Caso Eloá X Limdembergue: Anjos e Demônios
Autor Monika Alves de Almeida Picanço
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 19/10/2008 12:05:51
Batizada, crismada, fui educada em colégio católico, onde fiz minha primeira comunhão. Aos 16 anos, aproximadamente, tive experiências, que me levaram ao Espiritismo kardecista. Mais adulta, abracei a Umbanda Branca. Depois de também conhecer a Fraternidade dos Guardiães da Chama e a Grande Fraternidade Branca, fiquei longo período sem participar de algum grupo ou instituição religiosa, embora há dez anos, seja estudante da AMORC – Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz, mas que não considero como religião – porque não é –. É sim, uma filosofia, embora com raízes monoteístas e regida, atualmente, por ideais éticos cristãos – vide sua origem em Akhenaton, o faraó egípcio, que instituiu o monoteísmo em um país, à sua época, totalmente politeísta - . Há dois anos, mudei de cidade, de estilo de vida e a mudança mais importante veio com minha entrada em uma Faculdade de Teologia. Entrei espírita e embora, continue respeitando o espiritismo, bem como, todas as religiões - afinal, Deus é anterior à religião -, hoje, me defino "cristã", podem chamar de evangélica, ou protestante. Senti-me fortemente identificada com a Igreja Batista – Primeira Igreja Batista em Itanhaém – que me acolheu, como Cristo, de braços abertos e eu abri meu coração ao único Redentor e Salvador: Jesus. Nomes, rótulos, definições, placas de igrejas não fazem tanto sentido, quanto o significado que Jesus e Seu Evangelho têm, hoje, em minha vida. Por isso, quando leio na Internet a notícia de que o seqüestrador Lindembergue Alves, um rapaz de apenas 22 anos, considerado pacato e trabalhador, até o momento em que seqüestrou sua ex-namorada de apenas 15 anos, declarou que “...havia um diabo e um anjinho, e que o diabo falava mais alto" e assim, matou sua ex-namorada e feriu a amiga dela, não me espanto tanto. Hoje, conhecendo melhor as Escrituras, não duvido de uma figura, chamada Satanás. Dizia, em meu “post” Essências, em meu blog – vide – sobre o que o homem é capaz, depois que desobedeceu a Deus e “comeu da fruta do conhecimento do bem e do mal”. Também aprendi, em Angelologia, estudo dos anjos, que existem anjos bons, enviados por Deus (“Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Hebreus 1.14), mas...existem anjos maus, que decaíram com Lúcifer (“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” Isaías 14.12). Esta legião aí está, a mando do “príncipe deste mundo” (“Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam” 1Coríntios 2.6), o “pai da mentira” (“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” João 8.44)– e cada vez mais, precisamos lutar com todas as forças, pois nossa luta não é contra seres visíveis, é batalha espiritual (“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Efésios 6.12). Lembro de um amigo, colega da Faculdade de Teologia e diácono em uma igreja cristã, que me disse, certa vez: “Monika, Deus está procurando pessoas e se ele está procurando, é porque precisa, ninguém procura pelo que não precisa....” Pois, somos necessários, soldados de Cristo nessa batalha. Não é exagero, não são palavras vazias, precisamos estar atentos, precisamos orar, precisamos agir, educar, falar, escrever, dar exemplos de vida...A batalha é árdua, é dura, é diária, mas vale a pena! Valerá! C. S. Lewis, autor e estudioso de Cambridge, aquele mesmo de “As crônicas de Nárnia”, escreveu sobre o “modus operandi” dos "anjos maus": “A questão mais comum a mim dirigida é se realmente "acredito no Demônio". Agora, se você entende por "Demônio" um poder que se opõe a Deus e que, como Deus, existirá por toda a eternidade, minha resposta certamente é Não. Não existe o oposto de Deus. Nenhum ser poderá alcançar uma "maldade perfeita" oposta à perfeita bondade de Deus; pois quando retirássemos todas as coisas boas (inteligência, vontade, memória, energia e a própria existência) nada mais restaria. A questão apropriada é se acredito em demônios. Eu acredito. O que também quer dizer que acredito em anjos, e acredito que alguns deles, devido ao abuso do seu livre-arbítrio, tornaram- se inimigos de Deus e, como um corolário, tornaram-se também nossos inimigos. A estes podemos chamar de demônios. Sua natureza não difere da dos anjos bons; porém é uma natureza depravada. Demônio é o contrário de anjo, assim como Homem Mau é o oposto de Homem Bom. Satanás, o líder ou ditador dos demônios, é o oposto, não de Deus, mas de Miguel.” (IN “Os Anjos Caídos e as origens do mal”, de Elizabeth C. Prophet ) Quando cursava Direito, li uma obra interessantíssima sobre crimes passionais, “A paixão no banco dos réus”, de Luíza Nagib Eluf. Limderbergue matou, pois não se conformava com a separação da “amada” (?). Continua C. S. Lewis: “Os anjos maus, assim como os homens maus, são inteiramente práticos. Eles são guiados por duas forças. A primeira é o medo da punição: pois assim como os países totalitários possuem campos de tortura, o meu Inferno contém Infernos ainda mais Profundos, suas “casas de correção”. A outra força que os guia é uma espécie de ira. Penso que os demônios podem, caso queiram, devorar-se uns aos outros; e também devorar-nos. Mesmo na vida humana observamos o domínio da paixão, que algumas vezes, quer digerir o próximo; e fazer da vida emocional e intelectual do outro uma mera extensão da nossa própria existência. O reservatório de paixão do próximo deve ser completamente entregue; se não o for, ele é considerado egoísta. Na Terra, este desejo é comumente chamado "amor". No Inferno, imagino que seja denominado fome”. (IN “Os Anjos Caídos e as origens do mal”, de Elizabeth C. Prophet). Acreditando-se ou não que Limdembergue ouviu o diabo, o desfecho foi o que foi: Morte! Pelo menos, três vidas diretamente acabadas, pois foi-se Eloá. Nayara ficará para sempre traumatizada. O seqüestrador verá a morte em vida....Os familiares das vítimas, arrasados! Mais uma vez, repito: o que se pode fazer, além de se voltar a Deus? Que melhor decisão um ser humano poderá tomar, hoje em dia? “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26.36) “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tiago 4.7) Caso queira conhecer um pouco sobre Anjos e Angelologia, dentro da ótica puramente cristã, recomendo a leitura de “A Batalha – como derrotar os inimigos de nossa alma”, de Thomas Trask e Wayde Goodall, editora Vida. Acesse também: Anjos – a doutrina: link Anjos, existem?: link Anjos, Querubins e Serafins: link Sob outra ótica: “Anjos caídos e as origens do mal” – Elizabeth Clare Prophet, Ed. Nova Era
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Teóloga, jornalista, radialista, professora. Pós-graduada em Filosofia. Licencianda em Letras. Palestrante. Cantora e compositora. Mestranda em Teologia Histórica e em Ciências Sociais da Religião. Autora dos livros Redescobrindo o Ser Ético: http://migre.me/exvRM Reflexões Teológicas Vol. 1: http://migre.me/exw2i Contatos: [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
