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As mudanças mandam aviso

Atualizado dia 07/06/2014 22:46:43 em Espiritualidade
por Ton Alves


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O ponto mais alto de uma escalada é o início da descida. Ninguém está mais perto da queda do que aquele que chegou mais alto. Simples, e aparentemente ingênua, essa lição apregoada pelos grandes mestres da humanidade poderia ter evitado a derrocada dos impérios e a precoce destruição dos projetos se os seres humanos não se esquecessem dessa doutrina sempre que se imaginam protegidos pelas ilusórias muralhas do poder.
Há vários exemplos na História que ilustram o quanto a ilusão da segurança leva ao descuido e faz adormecer as sentinelas possibilitando ao inimigo solapar as paredes dos castelos e dos quartéis. No caso brasileiro, possivelmente o mais dramático exemplo é o episódio conhecido como “o Baile da Ilha Fiscal”.
Promovido no sábado, 9 de novembro de 1889, pelo palácio imperial aparentemente para homenagear os comandantes do navio chileno Almirante Cochrane, a festa, considerada a mais luxuosa e esplêndida da corte brasileira na verdade celebrava as Bodas de Prata da futura Imperatriz do Brasil, a princesa Izabel. Também deveria servir para mostrar aos inimigos da monarquia o quanto a coroa estava solidamente estável sobre as cabeças de suas majestades.

Planejado para ser inesquecível, realmente se tornou um fato histórico lembrado sempre que se recorda do fim da monarquia e da instalação do poder republicano no país. Contam os cronistas da época, que o imperador Dom Pedro II, homem culto e inteligente, não concordava com a festança. Mas seus “assessores” o convenceram a participar do esfuziante evento. Mesmo assim, já percebendo que seu trono estava a perigo e que aquela distração fosse mesmo acelerar sua caída, o imperador não ficou à vontade durante a festa. E retirou-se cedo, antes mesmo de ser servido o jantar.
E, como todo homem sensível aos sinais dos tempos, Dom Pedro II sentia que a desgraça se aproximava e o ruído da carroça do destino sobrepunha, para ele, os sons da orquestra, o tilintar das taças, o farfalhar das sedas e o rumor dos bochichos das mais de duas mil pessoas presentes. E estava certo, aquele baile foi a última festa da monarquia. Seis dias depois, no amanhecer de 15 de novembro, os militares instalaram a República e no dia 17 o Imperador deposto foi forçado a sair para sempre do Brasil levando consigo sua família.

São muitos os exemplos do quanto o esquecimento da história e a insensibilidade intuitiva tem gerado as mais dolorosas quedas.
E, para quem tem “olhos para ver e ouvidos para ouvir”, o tempo todo pululam ao redor exemplos inspiradores. Por que mesmo assim há aqueles que abandonam a memória do passado e repetem o mesmo erro, se destruindo e levando consigo uma enorme vastidão?
Bernardo de Claraval, um monge cisterciense que viveu na França no século XII ensinava que todo poder traz consigo a semente de sua própria destruição. Essa semente só germina quando o poderoso se esquece de que tudo no mundo dos homens tem um fim.

A sabedoria judaica tem um ditado que por muito tempo foi muito disseminado no Brasil. Principalmente na época da II Guerra, era comum se dizer: “quando você vir a barba do vizinho arder, ponha a sua de molho”. Dizem que esse foi um axioma muito lembrado pelos judeus do Leste Europeu no tempo do Grande Holocausto promovido pelos nazistas. Certamente esse fora um dos avisos mais lembrados naquele tempo.
E, na atual situação do mundo, esse ditado deveria ser lembrado por todos os sensatos. Afinal, rolam cabeças, honras, reputações, fortunas, poderes e poderosos em todos os lugares. Há vários sinais muito claros de que a Terra não só atravessa uma época de mudanças, mas uma mudança de época. É o fim de um mundo conhecido e se inicia um mundo ainda não imaginado.

Como os dinossauros, a atual civilização está fadada ao extermínio. E só se livrará da hecatombe total se fizer como as criaturas jurássicas que transcenderam a destruição pela evolução. E evoluir, nos tempos atuais, é buscar valores mais altos, mais sublimes para nortear a vida.
O erro decisivo do materialismo e do agnosticismo pós-moderno é a incapacidade para ver que as experiências diárias da nossa vida são imensuravelmente inferiores à estatura da nossa inteligência humana. Se os materialistas estivessem corretos, esta inteligência seria um luxo inexplicável. Sem o Absoluto, a capacidade de o conceber não teria uma causa. A verdade do Absoluto coincide com a própria substância do nosso espírito. As várias religiões atualizaram objetivamente aquilo que está contido na nossa mais profunda subjetividade.
Além dos sinais do tempo a avisar e alertar para o eminente fim das velhas e carcomidas ilusões materialistas, há espíritos iluminados, profetas daqui e de além a insistir quase febrilmente: “ou a mudança ou a morte”.

Um dos mais notáveis avisos que o ser humano está recebendo do Universo são os sintomas da crise que nem o talento e a capacidade humana parece capaz de evitar. Além dos sinais da Natureza exaurida e revoltada, há os sinais das consciências coletivas que se insurgem por todo o canto contra o status quo. Quando, até pouco tempo, se podia imaginar que o espancamento de um cachorro vira-lata no fundo de um quintal pudesse gerar uma revolta nacional? E o que dizer das quedas de sólidas e rígidas ditaduras em países nos estados teocráticos onde os governos são sagrados e seus dirigentes têm, ou tinham, caráter divinos?
Então, o mundo natural, inanimado, e o social, autônomo, juntam-se num mesmo processo de sacudir o que é impróprio para a vida que se aproxima. No dizer bíblico, “céus e terra proclamam a chegada do Reino”.

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Conteúdo desenvolvido por: Ton Alves   
Ton Alves é coordenador do Projeto CASULO DE LUZ de incentivo à prática da MEDITAÇÃO HOLOMÍSTICA TRANSRELIGIOSA (MHT), baseada no exercício do silêncio interior, na contínua atenção ao instante presente e no amplo cuidado com as várias dimensões da realidade.
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