Educação Vs. Conhecimento – Parte Um
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 1/14/2014 11:38:39 AM
A nossa sociedade atual, da forma como foi construída e modelada ao longo dos anos, sempre deu muita prioridade à educação e a formação dos cidadãos. Bom, ao menos teoricamente, pois, infelizmente, não é isso que vemos na prática. Desde as épocas antigas, os grandes filósofos e líderes culturais diziam que a grande transformação do mundo viria com a educação. Foi assim com Sócrates, Confúcio e outros. Confesso que não sei se a mensagem foi bem compreendida. O que vemos hoje é uma sociedade e um sistema político estruturado apenas para a formação acadêmica de indivíduos com uma determinada gama de conhecimentos científicos, mas com valores humanos e consciência de baixo níveis. As escolas foram projetadas para levar apenas conhecimento científico para as crianças e, nesse modelo de sociedade, a educação moral ficaria a cargo da família. O problema é que, atualmente, dificilmente encontramos uma família com a possibilidade financeira de que o pai ou a mãe possa ficar em casa para cuidar da educação moral do filho. Não quero parecer conspiracionista, mas tenho a nítida impressão de que todos os sistemas políticos - seja capitalista, comunista ou socialista - forma projetados prevendo a total submissão de todos os indivíduos às suas diretrizes políticas. O que vemos é que os indivíduos são "educados" para servir o sistema. Nas escolas são repassados conhecimentos que serão úteis mais tarde para sustentar o esquema vigente. Uma das provas disso é que o critério de avaliação dos alunos não se baseia na moralidade do aluno, mas na sua capacidade de memorizar conteúdos e reproduzí-los nas avaliações. Em outras palavras, o aluno que tira as melhores notas, mesmo sendo orgulhoso, mesquinho, etc., é considerado um bom aluno. Por sua vez, o aluno que possui opinião própria, que questiona, é visto como rebelde e, aquele que não tem uma boa capacidade de memorizar conhecimento, mesmo sendo alguém totalmente virtuoso não será visado pelo mercado de trabalho.
Me parece que há uma distorção de conceitos e valores. Semelhantes a andróides, os indivíduos mais "educados" no conceito vigente, são aqueles que possuem maior carga de informações úteis e obedecem rigorosamente a comandos. Não há espaço para a criatividade nem para os valores morais humanos. Inclusive, apesar de muitos discordarem, creio que os modelos religiosos impostos ao longo das eras, atuam em perfeita consonância com os sistemas políticos, pois que as doutrinas religiosas sempre usaram do artifício do medo e da culpa: a culpa pelo conceito de pecado e o medo de ser castigado pelo tribunal divino por causa de seus pecados. Isso é muito útil para intimidar e desestimular a busca pela essência de cada um. Que indivíduo devidamente "educado" vai ousar contrariar esses modelos e despertar a fúria de um Deus vingativo e de uma sociedade punidora? A punição sempre foi vista com bons olhos por um grande número de educadores; mas claro, esses mesmos indivíduos foram moldados assim em sua infância, então a tendência é que repassem o mesmo tipo de "educação" às suas crianças. Na minha humilde opinião, creio que existe uma alternativa.
Continua...
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Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |