na terra.
Estávamos ali porque a passagem do amigo Ernesto para nosso plano de ação, impactava profundamente o coração de nossa tutelada. Tão logo nos aproximamos do querido em processo de desligamento, notamos que o mesmo se debatia em profunda angústia.
- Ele não aceita ainda a realidade - falou Magno.
- Mas irmão Magno, as informações que temos é de que seu desligamento seria mais simples. Ocorreu algum problema?
- Nosso irmão Ernesto teve uma vida e práticas em sua maioria associadas à cartilha do evangelho, é verdade, mas nos últimos dias sofreu privações e aborrecimentos nos quais ainda está vinculado.
- Quais privações amigo Magno?
- São quase 100 anos Nunes, e os padrões que desenvolveu ao longo da vida se cristalizaram muito.
- Sim Magno, mas isso não deveria ser alvo de atenção apenas depois de o levarmos ao hospital que o aguarda?
- De fato Nunes, mas deseja ele beber um bom vinho, comer uma boa refeição e outras coisas que acabam por deixá-lo ainda distante da compreensão e do entendimento de que já não faz mais parte do mundo corporal
- Mas o que há de ser feito pelo nosso irmão? Não deveríamos esclarecê-lo? Mostrar a ele o que está a acontecer?
- Todas as nossas tentativas nesse sentido nas últimas horas foram em vão. Por não ter um entendimento "Espirita", não nos vê senão como médicos que insistem em lhe dizer coisas sem sentido.
- Mas então o que há de ser feito? Não podemos fazer-lhe adormecer simplesmente e prosseguir o trabalho de desligamento para retirá-lo do corpo?
- Poderíamos fazer isso meu amigo, mas na ficha de nosso irmão, há méritos para que no momento do desligamento, ele se despeça dos queridos que ainda permanecerão na Terra.
- Mas então como proceder amigo Magno?
- Estávamos aguardando a chegada de vocês, e do irmão encarnado que lhes está vinculado, pois ele conhece Ernesto, e ao ser esclarecido por quem ele já conhece, demoverá a resistência.
- Mas Magno querido, dentre as dezenas de pessoas aqui presentes, nenhuma seria capaz de explicar a ele o que está ocorrendo?
- Embora muitos aqui tenham ótima conduta e representem valorosos viajores do mundo, infelizmente poucos tiveram acesso à realidades espirituais do que ocorre em nosso plano de ação após a morte.
- Compreendo meu querido, mas não haveria ninguém que tivesse uma maior sensibilidade que pudesse ser pelo menos intuído?
- Cremos que será mais proveitoso dispor do recurso que trazem meu amigo. Nunes e sua equipe tinha como responsabilidade tutelar Veronica, mas estavam vinculados a outro encarnado, André, um homem no auge de sua vitalidade, que se entregara desde a infância à problemática da espiritualidade, e dotado de maior sensibilidade, vinha desenvolvendo na Terra valoroso trabalho mediúnico. André porém não carregava uma bandeira religiosa. Havia conhecido todas as religiões e experimentou uma a uma. Definiu para si mesmo que a única religião aderente ao seu estilo pessoal dentre todas as que conheceu, era uma que ele próprio denominada como o conjunto de pontos positivos de todas as religiões, a que sutilmente André denominava "Amor"
- Amigo Magno, compreendemos. André está lá fora, vamos então iniciar os trabalhos.
Como tomada que se liga a poderosa corrente elétrica, André sentiu o impacto das mentes que lhe enviaram um poderoso influxo magnético. Como pen Drive conectado a computador, todas as informações foram sendo "baixadas" e em fração de segundos, já sabia o que deveria fazer.
