Espiritualidade - experiência espiritual, consciência pura e vontade - 1ª parte.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/16/2014 1:03:25 PM
Nesta primeira parte da reflexão iniciamos por perguntar, o que é essa característica de cada um de nós, que chamamos de ‘eu’, o qual contempla objetos no mundo ao nosso redor e as manifestações de nossas mentes? Este nosso observador interior parece ser o mesmo ‘eu’ que através de escolhas, evoca memórias ou imagens, o ‘eu’ que sente, e que determina se é para agir sobre os sentimentos ou suprimi-los, bem como o ‘eu’ das preocupações, traçando planos e tentativas de evita-las. Somos o sujeito da ação, portanto fonte de nossa consciência. Sendo estes os casos, é impossível haver ‘consciência’ sem o prefixo ‘auto’ significando a sua, a minha, a de cada um de nós. Consciência certamente deverá ser desejável, caso contrário não teríamos ponto focal algum para guiar-nos, e seríamos ‘lançados à deriva em um grande e tempestuoso oceano, como o barco que perdeu o leme’.
Vamos então refletir sobre o tema?
Compreendermos nossa ligação entre o Eu Superior, Consciência Cósmica, e Mente Universal é percebermos quem e o que somos, para estar a todos os momentos conectados com o que pensamos e acreditamos sobre esse mundo ao nosso redor, metas e os interesses que buscamos, e os aspectos da nossa vida tanto pessoal como espiritual. Faz sentido?
Quando nascemos, não temos senso de nós, seja na diferenciação ou separação de qualquer outro aspecto na nossa consciência. À medida que crescemos, nos tornamos identificados com nossos corpos, vontades, famílias, pensamentos, emoções, sensações e crenças que compõem nossas experiências de vida. O tempo passa e assumimos novas identidades como expressões de nossas preferências: estudantes, diplomados maridos, esposas, mães, pais, gestores, profissionais, trabalhadores, programadores, esportistas, políticos e a lista vai adiante, adquirindo bens materiais casa, carro e outros, sempre na busca do que não temos.
Quando do desenvolvimento do nosso caminho espiritual, é natural questionarmos esses papéis e identidades e vivenciarmos o redirecionamento de alguns deles. Avançando mais profundamente em experimentar a verdade de quem somos, além do que até então pudemos ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, ou acreditar com nossas mentes. O despertar de uma experiência direta e pessoal de nossa verdadeira natureza começa a crescer até experimentarmos e conhecermos nosso Eu Verdadeiro, e de acordo com nossa vontade, tornar-se o objetivo principal em nossas vidas.
Há um número grande de termos e palavras para descrever quem ou o que nossa maior identidade ou "Self" verdadeiramente é.
Podemos citar aqueles que encontramos nos livros, ensaios e artigos ou ouvimos em palestras: Eu Superior; Presença Eu Sou; Eu Sou o que Sou; Ser Puro; Amor; Espírito; Essência da Vida; Consciência Cósmica; Mente Universal; O Tao; Deus; Ser Maior; Ser Supremo; Consciência Crística; Natureza de Buda; e a lista continua.
Em última análise, estas palavras são apenas ideias que apontam para a natureza ilimitada e infinita do nosso Eu Verdadeiro na Unidade Espiritual de Consciência.
No final, não importa quais palavras usaremos. É uma experiência única e direta com o Eu Superior que, iremos despertar conosco. Correto?
John Firman (1945-2008) psicoterapeuta e escritor espiritualista norte americano foi diretor do Instituto de Psicologia Transpessoal no ensaio “Self e Auto realização” nos diz: “O princípio fundamental de todo processo evolucionário não é o de que todos os seres humanos estão identificados em um todo maior, mas que todos os seres humanos de forma única estão respondendo às suas específicas relações com o Self”.
Incorporarmos novas convicções sobre nossa identidade do Eu Superior ou Eu Verdadeiro é aspecto importante do nosso crescimento espiritual, sendo fator inspirador de redirecionamento de vida, porque quem somos estará de acordo com essas percepções. Perceberemos então que as crenças tornam-se vazias, sem a experiência pessoal e direta do Divino em íntima relação com o Ser Maior Criador Deus. Está claro?
A experiência espiritual da prática do silêncio criativo serve ao propósito de despertar nossa consciência pura do Ser. Ao optarmos por praticá-la de forma consistente, irá nos conduzir gradualmente ao contínuo e sempre presente estado de iluminação, ou seja, de experimentarmos diretamente o Ser Divino em nós a todo e qualquer momento.
O caminho que nos levou a esta experiência direta do Eu é o de conexão com nosso Eu Superior, como meio de restaurar nossa consciência pura e vontade para a verdade de quem somos.
Como integrar nossa autoconsciência mais elevada para que possamos experimentar o que a Alma anseia em nossas vidas?
Hoje em dia, há tantas conversas sobre auto realização, iluminação e liberdade. Ouvimos e lemos sobre mente, concentração, meditação e técnicas de crescimento interior. Pessoas pesquisam, leem, estudam, para encontrar a resposta para a suas verdadeiras identidades e a razão pela qual estão aqui.
Isto vem acontecendo ao longo de todas as idades, mas quantos de nós despertaram para o que estavam almejando? Todos nós estamos procurando por algo, e esse é o problema. As pessoas estão à procura de algo, que pensam que não têm. É como procurar onde estão nossos óculos, enquanto na verdade já os estamos usando, não é verdade?
Prestemos atenção à nossa consciência e a despertaremos!
Não temos que procurar por qualquer dom espiritual fora de nós. O que estamos procurando já está conosco. Não é o corpo, emoções, desejos ou pensamentos. É o sentimento de Ser, de consciência pura e de vontade!
Continuaremos na próxima edição.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |