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Bruxa conta histórias das Erínias

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Autor Marisa Petcov

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 08/07/2011 15:33:30


As três Erínias ou Fúrias estão entre as mais antigas Deusas gregas. Em todos os diferentes mitos da criação, elas têm um lugar no esquema primordial das coisas, precedendo em muito as divindades masculinas do ciclo de Zeus. Assim, são consideradas contemporâneas dos Titãs, nascidas da união entre o Ar e a Mãe Terra, ou filhas da terra surgidas, segundo Hesíodo, do sangue do Urano mutilado. Filhas da Noite (Nix), enquanto, para Sófócles, eram filhas das Trevas com a Terra.

Essas três anciãs são Aleto (a de ira incessante), Tisifone (vingadora do assassino ou retaliação) e Megera (a ciumenta). Vivem no mundo inferior. Ésquilo as descreve como pavorosas mulheres semelhantes a Górgonas que envergam longos vestidos negros, com tranças formadas por cobras, olhos injetados e unhas semelhantes a garras, sendo mais tarde representadas como donzelas aladas de aspecto sério, vestidas de caçadoras, com serpentes ou tochas nos cabelos, portando açoites, tochas ou foices.

Elas vingavam o derramamento de sangue, de modo particular o de um genitor e, mais especialmente, o assassinato de mãe pelo filho. Quando isso acontecia, saíam da sua morada nos portões do Hades e perseguiam o autor do derramamento de sangue até a vingança. Ninguém podia escapar da sua fúria. Podemos vê-las como guardiãs da linhagem, das forças que atuam por meio da hereditariedade. Foram mais tarde consideradas como tendo três facetas, cada uma das quais costumava receber um nome diferente. 

Como Sêminas (e como Eumênides) eram as veneráveis ou gentis; como Diras, proferiam maldições contra quem transgredia as leis da linhagem; e como Manias ou Fúrias, vociferavam em seu furioso aspecto vingativo. Eram adoradas no seu santuário no sopé do Monte Areópago, em Atenas.

Como protetoras dos direitos da linhagem matriarcal, as Erínias não se harmonizavam com a mudança para uma sociedade mais patriarcal que se desenvolvia na Grécia no primeiro milênio antes da era comum. Eram demasiado antigas, por demais arraigadas no coração do povo para serem facilmente substituídas por um grupo de deuses e deusas vingativos mais simpáticos ao novo clima do patriarcado. Contudo, foram transformadas nas delicadas Eumênides - o que podemos ver expresso de maneira mais clara na lenda de Orestes e as Fúrias, no drama de Ésquilo, As Eumênides. 

Orestes, filho de Clitemnestra, matou a mãe num acesso de fúria vingativa por ter esta assassinado seu pai. As Erínias, naturalmente, o perseguiram, incansáveis, por mais de um ano, enquanto ele usava todos os recursos para se purificar do matricídio. Elas não se pacificaram e Orestes foi forçado a procurar refúgio no templo de Apolo. Os deuses concordaram em julgar Orestes e o primeiro julgamento com júri foi presidido por Atena. Houve um empate e a decisão coube a Atena, que votou contra a punição do matricídio.

As Erínias ficaram possessas e exclamaram que os deuses da nova geração tinham desrespeitado as leis antigas e as desautorizado. Ameaçaram arrasar a Terra, deixando cair uma gota do sangue do seu coração sobre ela e, como tinham ainda poder sobre a descendência, podiam fazer cair sobre a humanidade a esterilidade. Terminaram por ser aplacadas e reconciliadas com a nova ordem quando se concordou que fossem adoradas com sacrifícios num santuário em sua honra, em Atenas. Receberam o nome de Eumênides ou gentis, tomado de empréstimo de uma tríade anterior de deusas do mundo inferior que fizeram surgir do solo plantas comestíveis como uma dádiva à humanidade. Elas controlavam as forças do crescimento que operavam no reino vegetal a partir de baixo. São, portanto, forças da terra claramente femininas, opostas às forças masculinas que operam a partir de cima, à luz do sol. Elas também governavam forças que agiam por meio do feminino na reprodução humana.

As Erínias eram, por conseguinte, deusas tríplices guardiãs e protetoras da integridade da linhagem matriarcal, enquanto as Eumênides eram deusas tríplices que nutriam o fluxo da vida e dele cuidavam por meio do feminino. Logo, podemos ver que essas duas facetas terminaram por se fundir nesse período ulterior da civilização grega, que foi entregue quase inteiramente a uma estrutura social patriarcal.

 

Continua

Baseado no livro de Adam Mclean, A Deusa tríplice

 

Marisa Petcov

Sacerdotisa da Tradição Diânica Nemorensis, Numeróloga e Contadora de histórias

Comunicadora do site link com o programa Contando histórias e números, terças-feiras, às 20 horas

 


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Marisa Petcov   
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