Não era a primeira vez que André estava na posição de auxiliar recem desencarnados. A morte lhe tocava profundamente a alma, e incontáveis vezes já esteve em velórios até mesmo de desconhecidos, unicamente com o objetivo de tentar levar mais luz e alento aos irmãos que partiam para nosso plano espiritual. Se aproximou do centro do salão. O corpo jazia imóvel no caixão, mas toda a consciência do amigo Ernesto ainda estava ali, desperta, de modo que o irmão ainda preso ao corpo se perguntava por que ninguém lhe ouvia, por que todo aquele circo estranho armado, com amigos debruçando-se sobre ele e chorando pela sua morte. Como poderia ser, se ele ainda estava vivo? Por que ninguém lhe ouvia? Por que não havia quem lhe tirasse dali? E mais: por que ele próprio conseguia ver e ouvir a todos, mas não conseguia movimentar o corpo inerte?
Absorto estava Ernesto no angustioso drama, até que nos aproximamos do amigo e aplicamos-lhe passes de alento e prostração, de modo a lhe acalmar o desespero. Conectados mentalmente a André, que aguçou as habilidades de intercâmbio com nosso campo. Como tratava-se de amigos de Ernesto, encontraríamos sucesso na comunicação. Posicionando-se ao lado do caixão, iniciou diálogo com o amigo que ali estava às portas de uma nova etapa da jornada da vida - que não cessa, e é eterna. Percebendo que o médium e amigo era o primeiro que não ignorava sua presença, perguntou a ele o que estava acontecendo. Com desvelado amor, o irmão que demonstrava imenso carinho e gratidão por ele, começou lhe explicando que havia chegado o momento da morte. Mas que apenas o corpo jazia; a alma, é eterna. Explicou a ele que estava vivenciando o processo de desligamento do corpo, mas que precisava de acalmar para que os técnicos da desencarnação pudessem liberá-lo do instrumento físico. Explicou, com paciência e cuidado, que não demoraria muito, estaria ele livre da veste carnal, e com isso poderia se movimentar com total liberdade, bem como sorver bebida tão boa quanto o vinho que ansiava, e alimento mais saboroso do que poderia pensar. Tirou dúvidas, explicou que nem todos o podiam assinalar a ainda presença no corpo, mas que se ele se acalmasse e confiasse no amigo, não demoraria muito, as almas queridas viriam conversar com ele. O diálogo foi longo, proveitoso, e estendeu-se até a hora do Angelus, às 18 horas, quando falange Mariana adentrou pelo ambiente e identificando o notório estado de calma em que Ernesto já se encontrava, ministrou passes que afrouxaram os laços entre o espírito e o corpo.
- Amigo Magno, é impressionante a facilidade com que André acalmou Ernesto
- Nada de especial há em André querido Nunes, a não ser a dedicação ao entendimento do que ocorre em nosso campo de ação.
- É querido Magno, se todos tivessem a noção do quanto é importante conhecer os meandros de nosso plano de trabalho, muitas dores e infortúnios seriam evitados todos os dias. Muitos perceberiam que simples atitudes poderiam mudar completamente a realidade de muitas vidas, não apenas na questão da morte, mas sobretudo em como viver uma vida mais feliz e plena de realizações.
- Sim Nunes, o grande mal da humanidade é ignorar as leis espirituais que regem a vida dos próprios encarnados. Infelizmente ainda impera no mundo as limitações dos preconceitos religiosos, a ignorância quanto às causas e efeitos relacionadas a atitudes violentas, e a completa desconsideração de que o mundo físico é apenas uma fração do que há no verdadeiro mundo, o espiritual.
O amigo Ernesto tinha sede, fome, e ansiava por alimentar-se como há algum tempo não conseguia. Plasmando recursos através da ideoplastia, e aproveitando as energias do irmão André, a equipe Mariana recem chegada foi-lhe fornecendo os recursos que ansiava, e não mais de 1 hora se passou até que o querido Ernesto estivesse pronto para que os técnicos da desencarnação prosseguissem o desligamento dos fios que o mantinham ao corpo. Restava apenas que André lhe cumprisse a promessa. O irmão encarnado pediu discretamente te a alguns dos familiares, entre eles Veronica, neta tão amada de Ernesto, a à sua irmã, Natalícia, que estava ali presente e também era por Ernesto muito querida, que proferissem algumas palavras aos ouvidos do grande homem que chegava ao nosso plano. O gesto foi seguido por outras pessoas importantes para Ernesto, como a esposa e o filho a quem muito amor ele devotava. Ernesto entrava em um estado de calma e compreensão completamente divergente do cenário inicial que anotáramos. Enquanto anotávamos a feliz evolução dos trabalhos, percebemos que de cada lado do caixão onde Ernesto ainda estava posicionado, haviam dois aparelhos magnéticos que emitia ondas que aos nossos olhos, formavam um cinturão ao redor de Ernesto.
