Espiritualidade - o vínculo indissolúvel com a Paz espiritual - 1ª parte.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 7/14/2013 12:35:46 PM
Nesta primeira parte da reflexão iniciamos por afirmar que é bastante provável que a humanidade em geral e nós brasileiros em particular nunca estivemos tão sem paz, como estamos agora.
Precisamos apenas olhar ao redor para perceber como isso é verdade.
Há lutas abertas e escondidas por todos os lados, juntamente com repercussões de violências e ameaças do nosso futuro. Diariamente nos chegam notícias de lutas entre nações, raças, classes e partidos, e isso não é menos do caso, quando consideramos o conflito interior de cada um de nós, as agitações e tormentos dentro do nosso próprio coração, que podem assumir diferentes formas: desde crises emocionais, morais, afetivas, religiosas, a insatisfações conosco mesmo e com os outros, como revoltas contra o governo, a sociedade, a família, a vida, chegando ao extremo de muitas pessoas serem até contra o Ser Maior Criador Deus, a Quem culpam por tudo o que está acontecendo.
Vamos então refletir sobre o tema?
Em tais situações que nos cercam no momento o cultivo da paz não é tanto um luxo espiritual como uma necessidade diária para aqueles de nós que queremos manter nossa integridade interior, e não sermos superados pelas correntes coletivas de agitação, pânico e violência.
Uma pessoa que seja capaz de ser um centro vivo de Paz na palavra de hoje, sendo também capaz de irradiar a Paz, estará em condições de dar aos necessitados da humanidade o benefício que carecem em suas aspirações.
De que maneira e como isso poderia ser feito de forma mais eficaz?
Lembremo-nos antes de tudo que, até como advertência ou como um incentivo, todos os grandes Mestres Espirituais têm colocado ênfase particular na Paz.
Os textos espirituais hindus começam e terminam com a fórmula: “Om-Shanti, Shanti, Shanti” - Om-Paz-Paz-Paz - ou com a frase: “Paz para todos os seres".
Tanto na palavra e como na atitude Sidarta Gautama - o Buda - ensinou a Paz sublime do Espírito quando nos diz: "O Abençoado encarna a
Paz e traz Paz para o mundo inteiro".
Nas descrições dos vários níveis de contemplação budista, uma das características mais enfatizadas é a serenidade da Alma em meditação.
No início do cristianismo, e, em seguida, em suas mais altas manifestações ao longo dos séculos seguintes, a Paz tem sido sempre uma nota retumbante: “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade". Lucas 2:14.
A imagem de Mestre Jesus é imbuída com uma aura de Paz. Frequentemente realizava ações de Paz: o apaziguamento da tempestade, a contínua acalmação dos espíritos dos discípulos quando eles estavam com medo ou discutindo sobre qual deles seria o maior, ou ainda quando, como no caso de Pedro, reagiram violentamente.
No final ele deixou uma mensagem profunda da Paz espiritual: “Deixo-vos a Paz, a minha Paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize". João 14:27.
Na doutrina cristã a Paz interior é conhecida como "silêncio" ou "oração de quietude", e representa um estágio elevado na ascensão da Alma ao Ser Maior Criador Deus.
Essa Paz, esse silêncio interior, em que todos nossos pensamentos e sentimentos, são considerados como preparação essencial para a união mística, da plena comunhão da Alma com o Ser Maior Criador Deus. Faz sentido?
Lembremo-nos da descrição da bem aventurança da Paz apresentada no livro “Imitação de Cristo” o qual é uma obra da literatura devocional cristã, escrita em 1441 pelo padre alemão Tomás de Kempis: "Paz sólida, Paz imperturbável e segura, Paz dentro e fora, Paz constante em todas as circunstâncias".
Tentemos então compreender o significado espiritual da Paz.
Roberto Assagioli (1888-1974) psiquiatra italiano, pioneiro nos campos de Psicologia humanística e transpessoal, fundador do movimento psicológico conhecido como Psicossíntese, no seu livro “Transpersonal Development” – Desenvolvimento Transpessoal, nos diz: “Há vários erros e mal entendidos em que a Paz está envolvida. Há uma Paz verdadeira e uma falsa paz. O termo "paz" é mais frequentemente usado para descrever o tipo falso, referindo-se, uma condição estática passiva, a que evita as dificuldades e se afasta de qualquer luta, esforço ou oposição. Isso é sinônimo de preguiça, é uma paz ilusória que nunca se torna real. A verdadeira Paz, por outro lado é positiva e espiritual”.
Já nos referimos anteriormente ao vínculo indissolúvel que existe entre nossas características da vida com a Paz espiritual, as quais devem ser vistas como facetas de um único prisma. Está claro?
Ao meditarmos sobre elas em profundidade, vemos que há um ponto em que elas se unem e se fundem no Espírito.
Assim, podemos dizer:
Paz é vontade, Paz é poder, Paz é sabedoria, Paz é liberdade, Paz é alegria, Paz é harmonia, Paz é verdade, Paz é entendimento, Paz é Amor, Paz é Luz!
É útil meditarmos sobre a solidariedade das nossas qualidades espirituais, tendo cada uma por sua vez, como sendo ponto de partida, sendo então uma forma de evoluirmos da multiplicidade à Unidade.
Esta é a Unidade Espiritual de Consciência influindo sobre nós filhas e filhos do Ser Maior Criador Deus. Correto?
Há um canto lindo contendo a frase esclarecedora: “Há uma Paz que excede todo o entendimento. Ela reside nos corações daqueles que vivem na eternidade”.
Qual é a verdadeira Paz espiritual então, e como podemos obtê-la?
Continuaremos na próxima reflexão.
Avaliação: 5 | Votos: 3
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
