CARIDADE OU CULPA?
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Autor Eda Cecíllia Marini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 5/25/2009 3:13:21 PM
Por termos uma tradição religiosa cristã baseada nos preceitos do catolicismo romano, creio que este assunto afete a maior parte de todos nós.
Crescemos escutando que devemos ser caridosos e ajudar o próximo, pois só assim poderemos alcançar a perfeição e suas benesses! Em parte, esta afirmação não deixa de ser verdadeira, como veremos mais adiante.
O que pega, é a superficialidade do entendimento do que é a verdadeira caridade, a banalidade com que foi estruturado um conceito que, na realidade, tem abrangência muito mais ampla do que se pensa.
Sempre que se fala em ser caridoso ou em fazer caridade, vêm-nos à mente imagens de crianças ou idosos pedindo esmola nas esquinas, campanhas de natal, arrecadação de bens materiais, distribuição de sopa e cobertores para moradores de rua, etc., etc., ou simplesmente a obrigação de "ser bonzinho".
Infelizmente, o sentimento que acompanha estas imagens é rançoso e também herdado de antigos conceitos de religiosidade: "eu tenho que...por que senão..." , baseados no condicional, no toma lá, dá cá, na troca de favores, como se fosse um contrato firmado de compra e venda de bênçãos e merecimentos. "Eu preciso dar, por que senão serei castigado, não serei amado por Deus, serei taxado de egoísta, não serei aprovado e nem aplaudido!"
Mais ainda: a sensação de mal estar por não ter feito o convencionado, o suficiente ou o esperado, de estar sempre devendo alguma coisa a alguém mais necessitado, até de ter uma condição econômica melhor que o outro, sensações estas originadas em valores distorcidos - que se baseiam na manipulação e no controle - e que definimos simplesmente por culpa. Aquela culpa que, de tão antiga, já se tornou atávica, passou a fazer parte de nossa equipagem mental e comportamental. Então, "fazemos caridade" para não sentir culpa, de um modo reflexo e automático.
E, com isso, nos desconectamos de nossa essência divina, nos distanciamos continuamente de nossa Alma, nossa Essência Divina, de onde vêm os verdadeiros conceitos e sentimentos altruísticos.
Se estamos em uma busca de crescimento interior, mister se faz refletir sobre a verdadeira definição e dinâmica da caridade. Consiste em atitudes e comportamentos solidários, éticos, espontâneos e autênticos, que definem uma posição interna do indivíduo, onde valores e conceitos renovados estão agregados aos seus hábitos diários de convivência, ao seu modo de ser e de sentir, de tal forma que passam a ser uma característica de sua personalidade, sendo muito fácil e prazeroso praticá-los. Não há culpa nem cobranças, há apenas alegria, amor e satisfação.
E quais são estes valores e conceitos?
- Generosidade e altruísmo, sinônimos de desapego e gentileza,
- Paciência - saber esperar, o que envolve em também saber ouvir e compreender o outro ou a situação, e não o que se quer ouvir.
- Perdão: quando entendo o outro como ele é e o aceito, estou praticando o perdão.
- Benevolência: ver o lado bom das coisas, das pessoas e das situações, mesmo conhecendo seu lado mau. É benignidade, não pré-julgar! O que remete à tolerância, com lucidez.
- É diferente de ser otimista, mas o otimismo também pode ser uma das qualidades da caridade. Por que não?
- Bondade - comportamento sempre visando o bem.
- Boa vontade - diferente de servilismo, é atenção, observação e disponibilidade a servir com carinho, dentro das possibilidades pessoais.
- Mansuetude e ternura - qualidades que acolhem e aconchegam quem as recebe, deixando-as à vontade e estimulando sua auto-estima e dignidade.
- Incondicionalidade: fazer sem discriminar a quem ou porque, dentro de seus próprios limites, é claro.
- Alegria e descontração, provenientes do prazer e da satisfação internas do ato caridoso.
- Promoção social: dar sim, mas, antes de tudo, dar dignidade ferramentas de crescimento pessoal e espiritual.
- leveza, autenticidade e espontaneidade;
- solidariedade, isto é, partilhar interesses, necessidades ou propósitos;
- compaixão, amor - identificação e entrega.
- compreensão e aceitação.
Por tudo isso, a caridade se torna algo muito prático de ser exercitado, no dia a dia:
- no trânsito caótico, porque não dar passagem para quem está pedindo ou esperando?
- na convivência familiar, porque não usar de diálogo e compreensão?
- porque não colaborar espontaneamente com os trabalhos domésticos?
- no ambiente profissional, porque não praticar o respeito e o antigo coleguismo?
- porque não abrir mão do lugar na fila do caixa para quem está com poucas compras?
- porque não ceder seu lugar no ônibus, a um idoso, uma grávida, a alguém carregado de pacotes? porque não ajudar a carregar os mesmos pacotes?
- porque não cumprimentar as pessoas com um sorriso?
- porque não dizer "obrigado", "com licença", "bom dia"?
- porque não caminhar na rua sem derrubar as pessoas?
- porque não aceitar o familiar idoso, sem irritação?
- porque não dialogar quando não concordar com algo?
- porque não ceder a opinião própria frente à diferente da sua?
- porque não ter paciência com os filhos, com as crianças, com os idosos?
- porque não usar uma lixeira, na rua, no carro ou no ônibus?
E por aí vai: cada um vai perceber, em si próprio, suas possibilidades e ferramentas para praticar a caridade.
Há que se ressaltar aqui um aspecto importante: a caridade por si próprio.
Só conseguiremos ser verdadeiramente caridosos com o próximo quando o formos conosco: sem cobranças provenientes da auto exigência exacerbada, sem culpas. Com generosidade e sobretudo humildade, pois só assim reforçamos e ampliamos a conexão com nosso Divino.
Campanhas solidárias de natal, de alimentos, de arrecadação de fundos, para desabrigados de tragédias, para a manutenção de instituições sempre existirão - e devem existir, pois fazem parte do mecanismo de sustentação de uma sociedade que se observa e é participativa e cooperativa. Quando praticamos todos estes atos descritos, estamos propiciando a expansão da energia de amor, solidariedade, altruísmo, compaixão, benevolência, etc., e ativando uma campanha de doação inimaginavelmente mais abrangente: como em ondas, esta vibração vai alcançando grupos, famílias, sociedades, até nações, porque não?
É a caridade por tabela, a nossa colaboração silenciosa para a humanidade, para o nosso planeta tão machucado e invadido. É praticar o que já dizia o Mestre Jesus: "que não saiba a sua mão direita faz a sua mão esquerda".
Sem hipocrisia.
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