Codependência, independência e interdependência
Atualizado dia 4/15/2014 2:51:33 PM em Espiritualidadepor Alex Possato
Nascemos sob o signo do medo da escassez. E tudo o que desejamos é que algo nos dê aquilo que mais sentimos falta. Queremos que nossos pais nos dêem amor, carinho, segurança, alegria, sustento. Mas não recebemos nunca o suficiente. Porque eles não tem tanto para dar. E saímos pelo mundo buscando alguém que supra estas necessidades: namoradas, empregos, famílias, grupos… Encontramos muitas pessoas, e às vezes, pessoas maravilhosas. Mas todas as relações que tecemos baseados no medo da escassez, nos provocam o sentimento de que… está faltando algo. Não nos completa. Não nos completa em termos de segurança. De afeto. De dinheiro. De amizade. De respeito. Nestas relações, usamos os outros como bengala e somos usados pelos outros. Não sabemos o que é o amor. Nossas emoções de dor e carência mais profundas são provocadas e podemos aprender muito a nosso respeito, e a respeito do outro. É um aprendizado difícil, mas importante.
Independência
Partimos para o mundo acreditando: eu faço. Eu consigo. Eu sou do jeito que sou, o resto que se dane. Nada depende dos outros, tudo depende de mim mesmo. Não respeito regras, limites ou padrões. Assim, vou desenvolvendo a minha força. A minha coragem. A minha capacidade de fazer e de ouvir críticas, sem me abalar. Muitos nos admiram, porque eles são codependentes, agem como carneirinhos, e nossa atitude de águia causa impacto. Mas não os olhamos, porque estamos vendo sempre além… lá longe. Este tipo de energia me aproxima muito do meu poder pessoal, porém, me afasta do meu sentimento, do meu coração. Não sei o que é o amor. Sou movido por objetivos, e o objetivo é sempre para a minha satisfação. No fundo, também sou movido pelo mesmo medo de escassez. Ninguém se aproxima de mim, por isso, aos poucos, vou me sentindo abandonado e percebo minha vida sem sentido. Aprendo, neste momento, que a independência é necessária para alcançar o que quero. E também aprendo que se ficar somente indo atrás do que quero, fico vazio.
Interdependência
Estou despertando. Percebo minhas emoções, percebo as emoções dos outros. Conheço a minha inteligência, minha força e sei usar estratégias para alcançar os meus objetivos. Começo a perceber que não tem sentido servir de bengala para as dores dos outros. E deixo de esperar que algo externo preencha um vazio que, em si, só pode ser preenchido com o meu próprio amor. Entendo que minha carência é irreal, uma marca do meu passado, e começo a me libertar dela. Busco a minha independência: material emocional, intelectual… e sei que outras pessoas estão ajudando neste processo. Deixo de ter medo delas, porque ninguém deseja me ferir. Ninguém pode me ferir. Esta é outra lembrança de algum passado remoto. Eu confio. E sei que tenho muito a dar ao próximo. E tenho muito que receber. Coloco-me no fluxo. Viver com pessoas torna-se fácil, porque não me enrosco, nem me deixo enroscar. Dou, sem obrigação, nem exigência. Recebo, com gratidão, não importa que sejam jóias valiosas ou bijuterias empoeiradas. Ganho um sentido de vida, somente pelo fato de estar vivendo, servindo e sendo servido. Começo a perceber o Amor. Eu sou o Amor. Você é o amor. Os carentes emocionais são Amor. Os egoístas são Amor. Os líderes são Amor. Os cordeirinhos são Amor. Tudo é Amor. Fico honrado por ter sido convidado para esta grande festa.
Texto revisado
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
