As Nossas Crianças
Atualizado dia 03/05/2013 12:34:30 em Espiritualidadepor Maria Cristina Tanajura
A chegada de meus filhos foi um presente inestimável e eu vivi esses momentos o mais que pude, com a consciência de que eram fases maravilhosas e insubstituíveis que iriam passar e seriam eternamente lembradas.
Agora, recebendo os netos que estão chegando, eu já me encontro em outro momento de minha vida e com a vinda de Maria Fernanda, que nasceu no último dia 15 de Abril, tenho vivido uma experiência diferente, muito forte, de perceber o quanto Deus, nosso Pai, confia nos seres humanos, enviando a uma nova encarnação seres amados por Ele e que irão viver por algum tempo totalmente dependentes de pais, ou adultos substitutos. O que me veio à consciência, diante dos cuidados que um bebê exige, que demandam esforço, que causam cansaço, foi o quanto ele pode estar sofrendo neste nosso mundo tão egoísta e de valores truncados.
Imaginei a situação dos bebês que não são bem recebidos, dos que vêm para lares onde a pobreza impera -material ou espiritual- e isto tudo me deixou triste e, para ser sincera, nunca tinha pensado dessa forma com tanta clareza.
Um ser tão indefeso, tão pequenino, dependente de tudo e nascendo neste momento planetário confuso e sombrio, onde muitos pais só pensam na riqueza material e em trabalhar pra ganhar mais e mais, não pra sobreviver, mas pra ter poder, ostentar, gozar do que a matéria pode oferecer, tudo tão efêmero e passageiro, colocando em segundo plano o afeto, a atenção e o carinho de que os filhos precisam tanto!
Leva-se anos -às vezes milênios- para se planejar a encarnação de um filho de Deus, que precisa vir relacionado a um sem número de afetos e desafetos, num determinado ambiente cultural e aqui chegando, tantos são rejeitados... tantos encontram as portas fechadas e são abortados, como se fosse muito simples voltarem a encarnar através de qualquer outro casal. Mas sabemos que isto não é a verdade. Cada um de nós se liga aos que precisa encontrar, unidos que estamos pelos laços de amor ou de ódio construídos em vivências passadas. Os recomeços são portas de libertação, de limpeza de caminhos trilhados em outros tempos e o início de uma nova jornada de conhecimentos e crescimento, ou de mais uma falência, que exigirá outras reencarnações.
Feliz é a criança que chega a este mundo material cercada de amor e através de pais que a respeitam como um ser único, dotado de mais ou menos experiência, de conhecimentos, que muitas vezes vem trazendo bênçãos e paz para o novo círculo familiar.
O aborto, já legalizado em muitos locais neste nosso planeta, reduz o nascimento a um acontecimento trivial, sem importância, como se o feto já não fosse um ser pré-existente, com compromissos assumidos diante de Deus!
É muito importante que se olhe a criança com todo o respeito que ela merece, pois inúmeras vezes precisou de muita coragem para decidir reencarnar, mesmo sabendo das dificuldades que iria encontrar, nesta fase apocalíptica, quando valores estão mudando e há tanta desorientação nas pessoas de um modo geral.
Aprovar o aborto é dar permissão para que se fechem as portas da escola terrena para irmãos nossos -muitos deles antigos conhecidos- que tanto precisam estar aqui para refazer laços afetivos, conseguindo assim paz na consciência, treinando novas formas de viver mais próximas da perfeição divina, enfim, seres que como todos nós necessitam viver na matéria para aprender e crescer.
Antes de desistirmos das crianças que estão vindo, pensemos em tudo isto e procuremos ajudá-las a se sentirem seguras neste plano para o qual chegam. Jamais é por acaso que vêm. São verdadeiros universos de conhecimentos, sentimentos, dons, cada uma delas criação única e particular do Pai!
Texto revisado
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Socióloga, terapeuta transpessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |