Espiritualidade – resistências ao crescimento espiritual. (2ª parte)
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 6/7/2009 11:20:38 AM
Continuando com nossa reflexão, nesta segunda parte poderemos aprofundar os aspectos de como será para nós agirmos de forma correta sem ser forçado para tanto. Muitas vezes nossa personalidade individualista defende a resistência em proceder de forma correta no esforço do crescimento espiritual, definindo hipocrisia em diálogos como: "Não me sinto a vontade para fazer isto, e seria hipocrisia de minha parte fazê-lo." Para para selar o acordo com a personalidade individualista criamos definição de integridade acrescentando: "Estarei agindo com integridade, só quando me sentir totalmente inspirada para isso". Será que é correto afirmarmos, que só revelamos nossa integridade quando nos negamos agir de uma determinada forma, nos sentindo pressionados para tanto? Obviamente que não! Dificilmente será uma questão de integridade quando resistimos a assumir nossa condição de entrega ao esforço de crescimento espiritual. Vamos então continuar a refletir sobre o tema?
A verdadeira integridade é conseguida quando assumimos, lidamos e resolvemos nossas resistências e contradições dentro de nós, as quais nos impedem de sentir, pensar e agir corretamente a não ser sob determinadas condições ideais. Quando agindo de acordo com nossa integridade, com certeza estaremos sentindo, pensando e agindo mesmo na ausência de inspirações extraordinárias.
Poderemos até ousar em deixar a rigidez da disciplina dos treinamentos, e agir de acordo com nossa livre vontade. Livre vontade é o poder que Deus dá a seus filhos e filhas para escolherem como sentir pensar e agir momento a momento. É um dom incondicional e incontestável nos dado por Deus, sem que tenhamos que pagar, ter experiência prévia, habilidade comprovada, ou quaisquer outras exigências tão comuns nos planos racionais temporais. Sentindo, pensando e agindo desta forma, compreendemos nossa responsabilidade como seres humanos espirituais. Faz sentido?
A alegria do amor é imensa quando nossa livre vontade, motiva nossa inspiração para o trabalho que temos em mente, ou em compartilhar a beleza dos nossos sentimentos amorosos de respeito e cordialidade para com a outra pessoa. Sabemos que nossa maior qualidade no dom da livre vontade é sermos amorosos. Como então mantendo resistência em enxergar, lidar, superar nossas dificuldades, poderemos usufruir a plenitude da livre vontade?
Refletindo sobre possíveis respostas para esta dúvida, identificamos alguns fatores que facilitem os esclarecimentos. Primeiro o estado de espírito de executar um melhor trabalho quando não estamos resistindo a ele. Qualquer resistência quando reprimida e portanto não superada, terá sempre um impacto negativo conosco, até em momentos de grande elevação, quando aparentemente estamos sem resistência. A resistência reprimida irá fazer com que relatemos nossos sentimentos sem sentir. A mente é muito ágil nestes momentos! Segundo, orientação correta é mais importante do que executarmos o trabalho por meio de providências concretas. Implementação não pressupõe que tenha que ser perfeita. Qualquer trabalho executado só com racionalizações sem coração, infelizmente não pode ser considerado trabalho no sentido espiritual. Terceiro é menos importante desempenharmos o trabalho pela sua beleza, do que executarmos pela livre vontade. Exemplo: Qual seria a melhor opção, termos um amigo nos ajudando sob pressão, ou aquele que alegremente, amorosamente e com livre vontade se prontifica a nos ajudar? Aqui percebemos como a livre vontade é mais essencial do que o desempenho espetacular. Correto?
Todos reconhecemos que as verdadeiras ações iluminadas, são aquelas que executamos amorosamente e de livre vontade, nada que sejamos forçados, ou ainda aquilo que só fazemos quando estamos muito inspirados. Atitudes caprichosas são formas de resistências que deverão ser identificadas por nós, lidadas conosco e superadas no esforço do nosso crescimento espiritual. Está claro?
Gary Zukav autor contemporâneo, que expressa muita vivência nos seus trabalhos espirituais, lidando com suas dificuldades no medo e na raiva, no seu livro "The Heart of the Soul" - O Coração da Alma - nos diz: "Resistência é uma viagem acima do que é importante. Assim como o perfeccionismo, resistência é uma forma de distração no aprofundamento de nossas experiências. Isto ocorre, quando diante de uma situação, negamos e não identificamos o sentimento. Ao invés de sentir nossas emoções, tornando-nos conscientes do que estamos sentindo - optamos pela resistência, com medo da transformação que irá ocorrer ao explorarmos nossas emoções. A resistência impede nossa energia autêntica para o crescimento espiritual."
As dificuldades do período de crescimento espiritual surgem também do empenho de progredirmos no caminho de evolução. Tudo está em movimento. Sendo assim ao mantermos perseverança em lidar com nossos medos, no intuito de buscarmos nosso crescimento espiritual, haverá sempre a generosidade do Universo, colaborando para auxiliar nossa livre vontade a encontrar o resultado esperado. Voltaremos ao assunto.
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |