As ocultas lembranças e suas imaginações
Atualizado dia 6/29/2017 5:57:11 PM em Espiritualidadepor Bernardino Nilton Nascimento
E as histórias, as sagradas escrituras religiosas como ficariam? Olha, alguém conta uma história e cada um imagina como ela representa dentro da sua imaginação própria. As escrituras sagradas tratam de personagens vividos bem longe dos nossos tempos. Como as religiões conseguem trazer essas escrituras para os dias de hoje? Não estou falando só da Bíblia, e sim, de todas as outras religiões que, em suas doutrinas, foram escritas há dezenas, centenas ou milhares de anos.
Então, podemos afirmar que religião e cultura se misturam ou se juntam?
As culturas são regionais, porém, analisando-as criteriosa e geograficamente, junto às religiões, verificamos que elas se fundem.
Será que ao verificarmos um fato poderíamos logo explicá-lo? A memória tem mistérios que escapam à imprudência do nada e, sob uma aparente simplicidade, oculta-se de lembrar importantes ensinamentos. Sim, a toda hora estamos recordando.
Quais são os mecanismos que nos autorizam gozar esta felicidade de participar, quase por magia, da nossa consciência passada? Quais os processos que condicionam a evocação, a fixação e até mesmo as deformações das histórias conforme vão passando de pessoa para pessoa? E, se a recordação é coisa tão comum, por que há tantas interpretações?
Eu sinto que Deus é único e Universal, não só desta Lua e deste Sol, mas de outras galáxias e outras estrelas, que cada dia a ciência vem descobrindo.
O meu Deus é esse, ele não mora em mim, eu moro nele, e tenho que respeitar esses universos que fogem aos nossos olhos externos, e o nosso interior, esse mundo aparentemente pequeno é tão grandioso que as imaginações viajam sem saber o paradeiro, parece tão longe de ser atingido como o mundo externo. Podemos senti-lo a todo o momento, pela bondade, caridade, compaixão, gratidão, fé e amor.
Mas, ao mesmo tempo em que Deus é único, o vejo ser dividido em continentes, nomes, regiões, culturas e religiões, como um Deus tribal, isso é, cada conjunto de pessoas que formam uma tribo o invoca sob diferentes formas, e nessas divisões, o mal também se faz presente em seu nome.
Podemos imaginar Deus da seguinte forma: “um aquário cheio de água fica com todos seus espaços preenchidos, certo? Colocamos peixes e eles ocupam os espaços, mas em volta deles, tudo é água. Eu vejo o mundo assim. Nós estamos dentro desse grande universo preenchido de energias que com certeza é Deus (o criador de tudo), e nós, ocupando seus espaços, respirando essa energia, puxando para dentro de nós a sagrada energia que nos dá vida. Essa vida é Deus".
Muitas vezes falamos: respira fundo que melhora, relaxa, isso é, respira a energia e confie, porque Deus se faz presente.
Estamos dentro dessa energia, somos os maiores condutores e interligados a tudo que foi da criação. Um simples e amoroso olhar, pode mudar qualquer situações adversas, um levantar de mão para um irmão, pode realizar verdadeiros milagres.
Porém, temos que ter cuidado com o choque da nossa energia interior com a exterior, tudo de bom acontece quando alinhamos a nossa energia interior com a exterior, “Deus”.
Como seria bom se pudéssemos pegar um pouco de cada escritura sagrada, de cada ensinamento passado e presente, colocá-los em um só estado. Veríamos que os personagens mudariam, mas a energia e o amor de Deus, jamais.
Dizem que temos boa memória quando as lembranças às quais necessitamos e evocamos, surgem imediatamente, com exatidão. É habitual descrevermos os momentos e as histórias no processo da memória, isto é, na evolução da lembrança, sem fantasiar o real e o verdadeiro. A ciência tem a sua contribuição nessa história.
Nada é possível na nossa vida quando colocamos nossos sonhos, objetivos, esperanças e fé em xeque. Quando isso acontece, as palavras tendem a fluir sem o seu verdadeiro sentido.
Quantas imagens do passado surgem do fundo da nossa alma, para alegria e tristeza das nossas atividades diárias, sem que tenhamos expressamente desejado sua aparição? Lembranças que nos impõem e nos maravilham a um só tempo. Não é maravilhoso que o meu saber, meus conhecimentos possam intervir, quando necessário, no curso do meu pensamento, sem que eu seja obrigado a dirigir minha recordação à força? As ideias podem, mesmo por vezes, viverem livres, como as imagens das fantasias e das imaginações.
Quantas mentiras viraram verdades, e quantas verdades ficaram para trás como mentiras?
Os sentimentos mostram que toda lembrança é provida de um sentido que a engloba e ultrapassa, possuindo uma espécie de valores afetivos. A lembrança espontânea só é compreendida se a pusermos em interação com o conjunto dos sentidos, que, no seu limite, se enraízam em nosso "eu".
Para obter boas lembranças, se faz necessário exercitar coisas boas no momento presente, no agora. Porém, nem tudo são flores no que se refere a lembranças. Frequentemente elas se desordenam. Seja no inconsciente, na afetividade e no amor.
Ficar distraído ao elemento diretor da consciência, a idas e vindas, tem a ver com a memória bruta, que satisfaz apenas o momento presente. Ora, o importante é, antes de tudo, encontrar nas escrituras e nas histórias do nosso subconsciente, da nossa caixa-preta da memória, o que realmente acreditamos, sem nos favorecer, seja em que grau for. Quando a vontade intervém para dirigir o trabalho das lembranças, devemos dizer não.
É melhor dominar nossos pensamentos e escolher somente as boas e "nobres lembranças", porque, das verdades em si jamais escaparemos. Esteja onde estiver a verdade sempre virá à tona.
O espírito sente-se superado por si próprio. Ele está diante de algo que ainda não é, e que só ele pode realizar e focalizar devidamente. Aqui, a vontade apoia-se na inteligência, na faculdade de "estabelecer relações". A inteligência, baseando-se no quadro, na probabilidade e na lógica, torna a ligar os acontecimentos uns aos outros e procura reconstituir o que realmente ocorreu.
Quando tento rememorar as histórias, não deixo que se desenrole uma sequência de imagens no interior das minhas ocultas lembranças. Paro, reflito sobre minhas possíveis verdades imagináveis, dando forma a "Deus” através do bem, do servir, do desapego, da liberdade, do desejo de ver o próximo feliz e do amor.
BNN
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