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DEPRESSÃO & SOLIDÃO

Atualizado dia 20/04/2010 10:30:01 em Espiritualidade
por Carmem Calmon Lacerda


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Percebo que quanto mais descobertas são feitas a respeito deste mal, parecemos mais longe da cura real e gostaria de incluir: POSSÍVEL. Mudanças de hábitos alimentares, atividade física e, principalmente, amor, satisfação e cuidados familiares e de amigos, são ingredientes certeiros e tão pouco usados ou mesmo acessíveis.

Alguns anos atrás, um diagnóstico médico de depressão em um membro da família era acompanhado não apenas de uma receita de medicamento e indicação de terapia, mas também de uma lista de cuidados familiares, principalmente, se fosse detectado um quadro depressivo moderado ou severo, devido ao grande risco de idéias suicidas. Parece-me que este risco não mais preocupa tanto os familiares; realmente triste esta situação, para todos os envolvidos e este "todos" nos inclui.

Uma vida perdida, assim vejo um suicida, um potencial desvalorizado a ponto de nada... e não é em âmbito familiar apenas, mas social.
Veja assim: quem viria a ser esta pessoa que por um momento de desespero e, talvez de solidão, desiste de tudo? Será que não viria a ser, por exemplo, um grande cientista que faria importantes descobertas, ou mesmo o pai de nossos netos? Como saber se a vida se foi? Algo tão triste que faz minha alma chorar. Imaginar o que leva um ser a não ver mais o horizonte, a chegar a tal ponto de desilusão e na verdade, chegar ao ponto zero, não zero de recomeço, zero de nada mesmo, falta de tudo, mas principalmente de esperança.
Não é a toa que temos o famoso dito popular: "A esperança é a última que morre!".

Um movimento global pela auto-estima nos faz questionar o fato de que a felicidade TEM que morar dentro de nós, que as pessoas só amam quem se ama, que TEMOS que nos autovalorizar para sermos valorizados, que as doenças são criadas em mente doentes, que PODEMOS ter tudo que queremos, bastando um pensamento 100% positivo, etc. Como alguém em depressão vai conseguir isso tudo eu fico me perguntando...

Uma cliente que virou amiga me disse algo muito triste, ela foi passar fim de semana com a família, uma moça de menos de 30 anos, e brinquei com ela: "Aproveita que colo de mãe cura tudo!"

Na segunda-feira, estávamos conversando no MSN e ela falou: "Kri, foi tão estranho, minha mãe sempre me deu muita força, então, foi triste ouvir um desabafo tipo de que eu reclamo o tempo todo, que ninguém agüenta mais eu dizer que estou com depressão, que era falta do que fazer, que deveria trabalhar mais e manter a mente ocupada, e mais um monte de coisas que me pioraram muito..."

"Caramba, cai do cavalo!" Nem soube de imediato o que dizer a não ser um sinto muito meio engasgado. Porque uma mãe carinhosa, dedicada, que sempre apoiou a única filha teria esta reação em um momento crítico de saúde de alguém que ama. Estaria ela também à beira de uma crise? Fui por este caminho e ela disse que a mãe havia passado por um período mais leve de depressão muitos anos antes, feito tratamento e estava bem. Completou que o pai era a graça dela, mas que não era muito de papo...o namorado, sempre presente, parece alguém bem bacana = Indiquei muito namoro.

Mas este fato me levou a prestar mais atenção às conseqüências que a doença de um membro da família traz a todos os outros, além do próprio sentimento de exclusão e culpa. Realmente, em casos de depressão ou qualquer desequilíbrio emocional em uma família, toda a família deve receber atenção profissional, toda a família, na verdade, adoece, por excesso ou por falta de preocupação. Há os que se consomem junto com o doente e os que se ausentam numa tentativa vã de "faz de conta que nada está acontecendo".

Estas posturas levam a uma piora consistente, não apenas do doente, mas da situação como um todo.

Prestemos mais atenção aos nossos atos, sejamos mais humanos em casa, no âmbito familiar, onde nossos potenciais humanos como caridade, bondade, dedicação e principalmente amor incondicional, realmente são testados. Muito fácil dar esmolas, fato que, aliás, deveria ser extinto. Mais fácil ainda ser simpático e amável com colegas de trabalho, de escola e de convívio social, afinal, o que realmente mostramos a estas pessoas senão máscaras de simpatia e boa vontade, dependemos disso pra seguir em frente e considero saudável e correto.
Não me interpretem mal, não acho falsidade alguém ser sempre sorridente e sereno no local de trabalho e simpático com os colegas de faculdade, cursos, etc. Isso é parte de nossa vida social, considero até quase um dever, mas nada tem haver com a realidade diária.

Muitos gostam de falar a frase "CARIDADE COMEÇA EM CASA", mas quantos realmente praticam esta idéia? Na verdade, todas as vezes que faço este comentário em uma palestra ou mesmo em uma consulta, ouço um "hum-hum" ou, então, um "Preciso ser EU MESMO em algum lugar e minha casa é meu espaço para exercer meu eu verdadeiro". Cruzes!!!! Então, eu deveria concluir que o eu verdadeiro destas pessoas é mal humorado, sem tempo para quem ama e sarcástico ou mesmo cruel??? Não são pessoas assim, não em sua maioria, mas acham que no lar, tudo é válido, tudo pode ser falado de forma descuidada e sem meias palavras, afinal temos "intimidade" (isso não é falta de educação e respeito...na rua???) fatos que seriam relevados na rua tomam proporções enormes em casa. E por aí se vai toda a auto-estima que, dizem, deve estar dentro de alguém que já nem sabe mais o valor desta palavra...

Deixo aqui um pedido de meditação em cima do que falei: olhem ao redor, em sua própria casa e não em meio a multidão. Há alguém QUE TE AMA e merece tua atenção e cuidado? Cuide. O dito: "És responsável por aquilo que cativas!"tem sido muito mal interpretado, já que as pessoas parecem se preocupar com quem amam, o que é mais que correto, mas importante também é dar o devido valor a quem nos ama... cuidar, dedicar, ou, então, afastar-se e dar espaço ao novo, mas nunca podar e maltratar, com palavras ou pior, com silencio ou ausência.

Um carinho para você... aguardo teu email comentando a situação em tua casa, vamos nos unir????

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Conteúdo desenvolvido por: Carmem Calmon Lacerda   
Trabalho e estudo Aromaterapia, Florais de Bach e Califórnia, Terapia do Barro (GEOTERAPIA) e Shiatsu Emocional. Sou Reflexoterapeuta e Fitoterapeuta. Muito confiante e feliz com o meu trabalho, faço com estudo e amor.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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