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Ame e deixe seu Amor livre

Atualizado dia 5/3/2007 4:44:38 PM em Espiritualidade
por Eduardo Tedesco


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O amor só existe em nós quando percebemos a vida fluindo em nós, porque é através dessa percepção que podemos acessar o que somos e viver como somos. Quando vivemos o que somos, simplesmente amamos. Amamos inicialmente a nós mesmos e nos deixamos ser amados.
Vivemos o amor que fortalece, que acolhe, apóia e aceita. Vivemos também o amor que exige, que ordena, pois o amor é mais exigente do que imaginamos. Ele exige de nós que sejamos inteiros e que estejamos sempre presentes, mesmo que distantes.

O amor perdoa, aceita, mas, fundamentalmente acolhe e esse acolhimento vem de um amor maior; vem do Amor Essencial.
Esse é o amor que impregna nossas relações, que determina nossas escolhas e que nos posiciona no mundo.
Esse é o amor que nos projeta para frente e para o alto e assim nos aproxima sempre de Deus.

O Amor Essencial nos faz agir para que possamos crescer, mas nunca crescer só, pois ele nos insere, nos abranda, nos flexibiliza para que possamos interagir e olhar para o outro a partir do nosso amor e não do nosso querer ou de nossos desejos.
O Amor Essencial liberta o outro porque nos liberta do outro. Quando amamos somos livres e por isso amamos, pois essa é também uma escolha.

Viver o amor é viver a liberdade. É pregar a liberdade e lutar por ela. Qualquer forma de aprisionamento é o sinal claro da ausência do amor. Manipular, seduzir, intimidar ou violar é a ausência do amor. O amor não manipula, não seduz, não violenta, não nos força a nada, mas fundamentalmente conquista, e quando o amor conquista, não há prisão, há entrega.

Se pensarmos no amor romântico em um conceito mais amplo, perceberemos que todas as formas desse amor aprisionam; seja o amor paterno ou materno, o amor filial ou fraterno ou mesmo o amor erótico, pois vivemos acreditando que a fonte desse amor está no outro. Quando nos alimentamos do Amor Essencial, vem-nos a certeza de que esta fonte está dentro de nós e só assim passamos a nos sentir livres, libertando o outro e, por estranho que possa parecer, assim fortalecem-se as relações.
Muitas vezes nos enredamos no amor romântico demonstrando que estamos prontos para o outro, em uma tentativa de seduzir, aprisionando-o e exigindo que esteja sempre disponível para nós.

Outras vezes, ser bom para o outro é a forma que encontramos para mostrar-lhe como queremos que o outro seja bom para nós. Se amarmos e dermos liberdade ao outro para ser o que ele é, damos liberdade a nós mesmos para sermos o que somos e assim fortalece-se o vínculo, pois a relação torna-se verdadeira, franca e aberta.

Não há, desta forma, o amor incondicional, pois este é na verdade o medo de perder. A condição para a existência do amor é ser “livre para amar e deixar o seu amor ser como ele é”.

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