Espiritualidade - sincronismo e o despertar da Alma - 1ª parte.
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 21/10/2012 11:50:26
Nesta reflexão de duas partes, iniciamos afirmando que sincronismo acontece conosco o tempo todo. Algo nos solicita a olhar para um relógio digital, exatamente na mesma hora do dia ou da noite 1o:1o, 19:19, 22:22. Pensamos em alguém, e logo depois encontramos com a pessoa.
Nossas chances dessas ocorrências são tão grandes que quando percebemos, elas muitas vezes nos deixam perplexos. Reproduzindo a sequência que antecederam o encontro com a pessoa a qual havíamos pensado, percebemos que tínhamos saído de casa dez minutos depois do horário costumeiro, nosso trajeto durou mais que normalmente e com isso o encontro aconteceu.
Quanto mais pensamos nisso, mais nos damos conta de que tais eventos perfeitamente coreografados, não podem acontecer de forma aleatória. E ao refletirmos sobre isso, nos deparamos com os limites da nossa mente racional.
Vamos então refletir sobre o tema?
Curiosamente, foi o poder do sincronismo dominando a mente racional que despertou seu sentido para Carl Jung (1875-1961), psiquiatra suíço que cunhou o termo e trouxe o fenômeno à luz do nosso entendimento, identificando e reconhecendo que o sincronismo, definido por ele como “coincidência significativa”, produziu o efeito de mudar a direção da "couraça racionalista" da mente científica moderna.
É uma forma de coincidência poderosa, o suficiente para romper com a ideia de que a ciência materialista havia descoberto tudo o que há para sabermos sobre o Universo.
Quando vivenciamos uma experiência de sincronismo, sua realização nos desperta para o fato de que um poder misterioso está em ação no planeta e no Universo como sendo um "relógio cósmico", cujas engrenagens operam em um plano mais sutil.
O que fascinou Carl Jung sobre sincronismo era sua natureza não causal. Ele o definiu como uma "relação casual dos acontecimentos", ou seja, que depende do acaso, não havendo explicação aparente para a ocorrência.
Aumentando ainda mais o mistério, Carl Jung observou que essa ocorrência tem um significado especial para a pessoa que a experimenta. Isto implica que forças invisíveis no Universo têm a capacidade de tornar visível, no mundo de forma concreta, o conteúdo do reino invisível da consciência. Faz sentido?
O exemplo clássico de sincronismo apresentado por Carl Jung é o relato de um fato no atendimento psicoterapêutico de sua paciente com perfil mental altamente racional. Em uma das sessões contando sobre o sonho que tinha tido em que ela recebeu um escaravelho de ouro, ou seja, um besouro com significado na mitologia egípcia. Nesse momento, Jung ouviu uma batida suave em sua janela. Quando abriu a janela, um escaravelho voou para dentro da sala. Jung pegou o besouro e apresentou-o à sua paciente, dizendo: "Aqui está o seu escaravelho".
O impacto impressionante deste sincronismo desarmou as defesas da mente racional da paciente, levando a um avanço na terapia.
Notavelmente, a exploração pioneira de Jung do fenômeno do sincronismo tem sido de extraordinária influência no desenvolvimento da consciência humana.
O extraordinário sucesso mundial de “A Profecia Celestina”, publicado na década de 90, revelou na primeira parte do livro do escritor contemporâneo estadunidense James Redfield uma importante abordagem para o processo de desenvolvimento espiritual, destacando a importância das “coincidências significativas”, e nos diz:“A primeira visão é uma reconsideração do mistério inerente que cerca nossas vidas individuais neste planeta. Experimentamos essas coincidências misteriosas, e mesmo não as entendendo, sabemos que são reais. Estamos sentindo de novo, como na infância, que existe um lado da vida ainda a descobrir”.
O fenômeno do sincronismo fornece para o despertar da Alma, um encontro direto e inconfundível com os mistérios do plano espiritual.
A experiência tem importância particular para nós, tendo o poder de abrir um portal para o que chamamos "o mundo de significado", que é o mundo da Alma nos ensinamentos de sabedoria.
A dimensão sutil do Espírito invisível que está mais próxima de nossas personalidades é o reino da Alma, um reino relacionado com as dimensões superiores da mente, que também dá acesso ao plano da intuição superior. Correto?
Com o despertar da Alma, voltamos para a tarefa de descobrirmos o sentido das experiências de vida, tentando discernir o que cada nova circunstância poderá estar tentando nos ensinar.
Ao observarmos os sincronismos, tentando entender seus significados, somos atraídos para o mundo da Alma, acelerando assim o nosso progresso no caminho da autotransformação. Está claro?
Assim como o mundo material funciona de acordo com as leis físicas de causa e efeito, existem leis espirituais de causa e efeito nos níveis sutis da consciência, que regem nossa existência como Almas.
Com o despertar da Alma, tornamo-nos conscientes do funcionamento deste processo, e aprendemos a suavizar os efeitos das causas.
Fazemos isso para aprender a enxergar o conteúdo de nossas vidas exteriores, assumindo a responsabilidade de mudar padrões e hábitos nocivos.
Dado o estado atual de nosso mundo, a sabedoria da Alma é mais urgente do que nunca.
Será que a incidência crescente do sincronismo se destina a dirigir a atenção de despertar a humanidade para o reino da Alma?
Continuaremos na próxima edição.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