- O que são esses instrumentos querido Magno?
- São bloqueadores caro Nunes. Um dos recursos que nosso irmão fez por merecer.
- Mas o que bloqueiam efetivamente?
- Nunes, perceba que a conversação no ambiente não é totalmente adequada, e poderia influir consideravelmente no estado do irmão recem chegado ao plano espiritual.
Verdadeiramente, alguns se lembravam dos feitos grandiosos, outros falavam de sua capacidade de reunir amigos até na hora da morte, mas um dos grupos de amigos ali presente, seguia com uma conversa de herança, de filhas de outro casamento magoadas, é uma série de memórias que em nada fariam bem ao amigo que jazia no corpo, já que geravam energias mentais degenerativas, e ao ser desencarnante, esse tipo de energia poderia causar profundo impacto depressivo. O mais perigoso assunto porém foi a respeito de um caso onde Ernesto havia "dado uma lição" em homem legitimamente distante dos princípios de amor e bondade. No entanto, a inferioridade que moldava a conversação ecoou pelo ambiente emitindo sinais muito intensos. Pensamento é força, e mesmo nessa nova era de conhecimento e evolução, os encarnados ainda não se deram conta do poder que há na palavra e no próprio poder da emissão mental, que acaba servindo como um poderoso propagador de ondas que não encontram limitações físicas. Impulsionados por aquela onda mental inferior, outros irmãos começaram a proferir palavras e a desenterrar recordações de tom absolutamente improdutivo. Não mais que 20 minutos se passaram até que adentra pela porta, espírito de entidade desencarnada que foi "localizada" no plano espiritual pelas emissões mentais das conversas improdutivas. Tratava-se daquele que se sentiu ultrajado no tempo em que ocorreu a tal "lição". Ainda preso àquela circunstância, sentindo-se profundamente ofendido por Ernesto, chegava ali para reclamar o que acreditava ser seu por direito. Exigia aos brados o dinheiro de volta de um cavalo. Queria, com todas as forças, que "a justiça fosse feita". Embora tivesse de fato sido ele alvo de uma lição de Ernesto, se sentia injustiçado, e há anos vagava pelos caminhos espirituais inferiores reclamando seus direitos em relação a diversos assuntos mal resolvidos enquanto "em vida" no corpo. De Ernesto, cobrava juros por negócio mal feito em que se sentiu prejudicado. Tão logo percebemos a invasão no local, acionamos os sentinelas que logo entraram em ação. Já André, percebendo a situação com muita clareza, criou forte campo magnético ao redor de Ernesto, utilizando-se de recursos físicos oriundos de alimentação que havia ingerido horas antes. Associado aos instrumentos de bloqueio que amplificaram a energia protetora, em nada Ernesto fora atingido. Safirinas luzes começaram a jorrar sobre Ernesto, ampliando o campo de proteção ao seu redor. Não foi necessário muito esforço para conter a entidade desequilibrada, que logo foi acolhida por um departamento da cidade espiritual vinculada a Ernesto, e seguiu para ser adequadamente tratada. Os trabalhos de desligamento prosseguiram, e alguns dos recursos preparados pelos irmãos encarnados muito facilitaram as operações: poderosas energias emanadas pelo perfume de alta vibração de lírios colocados à cabeceira do caixão, a suave melodia sacra que um pequeno aparelho propagava, e orações que produziam energia de muito amor. Embora a conversação inútil de alguns, a falta de foco de outros, e até o posicionamento de amigos que ignoravam completamente a necessidade de respeito ao importante momento que se desenrolava, a emoção sincera, a fé consistente e o profundo sentimento de gratidão de outros, permitia-nos desenvolver os trabalhos da noite com relativo conforto, mesmo com o inconveniente da invasão que foi controlada.
No momento adequado, alertamos o médium presente sobre a necessidade de envolver a todos em uma oração coletiva. Era chegada a hora da desconexão definitiva. Ernesto deixaria de estar preso ao corpo, e ganharia a liberdade efetiva. Verônica e os parentes mais próximos do querido amigo se posicionavam com profundo espírito de colaboração para que o avô, o pai, o marido, o irmão, o amigo, se sentisse cada vez mais calmo e passasse pela dureza natural do momento da morte com mais suavidade. Na hora autorizada, André estimulou a todos seguindo toda a disciplina de nossas instruções, e logo todos se posicionaram ao redor do caixão. A oração proferida, o terço rezado, a emotividade salutar de alguns, e a fé de outros, juntas, facilitaram os trabalhos dos técnicos da desencarnação, que já nos primeiros minutos do momento de oração conseguiram retirar Ernesto do corpo e colocá-lo confortavelmente em uma aconchegante maca feita de estrutura luminosa, em tons de verde. Ernesto pôde então compreender toda a extensão daquele momento. Fixou em tantos olhos quanto pode, os seus próprios olhos, e chorou. As lágrimas não eram de desespero, mas de uma saudade que já lhe invadia o peito. As palavras não conseguiam ser ditas, mas registramos seus pensamentos, que poderiam ser traduzidos assim:
"Eu parti. Eu já entendi que minha alma vai subir. Mas eu não queria ir. Eu queria abraçar todos vocês agora. A vida me deu tantos privilégios...! Passei muitas necessidades, é verdade, mas nenhuma delas foi maior que a amizade de todos vocês. Já compreendi que minha vida no corpo chegou ao fim, mas a alma realmente não morre. Cuidem da minha esposa, ela não sabe se cuidar sozinha, ela precisará muito de vocês. Meu filho, não chore. Você pensa que nunca mais vai me ver, mas eu estou vivo e já me disseram que vamos nos encontrar depois. Preciso da sua força Miro, agora para cuidar de sua mãe, não pode deixar faltar nada à ela. Eu já sei que daqui um tempo ela irá vir ao meu encontro, mas em nome desses mais de 40 anos juntos, cuide dela até que ela venha. Peça a ela que cuide bem das coisas e que faça rápido o que precisa para não ficar sem recursos. Minha irmã, eu pensei que você ia passar pra esse lado aqui primeiro que eu. Mas você continua aí. O Doutor já me disse que em breve estaremos juntos, e logo vou poder ver meus outros irmãos. Me perdoe minha neta Verônica, por não ter te dado a alegria de minha festa de 100 anos. Mas acabo de descobrir que vou cumprir minha promessa: jamais morrerei. Minha outra neta Natalícia, obrigado por ter me deixado despedir da sua mãe. Fale pra ela ter paciência com as coisas e você endireite a vida feito sua irmã. Cuidem de minha outra neta Feliciana. Eu amo muito a todos vocês, e gostaria de entregar a todos a minha gratidão. Eu não queria mesmo ir, mas meu pai está aqui, e ele me pede para confiar nele, que vamos passar juntos o dia dos pais como há muito tempo não passávamos. Eu não sabia que isso tudo era assim. Podem enterrar meu corpo mas deixem tudo arrumado lá. O André me falou que quando eu estiver mais forte, poderei visitar cada um de vocês. Já respiro bem melhor. Creio que não seja necessário nessa hora falar da falta de ar e do momento que meu peito doeu, e me faltou o ar. Mas logo fui amparado pelo Dr. José Outeiral que fez a dor parar. Eu não confiava nele, mas ele foi o único que me tratou direito depois. Vou agora para o Divino Pai Eterno, mas eu volto para abraçar cada um de vocês em breve. Não precisam chorar, eu preciso é de oração para ficar forte rápido. Se vocês puderem rezar por mim nos próximos dias, vão me ajudar muito. Eu amo vocês. Minha Nêga, Miro, Verônica e Natalícia, eu amo vocês!"
Passes de prostração foram ministrados ao querido Ernesto, que a partir daquele momento estava entregue aos cuidados do hospital espiritual da Colônia das Orquideas. Ernesto não precisará passar diretamente pelos tormentos do Umbral, já que a vida foi intensivamente sacrificial e laboriosa, e quase todas as quedas e falhas que cometeu, foram ajustadas ainda em vida. Os créditos foram maiores que os débitos. Seu coração sempre buscou se manter sob a conduta divina, e mesmo em meio aos desalinhos da vida, o saldo de uma existência de abnegação e renúncia foi extremamente positivo. Seu último olhar antes de adormecer percorreu rapidamente a face de sua mulher, seu filho, e por fim, despediu-se do mundo no olhar de Verônica.
- A garota deveria ter profundos laços com ele, é isso mesmo irmão Magno?
- Sim, são amigos há muitas encarnações. Desde a formação da ilha de Paris, passando pelas vultuosas evoluções do Iluminismo, até os tempos atuais, são almas muito afins.
- Nossos diretores em Novos Horizontes nos recomendaram muito cuidado com a irmã Verônica nesse processo de desenlace do avô.
- Sim, recebemos também aqui também alertas para cuidarmos das netas de Ernesto, principalmente Verônica, com quem tem maior ligação, bem como com Natalícia, a esposa e o filho.
- Uma das netas contudo não estava presente...
- É apenas uma criança, e mesmo assim não possuía laços profundos de conexão com o avô. Mesmo assim fomos recomendados a cuidar das três.
- Se demorará ele no leito da regeneração?
- Não muito. Em breves semanas ele estará de volta e assumirá seu lugar, retomando, aos poucos, o papel de auxílio aos familiares.
- Mas retornará ele às lutas do mundo?
- Não querido Nunes... Assumirá apenas o papel espiritual que vem desempenhando há muitos séculos em favor de um especial grupo de almas amadas, a quem se manterá ligado no planeta por muito tempo.
- É impressionante como o tempo não afrouxa os laços...
- Antes os fortalece amigo Nunes.
- Tantos anos aqui no plano espiritual, e ainda me emociono com esse tipo de adeus.
- Não se trata de um adeus meu amigo. Mais do que nunca, o que acabamos de ver aqui hoje, definitivamente, foi apenas um "até breve"
No dia seguinte, o corpo já sem fluido vital foi encomendado por religioso da simples cercania, na presença dos muitos amigos que davam seu último adeus. No trajeto até o cemitério, o motorista da funerária carinhosamente diminuiu a velocidade do veículo à altura da residência do recem chegado amigo, como quem desejasse proporcionar a Ernesto uma última visão das terras onde construiu todas as luzes de amizade ao redor de si. Acomodado em confortabilíssimo quarto no hospital espiritual, Ernesto acompanhava em uma tela holográfica de altíssima resolução, tudo quando acontecia até o momento do baixar do caixão no túmulo. Findava ali, com inenarrável sucesso, uma importante etapa de seu processo evolutivo.
O Alemão de coração, Francês de Alma, Italiano de contemporaneidade e Brasileiro por compromisso, estava pronto para assumir seu verdadeiro papel de espírito universal.
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Psicografado pelo espírito Nunes * A identidade real de algumas personagens dessa história real foi mantida em sigilo para não ferir a corações amados ainda envoltos às ilusões da vida no mundo.
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Antony Valentim é um ser comum, sem privilégios ou destaques que o diferenciem das demais pessoas. Devorador de livros, admirador de culturas religiosas sem preconceitos, e eterno aprendiz do Cristo. Mestre de nada, sábio de coisa alguma. Alguém como você, que chora, sorri, busca, luta, exercita a fé e cultiva no peito a doce flor da esperança. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |