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EMPRESTA-SE UM PATRIMÔNIO - A VIDA

Atualizado dia 12/07/2010 02:14:50 em Espiritualidade
por fatima bittencourt


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Empresta-se uma boca para cantar, beijar ou entre tantos compartilhar seus fragmentos expressos na fala.

Empresta-se olhos para ver na vida o que você suporta, e mereceatravés das retinas que nunca te pertencerão.

Empresta-se mãos para tocar qualquer disfarce do infinito, eum coração para bombear o movimento da entrada e saída de alegria que nãopoderá ser vista e nem possuída.

Empresta-se um jogo de brincar de ter medo onde a natureza seconfunde com a ilusão do desejo.

Empresta-se pernas para percorrer destinos, e um pulmão quesó funcionará quando a respiração estiver em estado de presente.

Empresta-se um instrumento para ser possuído por uma música e uma história para corpos finitos terem forma do espírito.

Empresta-se uma Fênix para inspirar liberdade, e uma flor dejade para alimentar  sua alma.

Empresta-se um sorriso de criança para tirar sua preguiça de ser inquilino da vida.

Empresta-se uma história que se consertará em um corpo onde se dispersará no tempo.

Empresta-se pessoas para serem mestres que ensinam a reaprender como se amar.

Empresta-se um anúncio sedutor para o peso do desejo se manifestar com o futuro, e a leveza do que já se tem se filtrar  cada vez mais no necessário.

Empresta-se inseticida para matar a praga de se tirar o máximo do mínimo num tempo aprisionado pela produção e ansiedade.

Empresta-se um rio para nadar que se transformará em altar de culto contínuo, onde Santos abraçam o vento e Mestres se misturam a incensos e oráculos manifestados na transparência de sua profundeza e de suas margens.

Empresta-se um pôr-do-sol para acalmar a mente, meditar e repousar o corpo entre mudras, mantras e ritmos das respirações suaves, e o calor para amparar a angústia do vazio da lembrança de que já se foi inteiro um dia.

Empresta-se a água para purificar o lixo acumulado das lendas familiares e do alimento não adequado para suprir com excesso as faltas.

Empresta-se uma folha aveludada para se lembrar da gentil delicadeza e uma espinhosa para representar o polimento que é necessário nos degraus da evolução.

Empresta-se estrelas para acolherem miragens de padrões que não existem mais.

Empresta-se nuvens para desenhar a ausência do presente e a inspiração da manifestações de uma essência maior.

Empresta-se um ego que trará uma alegoria que nutrirá a inesgotável perfeição da essência, e que  te fará acreditar na busca da felicidade.

Empresta-se esse patrimônio para ser doado com amor e consciência infinitamente por todos que dele precisarem. Essa é a VIDA!          

Fátima Bittencourt- maio de 1994

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: fatima bittencourt   
Psicóloga há mais de 25 anos, Fundadora do Grupo Sanare, Casa Azul e Solar dos Budas. Sua base teórica e vivencial reúne a filosofia oriental, neurociência e psicologia integrada. Oferece consultoria e atendimento psicoterápico clínico.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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