Espiritualidade - experiência espiritual, consciência pura e vontade_2ª parte.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 11/30/2014 1:20:36 PM
Nesta segunda parte da nossa reflexão iniciamos por imaginar a situação de não consciência, quando então os pensamentos vêm à nossa mente, e depois outros e assim por diante, como “macaquinhos traquinas pulando de galho em galho”, como observou o Mestre Zen aos seus discípulos.
É um processo muito rápido, do qual não temos controle.
Vamos então continuar a refletir?
Quando desenvolvemos nossa concentração, através da experiência espiritual da prática do silêncio criativo, nos tornamos mais conscientes de nossos pensamentos. Sob estas condições de quietude da mente, tornamo-nos conscientes dos intervalos entre um pensamento e outro, dando espaço para o despertar de nossa mente intuitiva reflexiva.
Não estaremos no vazio, e sim com a consciência pura processada por nossa vontade.
A vontade como elemento integrante da experiência espiritual deixa os aspectos externos dos nossos comportamentos, e segue de mãos dadas com a consciência pura nos oferecendo embasamento para o poder sobre nós mesmos, agregando-se à intuição reflexiva.
O trabalho de construção da experiência de revelação da vontade, que destaca a realidade de nossa escolha contínua, é um dos mais poderosos trabalhos espirituais, nos levando a conhecer profundamente nosso mundo interior, assim como nossas subpersonalidades resultantes dos diferentes papeis que assumimos na vida. Faz sentido?
A realidade é criada por nossa consciência em diferenciar as informações adquiridas pelo conhecimento, humores, emoções, percepções, comportamentos, falas, reciprocidade com o meio ambiente e com as forças da natureza.
Como nossa consciência evolui, seus diferentes aspectos também se transformam.
Charles Alexander (1950-1998) Psicólogo PhD que deixou um legado de estudos e pesquisas sobre níveis elevados de consciência explica o significado do nível de consciência pura como "um estado de vigília interior silenciosa com nenhuma interferência de pensamento ou percepção e não condicionada por elementos culturais ou intelectuais, mas por condições espirituais fundamentais universalmente disponíveis em todas as culturas”.
Apesar de todas as tradições espirituais abordarem os estados superiores de consciência, nós seres humanos experimentamos três estados de consciência muitas vezes ao longo da vida inteira: sono, sonhos e estado de alerta de vigília.
A experiência espiritual da prática do silêncio criativo estimula em nós o processo pelo qual transformamos nossa consciência a partir desses três estados comuns em níveis mais elevados de consciência. Está claro?
Segundo Deepak Chopra médico norte-americano hindu, escritor espiritualista, acrescentaremos além dos mencionados três estados de consciência, “outros quatro níveis: Consciência de Alma, Consciência Cósmica, Consciência Divina e Unidade de Consciência”.
Cada um destes níveis de consciência se desenvolve no nosso interior, nos despertando para a realidade espiritual.
Consciência de Alma é o estado que experimentamos quando o nosso ponto de referência interior se redireciona de corpo, mente para o de observador do corpo, da mente. Experimentamos e cultivamos a Consciência de Alma na experiência espiritual da prática do silêncio criativo.
Como o núcleo autêntico de nós mesmos se torna estável, haverá menos dramas emocionais nas nossas vidas. Seremos mais amorosos, compassivos, e menos defensivos.
Consciência Cósmica é o estado em que a Consciência de Alma se estabiliza, estando presente o tempo todo, tanto em vigília, como no sonho ou no sono.
Na tradição cristã, a frase "estar no mundo e não ser dele" descreve a virtude da Consciência Cósmica. Nesse nível, mesmo durante nosso sono, a consciência está alerta para o Espírito eterno que transcende ao tempo e espaço.
Aspecto notável deste nível de consciência é o reconhecimento da nossa natureza como atemporal, desaparecendo ‘o medo da morte’.
Consciência Divina é a expansão da Consciência Cósmica, onde nossa percepção é vivenciada não só no silêncio, mas também nas qualidades abstratas da mente. À medida que nossa mente individual começa acessar esses reinos não utilizados da psique, eles irão ativar habilidades espirituais extraordinárias até então imaginadas como inatingíveis.
Em outras palavras, sentiremos a transmutação do nosso grau sensorial bruto para o nível sutil, mais abstrato. Valorização da vida a partir dessa perspectiva mais refinada revelará o empenho do nosso coração no amor como motor do crescimento espiritual, e sentiremos então a Alma sensibilizada por profundo sentido de beleza, compaixão e gratidão.
Na Consciência Divina, esta harmonização é sentida com a presença da Divindade em nossos corações. Onde estivermos, sentiremos a presença do Divino! Neste nível haverá maior convicção da nossa existência eterna com o sentimento de que somos Seres Divinos frutos do Amor Divino.
Consciência Divina também traz a experiência mais profunda de libertação, e o mundo sensorial externo não é mais visto como uma espécie de exílio espiritual em que a Alma deve suportar, mas o mundo é a manifestação da beleza e do amor da nossa consciência pura ativada por nossa vontade, portanto, integrantes da nossa própria espiritualidade. Correto?
Unidade de Consciência é nossa chamada à Consciência do Ser Maior Criador Deus
.
É o estado de consciência pura não apenas percebido, mas reconhecido, como a realidade de toda nossa experiência espiritual: “Deus e Eu somos Um!”.
Voltaremos ao assunto.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
