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A Sabedoria de Mungyur Rinpoche II

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Autor Patrícia Donban Machado

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 02/04/2011 02:28:49


4 - Desconfie dos seus julgamentos


Uma história contada no livro Joyful Wisdom ilustra bem essa possível interpretação equivocada da realidade. Certa vez, Mingyur Rinpoche estava no museu de cera de Paris, quando viu uma estátua do dalai-lama. Era uma reprodução perfeita e vívida do líder espiritual tibetano, embora estivesse ligeiramente na penumbra. Ele então chegou mais perto para olhar todos os detalhes, pois conhece Sua Santidade bastante bem. Estava assim entretido, quando um casal se aproximou. Ele não percebeu sua presença e continuou a atenta observação. Por sua vez, os dois turistas também o observavam detidamente, pensando que Rinpoche fazia parte da cena moldada com cera: o dalai-lama com um monge pequenininho ao lado. "Quando finalmente eu me mexi, os dois deram um grito de pavor", lembra. "Eu, por minha vez, levei um susto com a presença deles. Depois de nos recuperarmos do choque, e darmos boas risadas juntos, me ocorreu que esse episódio fugaz era capaz de revelar um dramático aspecto da nossa condição humana", conta Rinpoche. "Vemos o que esperamos ver, limitados por nossa própria capacidade de observação. E o que percebemos pode não ser a realidade como ela é." Nos agarramos em nossas percepções e conclusões, e a defendemos com unhas e dentes, sem perceber que elas têm grande chance de não serem reais. "A realidade pode bem ser diferente daquilo em que acreditamos. Para compreender o que uma situação realmente é, teríamos de estar num estado que Buda chamou de ‘iluminado", explica o monge no seu livro. Ou seja, num estado não limitado por nossas percepções errôneas. A iluminação é como se, de repente, se acendesse a luz de um quarto escuro e a gente fosse capaz de ver como ele realmente se apresenta. E assim poder dizer: "Nossa, aquela coisa em que eu tropeçava sempre é uma mesa! Aquela outra coisa que achava que era um criado-mudo é uma cadeira!" Traduzindo: olhamos para a vida dominados por nossas percepções, concepções e emoções. E elas são filtros que distorcem a realidade. Portanto, aceitar que nossa visão tende a ser limitada, e que podemos não ter razão em nossos julgamentos, é sempre um bom começo para diminuir e relativizar as emoções dolorosas provocadas por eles.



5 - Aceite que sofrer faz parte da vida


Sofremos por diferentes razões. Mas uma das distinções mais cruciais, no entanto, é saber distinguir o sofrimento "natural" do sofrimento "autocriado". O primeiro inclui tudo aquilo que não podemos evitar na vida. Classificados nos textos budistas como as dores ligadas ao nascimento, envelhecimento, doença e morte, são experiências que fazem parte das transições mais importantes da existência. Eles se apresentam como condições naturais que envolvem o desconforto físico.

Mas há outro tipo de sofrimento que se desenvolve com base em avaliações psicológicas autocriadas, experiências que surgem de nossa interpretação de fatos e eventos, como ressentimento ou raiva contra as pessoas que não vivem do jeito que a gente gosta, inveja de quem tem mais do que nós ou uma ansiedade paralisante quando não há a mínima razão para isso. "Esses sentimentos dolorosos gerados por nossas concepções são baseados em histórias que contamos a nós mesmos, fortemente enraizadas em nosso inconsciente, sobre não ser suficientemente bom, rico o bastante, bonito ou seguro na medida certa, ou outras formas parecidas", diz Rinpoche. O sofrimento autocriado é essencialmente uma invenção mental. "É como eu mesmo pude constatar com relação à minha própria ansiedade e medo, não é menos doloroso do que o natural."

"Mas, em vez de ficar julgando com pensamentos como ‘Por que eu estou sozinho?, ‘Será que tem um jeito de sair disso?, ‘Não quero mais sentir tal coisa de jeito nenhum!, poderíamos olhar para esses sentimentos dolorosos e dizer que há solidão, há ansiedade, há medo, como se essa dor fosse uma condição não pessoal, mas algo que simplesmente faz parte da vida", aconselha o monge. É uma maneira de compreender a Primeira Nobre Verdade ensinada por Buda: a de que o sofrimento (dukkha) existe e de que é uma condição natural da humanidade.

"A palavra dukkha é traduzida no Ocidente, de uma maneira um tanto pesada, por sofrimento. Mas o termo se refere mais a um desconforto, algo que incomoda, aquela coisa que raspa no peito mesmo quando a gente está feliz", explica o monge tibetano. "Aceitar que essa dor existe e que pertence ao nosso mundo, e não ficar o tempo todo lutando contra ela como algo a ser subjugado, é o primeiro grande passo para cessar aquilo que nos faz sofrer."


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