Deus é sócio de quem sonha o sonho Dele



Autor Alex Possato
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 12/12/2012 09:17:53

Existe uma grande diferença entre sonhar construir algo com a mente e sonhar dar vazão a um projeto inspirado pelo divino. Nós, seres humanos, temos uma mente totalmente condicionada. Aprendemos que devemos construir família. Isso é uma ideia implantada no nosso sistema de crenças. Aprendemos que temos que ter carreira. Que devemos ter propriedades. Fazer grandes feitos. Ter muitos amigos. Construir grandes projetos. Aprendemos até a ter atitudes espiritualistas grandiosas, a sermos combativos, militantes em alguma área filantrópica, ecológica, política ou algo do gênero. Paulatinamente, nossos pais vão despejando os seus certos e errados na nossa cabeça. E nós simplesmente repetimos isso com os nossos filhos. Os professores fazem o mesmo. As propagandas incentivam a manutenção deste estado, até porque o mercado de consumo está baseado nestes desejos implantados. Mesmo que estes desejos inventados não levem ninguém à sensação de realização pessoal, a propaganda e o marketing continuam incentivando as pessoas a fazerem cursos, a consumirem, a terem poder e status. E nossa mente condicionada compra a ideia dos outros, partindo para alcançar aquilo que não tem, julgando que estará melhor quando tiver.
Tudo bem isso! Não pense o leitor que estou condenando a sociedade. Ela é assim. Eu vivo no meio da sociedade, e também tenho sonhos de consumo. Mas sabe a diferença? Levo estes sonhos como uma brincadeira. Sei muito bem que, no momento que eu adquirir o carro importado que desejo, terei um prazer sim, mas não a sensação de realizado. Entendo perfeitamente que, quando tiver o padrão financeiro que vislumbro, será somente um instrumento a mais para que eu possa continuar realizando tarefas que realmente me dão a sensação de estar cumprindo meu papel. E isso eu já tenho aqui e agora, mesmo sem o carro importado ou o padrão de vida. Como é isso?
Alinhando a mente com o espírito
Depois de projetar ter coisas com a mente, e alcançá-las - uma família legal, uma posição atuante dentro do caminho espiritual que escolhi, escrever livros, ganhar razoavelmente, ter empresa própria, casa própria, dois carros na garagem, vida respeitável e hábitos saudáveis... senti-me, mesmo assim, com um grande vazio interno. Havia dor e sensação de frustração. E eu não entendia. O que está acontecendo? Bem... percebi que, mesmo acreditando em Deus, eu não estava com Ele em meu coração. Eu não tinha fé. Queria as coisas porque tinha sensação de carência, de medo, e assim, queria a segurança da família, da propriedade e do status. E, alcançando razoavelmente minhas metas, percebi que a carência continuava.
A raiz desta insegurança estava em questões emocionais mal resolvidas. Estas questões impediam eu me entregar ao poder divino, já que eu era, no fundo, uma grande criança com o emocional ferido. Apavorada. Com medo do abandono e da rejeição. Como pode uma criança assim ter confiança em alguém? Mesmo que esse alguém seja Deus, eu não confio! E dá-lhe terapia! Bem, anos e anos de trabalho, estudo em diversas linhas de autoconhecimento e também atividades espirituais, vieram fazendo com que o meu mundo de conto de fadas viesse ao chão. Percebesse que toda a fantasia de ter família, propriedades, status e sucesso não era motivada por Deus, mas sim, pelo medo e carência.
E muito tempo depois, consegui, após realmente tirar da cabeça estes sonhos medrosos, acessar uma verdade que sussurrava em meu coração. Eu sou a plena segurança que procuro. Eu sou a total prosperidade que desejo. Eu sou o poder imenso que quero usufruir. Já estou aqui, já estou agora. Este sussurro aparecia e desaparecia. Lógico que a mente não crê de uma vez. A fé vem se instalando em ondas, conforme eu permito que minhas crenças antigas, baseadas na minha sombra interna, ficassem um pouco de lado. Elas não desaparecem, mas a intenção da própria mente pode deixá-la quietinha, amorosamente vista, mas inoperante. Assim, Deus, que é abundância em toda e qualquer direção, começa a ser ouvido. E a mente começa a ser preenchida por sonhos. Mas sonhos tão ou mais reais que a realidade. Não há dúvidas! O sonho não é uma ideia, do tipo: me vejo dirigindo uma grande empresa! Ou sendo um grande artista! Ou tendo uma pousada nas montanhas. Ele começa com uma vaga noção - nem sempre clara, e geralmente afirma certezas que você já ouviu em si desde criança. Conforme esta lembrança ecoa em si, seu corpo, emocional e mente vibram. Vem um tipo de alegria e certeza indescritível. Mesmo que você ainda não tenha dado um passo em direção ao sonho, sabe que ele é totalmente real, e sabe que ele já se encontra totalmente realizado, em algum plano ou dimensão ainda não visível. E aí, o seu trabalho é somente dar um passo. Um passo. E observar suas sensações. Porque a mente vai entrar no meio da história, com as ideias aprendidas de papai e mamãe, e tentará desviar você do caminho. As ideias de sucesso da sociedade vão ficar martelando em si, e você pode se perder. Basta se manter firme, dando somente um passo. E observando. A certeza faz o coração estremecer. E aí você dá outro passo.
Você passa a se dedicar simplesmente a tornar visível o que já é real, mas invisível aos olhos. É uma loucura, não é mesmo? Mas é isso mesmo. Afinal, este sonho é o sonho de Deus, e você somente está auxiliando o plano divino. O que já é muito. Já é tudo, o máximo que você pode fazer. Você está amando, ao permitir que este sonho se realize. Sim, amor! Afinal, como diz o poeta místico Kahlil Gibran, "o trabalho é amor que se torna visível".
Alex Possato é terapeuta familiar sistêmico, suas atividades estão no site www.expressaodoser.com









Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |