Chá Hoasca: alucinógeno, iluminógeno, enteógeno...




Autor Michaël Vieira dos Santos
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 17/04/2012 12:02:12
Artigo extraido do livro: "Uma colher de chá do Mestre TIUACO" - Volume II .(11 3996 3205).
Estou abordando estas designações que andam à solta na sociedade para que as pessoas leigas tenham mais informações corretas deste Chá. Mesmo que a abordagem de TIUACO é única, não tendo comparação com outros grupos que bebem o Chá. TIUACO quer colocar um ponto de vista científico nestes trocadilhos que querem designar o Chá.
Bem, ao leitor deve se pontuar em que época foi apresentado o Chá à sociedade do homem branco.
Na década de 60, pouco se dava valor às pesquisas do interior humano, sendo a vida psíquica sensorial mais considerada pelos seguidores de Freud.
Este gênio da psicologia, como a formação de um bom médico, tinha uma visão muito sensorial da vida psíquica do ser humano, o que reduziu muito este extenso universo transcendental que aceitamos mais hoje. Keppe já lançava as bases de uma psicanálise integral com seu livro A Medicina Da Alma, tendo ele uma visão mais ampliada do universo psíquico.
"Mas o que isso tem a ver com o chá?", pode indagar. Desde tempos antigos, o homem vem buscando um mundo maravilhoso, que acredita estar no conhecimento; Keppe postula ao contrário, que o conhecimento só nos é acessível pelo sentimento correto (amor), pois este é maior que as ideias e nele está a humildade, digo eu.
Voltando ao contexto deste capítulo, na Grécia antiga, através do helenismo, seu maior ícone, Sócrates, defendeu que a virtude é proveniente do conhecimento. Assim, a humanidade vem tentando resolver seu problema pelo pensamento.
Como escrevi, Freud, por lançar as bases da Psicologia com o conceito do inconsciente, fez muitos adotarem na época este mecanismo
de investigar o inconsciente para saber da vida interior humana. Assim, o Chá entrou como um recurso a mais para se chegar a tal objetivo:
atingir a verdade interna pelo inconsciente.
Os funcionários religiosos adotaram também esta ideia, de construir uma via para chegar ao Criador. Os iogues, os budistas, os santos, todos tinham uma ideia megalômana de construir uma via para chegar ao Criador.
Preciso dizer que existem, a meu ver, duas ciências circulando no mundo atualmente: uma todos conhecem como cartesiana, ortodoxa, positivista, indutiva; e outra, aristotélica-tomista, por consequência organizada a priori, não sendo preciso dizer que é indutiva por ser baseada na experimentação e em fundamentos totalmente errôneos, por sua vez invertidos.
Francis Bacon (1561-1626) é considerado por Léon Brunschvicq o introdutor da indução na ciência moderna - Bacon também é o pai da ciência experimental moderna. As consequências de tais introduções foram catastróficas para o mundo, porque tais conceitos levaram os cientistas a ter total liberdade para pensar o que quisessem em torno de seu trabalho, livrando-o de qualquer compromisso sério anterior.
Assim, no pós-guerra, houve o predomínio deste modelo acadêmico, considerado mais ético devido às suas características exaustivamente apontadas com resultados de pesquisas de campo.
Por outro lado, este modelo também pode ser manipulado, como fala o autor Fernandes Florestan (1999, p.13): "As manipulações analíticas através das quais o investigador procura assegurar para si condições vantajosas de observação de fenômenos".
Bem, a teoria do evolucionismo de Darwin tem uma abordagem totalmente baseada nesta ciência, que é totalmente delirante; e quem nela confia deve rever tal identificação nos delírios, é claro.
Podemos dizer que se ele tivesse usado a experimentação para constatar ou rejeitar tais assertivas teria andado no caminho certo; outro erro desta ciência é ter rejeitado a metafísica, o que a afasta de vez da realidade científica.
Como venho estudando com Dr. Norberto Keppe, a ciência verdadeira, não profana e espiritualista é baseada na dedução, na abstração, na metafísica e nos universais. A ciência espiritualista é baseada nos fatores internos e pensamento correto do cientista, que pode ser aceito ou refutado pela experimentação. Já a outra é de cunho objetivo; com fenômenos exteriores, ela não considera a atitude do cientista que na maioria das vezes está em um delírio ao formular suas hipóteses experimentais, processo a que chamamos de indutivo fantasioso.
A ciência não profana normalmente é mais exata do que a objetiva porque:
1) está fundamentada na abstração dos universais;
2) usa menos dados a priori, um dos requisitos obrigatórios que o processo indutivo exige do cientista para sua pesquisa.
Portanto, a chamada ciência espiritualista (sociais e humanas) é mais real que as exatas (física, matemática, astronomia), pelo menos
pelo que constatamos até agora, olhando seus efeitos no planeta: explodindo bombas atômicas, usando usinas nucleares sem saber seus reais efeitos, produzindo alimentos transgênicos sem conhecer suas reações no organismo a longo prazo, causando efeitos na economia planetária em decorrência teoria de Karl Marx, e por aí afora.
Não posso deixar de lembrar que a ciência moderna tem muita influência também do processo indutivo, redespertado pelo aristotelismo tomista.
Assim, podemos dizer que as exaustivas pesquisas científicas e trabalhos científicos baseados na ciência profana, ainda que certos, feitos com o Chá e pesquisa de campo com os que o bebem, seguiram estas orientações indutivas. E eis o porquê daqueles trocadilhos que comentei
no início deste capítulo.
continua...









Michaël V. dos Santos é Fisioterapeuta Psicosomatopedagogista, graduado em 1990, fez pós-graduação em Homeopatia, Acupuntura e Psicanálise. Publicou o livro "Uma Colher de Chá" do Mestre TIUACO -11 3996-3205 - Trazendo uma genuina abordagem para aqueles que querem conhecer o xamanismo moderno. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |