Em Busca do Meu Divino Eu
Atualizado dia 09/07/2014 15:45:02 em Espiritualidadepor Leandro José Severgnini
Este processo de transição do ego ao EU dura milênios, muitas vidas - esta é a minha opinião e não a de Rohden. Mas hoje percebo que o número de seres que estão amadurecendo para isso está aumentando. Cada vez mais encontro indivíduos que não estão mais se satisfazendo com aquilo que o seu ego tem para oferecer. Todos temos ilusões de que a felicidade e a plenitude está ao alcance das realizações materiais. Podemos almejar formações acadêmicas, fama, sucesso e poder aquisitivo, mas nunca será o suficiente, pois continuaremos sendo as mesmas pessoas, com os mesmos defeitos e, provavelmente, o mesmo vazio existencial. Isso é o ego, essas são as nossas falsas identificações, aquilo que nós "achamos que somos". Para darmos um salto para fora deste círculo vicioso, primeiramente precisamos tomar a devida consciência de que estamos condicionados a este mecanismo. Já é automático o impulso para a busca do TER. Mas o grande segredo é que nós estamos aqui para SER e não para TER. Aquele que busca o TER dificilmente vai SER tão realizado quanto almeja. Aquele, porém, que busca o SER vai TER tudo o que precisa para ser feliz, pois vai TER a si mesmo.
A prova de que o ego ainda predomina a nossa existência reside no fato de que raramente nos sentimos realizados e plenos, mas com muita frequência nos sentimos tristes, angustiados, injustiçados e com sentimentos nocivos à nossa saúde. Pergunto: será que esses sentimentos originam-se no nosso ego ou no nosso Eu? Essa é muita fácil de responder, mas nem tão simples de realizar. A nossa autorrealização demanda grande esforço e um inesgotável amor-próprio. Um amor-próprio muito maior que o apego aos ilusórios frutos do ego. Não é indigno que o homem busque o conforto e o bem estar da vida material, mas não é elogiável que as nossas prioridades sejam justamente tudo aquilo que um dia teremos que deixar, nem que julguemos o SER baseado naquilo que "achamos TER". Toda espécie de ruptura pode causar dor e desconforto. Assim também é a nossa ruptura com o ego. Mas o positivo disso tudo é que esta pode ser a última dor, pois que estaremos rompendo com a causa de todas as outras dores. Alguém poderá perguntar: mas o que sobrará então? Digo que não sobrará muita coisa, apenas o necessário para enxergarmos o quão sublime é a simplicidade que nos rodeia e que está à nossa disposição gratuitamente.
"Vejam os lírios do campo; nem o mais rico dos reis pode vestir-se com a mesma simplicidade e exuberância deles" - Frase atribuída à Jesus.
Leandro Severgnini
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 4
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |