A odediência
Atualizado dia 29/11/2009 22:52:24 em Espiritualidadepor Bernardino Nilton Nascimento
É necessário que, bem cedo, o ser humano se familiarize com a obediência. Se ele não vem a conhecê-la, pouco a pouco e por degraus, no choque da sua vontade com as vontades mais fortes, contra as quais é inútil combater, a vida se encarregará de lhe ensinar. A paciência é uma das forças do ser humano. Abasteça-se desta força nas manhãs da sua vida, quando ainda pouco precise dela.
A obediência é a declaração pessoal do grande sentimento de solidariedade. No mundo espiritual, não existe fugir à obediência, isso seria separar-se do conjunto, proclamar-se superior ao organismo ou constituir-se em seu seio como um estranho. Não há medida que seja mais grave do que essa. De resto, a tentativa é inútil. A desobediência absoluta seria a dissolução total da conexão que prende à expressão. É muito triste para aquele que se coloca exilado dos demais, só lhe resta o nada.
Em todas as coisas, há uma lei eterna que é necessária ao ser humano. Fora dessa lei não há, senão, anomalias, acidentes e destruições. Há leis que presidem à cultura das plantas, à gravitação dos astros, leis do desenvolvimento da vida humana. Aquele que não as conhece, e não lhes obedece, expõe-se às mais penosas aprendizagens, aos erros mais sinistros. Essas leis só nos são em parte conhecidas. Um dos maiores trabalhos da humanidade consiste em descobri-las.
A obediência e a docilidade são, pois, excelentes condições para adquirirmos o que a humanidade nos oferece de mais sábio e para reforçamos nossas luzes pessoais com uma ajuda poderosa. Mas a obediência não é somente o meio de acrescentar a nossa força, com todo o auxílio do passado, é, ainda, o melhor meio de nos levar a compreender o que é a lei.
A lei é aquilo que domina a mente e os caprichos particulares. É a fonte da ordem. Entre ela e a fantasia não existe meio termo. A escolha se impõe. Aquele que não obedece à lei se entrega à fantasia. Primeiro, aprende a conformar-se com a lei exterior, e, em seguida, à força da experiência, e depois descobre que esta lei está no interior de cada um e que, acreditando submeter-se a outrem, obedecia ao que há de mais íntimo em si. Recebe, assim, a revelação da lei interior.
Uma vez de posse desta direção interior, você se liberta de todo mandamento exterior e de qualquer duplicata humana.
Fui uma criança, tornei-me adulto, sou um ser humano livre e senhor de mim. A liberdade consiste em associar a minha vontade à lei que repousa no meu interior. Todos que conhecem a lei interior, que é sublime e inalterável, se colocada acima de todos os caprichos da humanidade, estão aptos a servi-la. Logo, a obediência é a liberdade.
O ser humano deve concordar em ser apenas uma roda subalterna e seguir o que lhe ordena a obediência, pela razão e consciência. Isso não é reduzi-lo ao estado de simples máquina, é praticar a solidariedade, é sentir que há alguma coisa maior do que os maiores e que é digna de todas as abnegações e sacrifícios.
Há uma coragem humilde e obscura que é mais difícil e de maior valia do que as mais brilhantes manifestações de valor pessoal. E esta coragem consiste em nos silenciarmos.
A mais alta manifestação da vida significou sempre a associação submetida a regras e fundada sobre a obediência livre.
Os melhores, dentre os que passaram pela Terra, foram também os únicos que compreenderam, em toda a sua extensão, a felicidade de desaparecer na comunhão com os outros e de marchar, unindo almas, escalando, assim, em direção aos planos mais altos das dimensões iluminadas do Universo.
BNN
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