Amor fraterno
Atualizado dia 12/6/2009 7:53:30 PM em Espiritualidadepor Bernardino Nilton Nascimento
Se uma pessoa ama apenas outra pessoa e é indiferente ao resto dos seus semelhantes, esse seu amor não está completo, está partido, e muitas vezes pode ser confundido com o apego, que poderá se transformar no medo da perda.
Essas pessoas, por não enxergarem o amor como uma plenitude, uma força da alma, acreditam estar fazendo o necessário para si, pois é só o que importa.
Se verdadeiramente amo alguém, logo amarei a todos, o mundo, a vida. Se posso dizer ao outro que o amo, também devo dizer: “Amo em você a todos, através de você amo o mundo e a mim mesmo.”.
O mais sublime tipo de amor, que alicerça todos os outros, é o amor fraterno. Ele é responsável, cuidadoso e respeita o ser humano, o seu conhecimento e o seu desejo de aprimorar-se. É esse amor que suplica: “ama o teu próximo como a ti mesmo.” Caracteriza-se pela total falta de exclusividade. Nunca poderei deixar de amar meus semelhantes. No amor fraterno, existe a gratificante união de todos os seres, da solidariedade humana, do sincronismo humano. O amor fraterno nos faz acreditar que todos somos um.
As diferenças entre talentos, inteligências, classes sociais ou conhecimentos são muito pequenas, comparado a identidade do íntimo de cada um, comum a todos os seres.
Para se deixar ser tomado por esse amor, é preciso que ele invada a sua alma. Com isso, percebemos a nossa verdadeira identidade e fraternidade. Um "eu te amo" pode soar de diferentes maneiras, a depender da sinceridade do seu coração e da profundidade com que ele é pronunciado. E, como num maravilhoso concerto, esse "eu te amo" alcança o coração, com a mesma sinceridade, de quem as ouve. E esse ouvinte saberá o valor das palavras vindas do coração.
O amor fraterno é amor entre iguais. Iguais na qualidade de seres humanos, e por sermos humanos, necessitamos sempre de ajuda. Hoje eu, amanhã você. Essa necessidade de ajuda, todavia, não significa que um seja desamparado e o outro poderoso. O desamparo é uma condição transitória, permanente e comum é a capacidade de erguer-se e caminhar pelos próprios pés.
Contudo, o amor ao desamparado, o amor ao pobre e ao estranho é o começo do amor fraterno. Amar a própria carne e o sangue de alguém não é a completa realização. O animal ama suas crias e cuida delas. O desamparado ama seu protetor, pois sua vida depende dele. O filho ama os pais, pois precisa deles. Só no amor aos que não servem a uma finalidade é que começa a ser despertado o verdadeiro amor da alma.
Tendo compaixão, o ser humano começa a desenvolver o amor pelo seu irmão, e em seu amor por si mesmo, amará também o todo.
BNN
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