Como distinguir a felicidade?
Atualizado dia 24/11/2014 18:49:39 em Espiritualidadepor Leandro José Severgnini
Conceituar a felicidade é um dos esforços mais inúteis, jamais se chegará a um consenso, pois que a felicidade é algo muito relativo. Se entrevistarmos mil pessoas aleatoriamente e lhes pedirmos seu conceito de felicidade, teremos aproximadamente mil respostas distintas. Quem está certo? Todos, talvez! Digo "talvez" porque é evidente que, conforme se processa o amadurecimento de uma pessoa, também seus conceitos amadurecerão. Meu conceito de felicidade hoje é surpreendentemente diferente de alguns anos atrás. Se nos remetermos à nossa infância, nos surpreenderemos em perceber que - na maioria das vezes - éramos felizes sem qualquer conceito.
Enfim, o que é felicidade para você? Dinheiro? Saúde? Status social? Uma promoção em seu trabalho? Uma viagem? Casar-se com a pessoa dos seus sonhos? Ou você simplesmente é feliz sem qualquer condição? Não sei, mas como disse, é uma questão pessoal e qualquer conclusão ou julgamento é precipitado. De minha parte, posso apenas falar de mim mesmo e do progresso na busca da felicidade.
Já nutri, em minha infância, a ideia de que felicidade era o mesmo que ter uma grande quantidade e variedade de brinquedos, mesmo que não fosse aproveitar todos. Na adolescência, brinquedos eram supérfluos, o pico da felicidade para mim, consistia em popularidade, em prazeres, em ser bem quisto e admirado pelo que tinha, e não necessariamente pelo que eu era. No início da fase adulta, o foco não mudou muito, apenas se intensificou o desejo de alcançar um grande status cursando uma faculdade bem reputada, para mais tarde exercer uma profissão que eu não gostava, mas que me traria reconhecimento e um falso respeito no meio social. Com o passar do tempo, vi que as coisas não funcionavam da forma que eu havia projetado; percebi então, que a felicidade externa me custaria um desgosto interno e, consequentemente, a minha saúde.
Hoje, então, a felicidade é sinônimo de saúde e bem-estar para mim? Por incrível que pareça, a resposta é não! A meu ver, hoje compreendo que a felicidade não está vinculada à condições, mas trata-se de consciência. Por "consciência" me refiro à percepção da vida como um todo que se organiza constantemente visando a nossa evolução. Isso significa que, para mim, felicidade não se mede pelo número de gargalhadas, de gemidos de prazer, tampouco pelos quilômetros que rodamos ao redor da Terra e, muito menos, pelo saldo bancário. Para mim, felicidade é compreender que se tenho pouco ou nada disso, é por que a vida (muito mais sábia que eu, por sinal) me limitou com o propósito de me fazer desenvolver atributos que eu não desenvolveria em outras circunstâncias; percebo que a felicidade não é ter ao lado pessoas que não tenham defeitos, mas sim ser capaz de amar e respeitar as pessoas mesmo com seus defeitos; felicidade não é viver sem dificuldades, mas usar cada dificuldade para tornar-se mais sábio; não acho que felicidade seja o mesmo que estar no topo de uma hierarquia financeira, mas não precisar disso para ver que viver vale a pena; por fim, não acho que felicidade seja sinônimo de saúde, mas de compreender que a ausência de saúde, às vezes, é fundamental para aprendermos a valorizar a vida em toda a sua magnitude.
Texto Revisado
Avaliação: 5 | Votos: 7
Conteúdo desenvolvido por: Leandro José Severgnini
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito".
E-mail: [email protected] | Mais artigos.
Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui.
