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A TEORIA COMO PRÁTICA

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Autor Instituto ISI

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 12/04/2010 11:40:45


A PRÁTICA DA THEORIA(parte 1)



Na cultura ocidental a palavra Theoria causa certo “desconforto” em grande parte dos “estudantes” e das pessoas de uma forma geral, pois em se tratando de uma cultura que preza pela objetividade e pelo imediatismo em quase tudo, ficar “teorizando” equivale a perder tempo, ou então, a fazer um esforço incomodo nos domínios da reflexão e do aprendizado, coisas desnecessárias quando confrontadas com as demandas de uma vida corrida, onde tudo é instantâneo e “curto”.

É claro que as teorias escolásticas ou os métodos empregados no malsinado “conteúdo programado” são cansativos e prolixos, entediantes para uma consciência saudável que necessita também de linguagens de ordem subjetiva, lúdica, poética e artística, que permitam ao pensador escoar suas impressões e criatividade sem normas e condições pré estabelecidas. Como o atual (anti) sistema educacional está longe de ser um modelo integral, que integre todas as dimensões da consciência e criatividade humana, a teoria ficou cada vez mais comprimida em nichos elitistas, que trataram de mastigá-la para dar a massa humana somente o que pode ser apreendido de imediato, ao que pode ser funcional e “objetivo”. E não carecemos de esforço para perceber que estamos “fascinados” pelo objetivo, pelo prático, pelo abreviado, pelos resultados, pelo objeto em si. Não temos tempo para “pensar”, para “refletir”...

Claro que o assunto é vasto e ocuparia muito espaço para um artigo que pretende ser introdutório, mas é necessário revisar alguns conceitos acerca do valor da Teoria enquanto prática, algo impossível de conceber em termos ocidentais, posto que mesmo no caminho dito e tido “espiritual” a teoria é abordada como uma “vilã” que separa o indivíduo da ação, segundo assim é postulado por muitos “pensadores”?)da área. Será mesmo que a Teoria separa o sujeito da ação?

Primeiro, vamos começar pelo significado da palavra Teoria: Todos sabem que sua origem é grega, mas que é um termo reduzido da composição THEO (DEUS) e RIA (VISÃO), ou seja, TEORIA é a visão de Deus, que é a Suprema Realidade de tudo. Então, como pode a “Visão de Deus” nos separar da prática? Sendo Deus a percepção causal da realidade, o puro Ser sem atributos, uno em si mesmo como podemos conceber que a Teoria produza uma dicotomia tão grave, tão patológica entre conhecimento e ação?

O problema, além dos fatores expostos anteriormente, relacionados a supressão da dimensão poética/artística /lúdica é a própria cultura do “curto e grosso” já estratificada no ocidente, que apinha a mente de informações puramente rasas e superficiais, voltadas para a satisfação compulsória das questionáveis demandas materiais e instintivas, que deixam a energia mental alheia às outras necessidades e realidades constituintes da vida. É como se os outros setores, de uma totalidade de doze, simplesmente não fossem alimentados/nutridos, produzindo uma espécie de “demência” que separa o indivíduo da teia/trama de vida-consciência universal. A Grosso modo, toda a energia física e mental das pessoas é canalizada para os setores profissional e monetário, deixando outros setores até mais fundamentais, à míngua. Temos vários compartimentos estancados e isolados entre si.

O perigo desses circuitos fechados e aparentemente auto-sustentáveis é que eles não podem existir saudavelmente sem que mantenham relações sinérgicas com outros campos, como por exemplo, os campos afetivo, social e criativo. Mesmo a profissão, um terreno muito vasto e que em certo sentido abre caminhos para estabelecer relações com outros setores, não passa de uma fascinação escrava onde a simetria entre o fazer e o receber subtraiu o dever e o prazer. Virou uma obrigação para manter a vida subsistindo com distrações esporádicas e consumos que tentam apagar a constatação de uma vida vazia, pobre de sentido interior e sem poder exercer o dom gerador da alegria, que é a criatividade. Ou então, nas suas manifestações mais elitistas, o trabalho é a busca por status e poder, onde o resto não passa de resto...

Do ponto de vista de certas tradições espiritualistas, a THEORIA é a essência da verdadeira prática, pois a informação (palavra que vêm de IN+FORMARE, ou seja, o que forma por dentro), uma vez sendo recebida com “tempo e espaço” para ser assimilada, pode retro agir sobre a consciência de forma a aprofundar o conhecimento recebido. Por exemplo, se lemos um livro sem dar espaço para refletir sobre uma informação que nos chamou atenção, a mesma não poderá, por sua vez, encontrar “reflexão” em nós, não poderá nos instruir, não será metabolizada e transformada em ação. Permitir que a informação “responda” ao nosso interesse, é a prática mais profunda, já que age a partir da consciência que é a origem das ações objetivas.

A meditação, por exemplo, tem por princípio deixar a mente inofensiva e inteira para receber as informações recolhidas a partir da interioridade da vida, assim como das próprias experiências objetivas, posto que essas também revelam conteúdos mais profundos, causas que uma vez vistas e compreendidas, constituem verdadeiras fontes de aprendizagem. Como nos detemos por força do hábito às primeiras impressões, assim seguimos cegos e injustos pela vida, obtusos quanto a natureza mais sutil que opera por dentro dos fatos e fenômenos. Nesse sentido, podemos compreender o presente biocídio/ecocídio perpetrado ao planeta, já que não demos “espaço” e “tempo” para que soluções mais inteligentes fossem reveladas para que pudéssemos conciliar a técnica como instrumento das nossas necessidades fundamentais com a natureza sem tantos males. A compaixão nunca fez parte da nossa interação com a vida. E compaixão só acontece quando estamos disponíveis, auditivos e relaxados para recebê-la. A compaixão é a forma mais elevada de THEORIA, de visão divina.

De uma forma geral, recolhemos apenas informação do exterior sem que as mesmas sejam legitimadas pelo nosso discernimento interior, sem que sejam autenticadas por uma percepção mais aguçada, livre das impressões condicionadas da nossa percepção periférica e simiesca (imitativa). O fato é que existe uma grande beleza na Teoria, o que pode ser constatado ao lermos certos textos de superior inspiração, ou então, quando nos abrimos ao nosso GPS interior, o guia que nos conduz aos conhecimentos mais adequados ao nosso crescimento, às informações que nos farão suspirar de encanto, que arrebatarão nossa mente aos píncaros do gozo intelectual/intuitivo.

Não podemos esquecer que a nossa mente concreta foi adestrada para pensar de forma previsível e métrica e sobretudo, monocordista, o que significa julgar os fatos como absolutamente bons ou absolutamente ruins, sem contemplar as variáveis e possibilidades paralelas e concomitantes ao que julga ser “invariável”. Falta-nos a versatilidade e o improviso, dons que dormitam no próprio interior da psique por conta da preguiça e do comodismo de uma cultura que entrega tudo pronto, inclusive, o conhecimento. Ato contínuo, fica claro e evidente o quanto nos falta receber a THEORIA, a informação qualitativa que nos aproxima de tudo quanto une, cria e amplia a nossa experiência, de tudo quanto constitui a verdadeira essência do HU MAN (aquele que pensa).

Marcio Isael
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Instituto ISI   
Mestrado em psicologia de Orientação Holística, na Lesley University, E.U.A., Certificação em teoria Integral pela Fielding University, universidade parceira do Instituto Integral, sob a liderança de Ken Wilber, autor da teoria Integral MBA em gestão de Qualidade Total na Fundação Getúlio Vargas, RJ – Brasil.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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