Como devemos olhar para a morte?
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Autor Alex Possato
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 10/25/2013 11:06:46 AM
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Talvez você tenha deixado com os mortos sua força vital. Você a reencontrará se descer até eles com recolhimento, deitar-se silenciosamente ao seu lado até sentir tranquilidade e união com eles. Aguarde então, até que algo venha deles para você. Tome isso em seu coração, e lentamente retorne à luz dos vivos”. Bert Hellinger – Religião, Psicoterapia e Aconselhamento Espiritual
Uma morte. Meu filho adotivo perdeu seu irmão. Eu também perdi um irmão jovem. E outra irmã, recém saída da faculdade… Ele foi ao enterro e voltou falando que foi culpa do lugar onde ele estava sendo tratado. “Mataram meu irmão!”, escreveu no Facebook. E isso não é verdade. Lógico, foi o que ele ouviu lá no enterro… Mas não vou entrar no mérito desta questão.
O que quero dizer é que a mente humana é hábil em fugir da realidade e das dores emocionais. Logo coloca uma culpa, e assim, não precisa olhar para o fato: um ente querido está lá, morto. Clamando para ser visto. A morte quer ser vista, sim! É necessário olhar para ela, sentir a dor da perda, a culpa por não ter feito isso ou aquilo, lembrar dos momentos bons… Fazer as pazes com o destino e libertar o morto, para que ele descanse em paz.
Desde o momento em que respiramos a primeira golfada de ar, estamos fadados a ver nosso corpo físico desaparecer. Eu irei morrer. Você irá morrer. Todos nós iremos morrer. Não há outro caminho na vida da matéria: ela se transforma. É importante treinar a mente para lidar com as perdas. E isso só se faz com a intenção. Saber que tudo morre. Um relacionamento não dura para sempre. Os bens materiais se deterioram. O dinheiro vem e vai. Os animais de estimação se vão. Nosso corpo vai se debilitando. Isso é fato, que qualquer um entende.
A causa do sofrimento, portanto, não é a morte ou a perda. É não querer aceitar o fato de que as pessoas e coisas morrem. Aceitar inclusive que a cada minuto de vida, estamos um minuto mais próximos da nossa morte. Não aceitar que a vida se faz de ganhos e perdas. É viver na ilusão de que a vida material é a única coisa que existe, e por isso estamos tão apegados às coisas da matéria. Pessoas que vivem assim sofrem. Estão fracas emocionalmente. Não sustentam a verdade irrefutável: a matéria se transforma. E lógico, não estão prontas para transcender a matéria, e acessar uma vida de real prazer e liberdade. Onde a vida e a morte faz parte… e tanto faz. O desapego é possível. E é o único caminho. Lógico: sentiremos falta das coisas e pessoas que se vão e nós amamos. Mas quando nos desapegamos da parte física que desapareceu, magicamente, tomamos posse do amor que nunca se acaba. O amor não desaparece. O amor é a única coisa que existe. Existia antes do nascimento, continua durante a vida, e se prolonga na eternidade. A morte, assim, se transforma em força. Uma força incrível, que sustenta nosso caminhar por esta vida… A felicidade nesta vida é o prêmio para aqueles que sabem lidar com suas próprias emoções, sem se apegar à elas: tanto as emoções prazerosas, como as dolorosas…
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Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |