As limitações do livre-arbítrio
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 15/11/2013 13:23:30
Recentemente lancei o meu segundo livro intitulado “Liberdade – Nada Menos Que Tudo” e, nesta obra, procurei trazer uma abordagem espiritualista do meu conceito de liberdade. Quem já teve a oportunidade de lê-lo percebeu que eu procuro trazer diversas indagações a respeito de tudo o que a humanidade até hoje acreditou como sendo verdade absoluta, inquestionável, dogmas que nos escravizam. É verdade que este livro recebeu este titulo também motivado por algo que eu aprendi de muito precioso: que a minha deficiência física pode sim, ter limitado as minhas possibilidades de ir e vir e fazer outras coisas, mas me acendeu a chama da possibilidade de me tornar alguém livre intelectualmente, moralmente e - o que eu considero mais importante - espiritualmente. Afinal, em minha concepção a liberdade espiritual é a “liberdade mãe” de todos os outros conceitos que envolvem a liberdade, inclusive o tão falado “livre-arbítrio”.
Pois bem, esta introdução tem o propósito de nos fazer pensar se realmente (dentro desta concepção de liberdade espiritual) somos de fato livres e se temos mesmo o tal livre-arbítrio. As pessoas costumam dizer que o livre-arbítrio consiste na possibilidade de decidir, optar, escolher que rumo tomar nas determinadas situações que envolvem a sua vida. Porém, vamos estender um pouco mais o nosso raciocínio e vamos perceber que, fatalmente, o nosso livre-arbítrio, ou seja, a nossa capacidade de escolha está limitada, condicionada à nossa formação cultural (que cá entre nós, nem sempre envolve tanta cultura assim). Por exemplo, imagine você nascer em uma família judia e que depois de adulto o seu ‘livre-arbítrio” te desse a opção de casar-se com alguém de outra religião. A pergunta é: isso seria permitido pelos “superiores” de sua religião e toda a sua formação religiosa? Não sem um grande confronto. Ou, em outra situação, sua família é católica ferrenha e você aprende que a confissão basta para “limpar seus pecados” Da mesma forma, você provavelmente foi batizado nos seus primeiros dias de vida e catequisado ainda muito jovem, mas ninguém pediu sua opinião sobre isto. Tudo isso, sem contar que algumas vezes somos escravos da nossa própria profissão, do capitalismo de forma geral.
De fato, este raciocínio pode na visão de alguns soar anti-moralista. Mas volte atrás no tempo e veja se você também não passou por condicionamentos semelhantes. E, além disso, a maior base ética-moral que o ser humano pode encontrar é somente dentro de si mesmo. Lá encontra-se o maior código de consciência possível e aplicável em qualquer geração, mas isto não é possível enquanto não conseguirmos nos desamarrar das culturas dominantemente impostas que, com certeza, vão totalmente contra a nossa natureza divina. Lembre-se que a verdadeira liberdade não gira em torno do “fazer” ou do “ter”, mas sim do “ser”.
"Saber que tudo fracassou é o começo de uma nova jornada. Saber que ‘tudo que consegui está perdido’ é o começo de uma nova busca por algo que não pode ser perdido. Quando estamos completamente desiludidos com o mundo e todos os seus sucessos, somente então nos tornamos espirituais - Osho".
Leandro Severgnini
Avaliação: 3 | Votos: 2
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
