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A Seca que castiga o Rio Grande do Sul e o meu coração com a Palestrante Comportamental Irlei Wiesel

Atualizado dia 10/05/2022 11:36:52 em Espiritualidade
por Irlei Wiesel


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A seca e o calor castigam o nosso estado. O Rio Grande do Sul está sob forte tensão.
 
Nasci no campo e aprendi a olhar para o céu. Hora, pedindo chuva e hora pedindo que a chuva parasse.
 
Conheço o efeito do tempo sobre os planos e projetos da família do campo.
 
Lembro que as metas sempre dependiam do céu, jamais do trabalho.
 
Meus pais não temiam o trabalho, com sol, chuva ou frio, a jornada seguia. Não havia o conforto de 8 horas trabalhadas.
 
O que havia era dar conta das demandas ao amanhecer até o anoitecer.
 
Enquanto o trabalho consumia o tempo livre, o olhar era direcionado ao céu.
 
A colheita da produção dependia de anjos flutuando sobre nós. Nem sempre isso acontecia.
 
Apesar da fé, esperança e expectativas positivas, o tempo com tempestades, secas ou geadas inesperadas, consumiam com o básico.
 
Aprendi a ter poucos sonhos, aprendi a pedir que o tempo ruim não destruísse o básico.
 
Preces não nos protegiam.
 
O que protegia era esperar. Cada lavoura destruida, arrasava minha família.
 
Eu cresci cuidando da terra e olhando pro céu.
 
Conheço a dor dos estragos do tempo, sobre o investimento e o trabalho do homem do campo.
 
Não há tecnologia suficiente para impedir a desilusão dos que na terra trabalham. O que há são seres humanos que ensinam a resiliência como ninguém.
 
Meus pais, costumavam sentar conosco e expor a situação e pediam a nossa colaboração.
 
Sabíamos que os brinquedos seriam para o ano seguinte. Honro e reverencio os ensinamentos deles.
 
Com o apoio e a força do recomeço, uma família de seis pessoas nunca desistiu de viver as tempestades e a brisa suave do tempo.
 
Sobrevivemos com caráter e honestidade.
 
Os que passam pela seca no campo, precisam esperar por dias melhores. Eles sempre virão. Os anjos voltarão a sobrevoar os céus do nosso estado.
 
Meu carinho e solidariedade a cada folha que balança pedindo água, ao açude que secou, ao pasto que está escasso, ao gado que emagrece, as hortaliças que secam, a estrada empoeirada, enfim, a dor é de todos.
 
Mas são as famílias do campo que eu reverencio, pois chorar pelo básico é para os fortes.
 
Eu sei, eu vivi, eu conheço, eu sobrevivi.
 
Força, tudo passa!!! 
 
Irlei Hammes Wiesel
 
Texto Revisado
 
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