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Espiritualidade

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Autor Maria Isabel de Oliveira

Assunto Espiritualidade
Atualizado em 14/12/2016 18:21:52


A espiritualidade é uma dimensão de cada ser humano. Essa dimensão espiritual que cada um de nós tem se revela pela capacidade de diálogo consigo mesmo e com o próprio coração, se traduz pelo amor, pela sensibilidade, pela compaixão, pela escuta do outro, pela responsabilidade e pelo cuidado como atitude fundamental. É alimentar um sentido profundo de valores pelos quais vale sacrificar tempo, energias e, no limite, a própria vida.

Espiritualidade deriva-se de espírito. A cultura dominante afirma que o ser humano é composto de corpo e alma ou matéria e espírito. Essa afirmação é entendida de forma dualista, fragmentada e justaposta, quando deveria ser compreendida de forma integrada e globalizante.

Leonardo Boff faz uma abordagem da espiritualidade, considerando a unidade sagrada do ser humano vivo, que é a convivência dinâmica de matéria e de espírito interligados. Espiritualidade não significa cultivar somente o lado espiritual do ser humano, o seu espírito através da meditação, pela interiorização, pelo encontro consigo mesmo e com Deus. Isso leva ao distanciamento da dimensão da matéria ou do corpo. Essa compreensão de espiritualidade torna-se incompleta pelo fato de não explorar as riquezas presentes no ser humano quando entendido de forma mais globalizante. Dessa forma, espiritualidade vem a ser o modo de ser de uma pessoa e não apenas um momento de sua vida.

O ser humano possui uma totalidade complexa de múltiplas dimensões, dentre as quais destacam-se três dimensões fundamentais: a exterioridade, a interioridade e a profundidade.

A exterioridade implica na forma do ser humano relacionar-se com o universo, com a natureza, com a sociedade, com os outros, com sua forma de cuidado com o ar que respira, com os alimentos ingeridos, com a água, vestuário e com as energias que vitalizam sua corporeidade. O corpo não é um cadáver. Hoje fala-se em corporeidade no lugar de corpo, com a finalidade de entender o ser humano por inteiro, inserido no tempo e na matéria, corpo vivo, dotado de inteligência, de sentimento, de compaixão, de amor e de êxtase.

A interioridade é composta pelo universo complexo da psiquê, é a morada dos instintos, do desejo, das paixões, das imagens poderosas e dos arquétipos ancestrais. A psiquê humana tem possivelmente como estrutura básica o desejo. O ser humano precisa ficar atento ao seu desejo, cuidando-o e orientando-o para que ele ao passar pelos vários objetos de sua realização, não perca a memória bem aventurada do único grande objeto que o faz descansar, o Ser, o Absoluto, a Realidade Suprema, o que se convencionou chamar de Deus, não o Deus das religiões, mas o Deus da caminhada pessoal. A interioridade pode também ser chamada de mente humana, quando compreendida como a totalidade do ser humano voltada para dentro, captando todas as ressonâncias que o mundo exterior provoca dentro dele.

O ser humano possui profundidade, tem o poder de captar o que está além das aparências, do que se vê, se escuta, se pensa e se ama. Enxerga a profundidade das coisas e, estas, deixam de ser apenas coisas. Assim, conseguem ver a montanha em sua majestade, o mar com sua grandiosidade, o céu estrelado com sua infinitude, os olhos profundos de uma criança, o mistério da vida humana e do universo.

Quando o ser humano capta os fatos e acontecimentos agrega a eles valores e significados. As coisas passam a ter significado. Representações simbólicas nos remetem ao vivenciado e alimentam nossa interioridade. Assim fotos, objetos de familiares, deixam de ser objetos e são como sacramentos que podem nos dar alento.

A capacidade de captar a profundidade do mundo, de si mesmo e de cada coisa constitui o que se chamou de espírito. Espírito é aquele momento da consciência com o qual captamos o significado e o valor das coisas, percebemos que somos parte de um todo e que pertencemos a esse todo. É o estado de consciência pelo qual apreendemos o todo, e a nós mesmos como parte e parcela deste todo, não é uma parte isolada do ser humano.

O espírito nos permite fazer uma experiência não-dualista. No experimento de sua profundidade o ser humano dá-se conta de uma Presença que sempre o acompanha, de um Centro diretor, ao redor do qual se organiza a vida interior, e a partir do qual se elaboram os grandes sonhos e as significações últimas da vida. Trata-se de uma energia originária, a espiritualidade no sentido antropológico de base. A espiritualidade está presente em cada pessoa e em todas as fases da vida. Está no modo de ser, na atitude de base a ser vivida em cada momento, e em todas as circunstâncias. Ela se manifesta nas rotinas diárias da casa, no trabalho, na conversa com os amigos, na intimidade de um casal, e em todas as ocasiões. Quem vivencia a profundidade e o espiritual abre espaço para a paz, para a vitalidade e para a alegria porque reconhece Deus dentro de si.

Os portadores permanentes da espiritualidade são as pessoas consideradas comuns, que vivem a retidão da vida, o sentido de solidariedade, e cultivam o espaço sagrado do Espírito, seja em suas religiões e igrejas, seja no modo como pensam, agem e interpretam a vida.

O Dalai-Lama uma vez questionado sobre o que é espiritualidade deu a seguinte resposta: “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”. O ser humano é um ser de mudanças, nunca está pronto, está sempre se modificando, física, psíquica, social e culturalmente. As mudanças exteriores são apenas quantitativas e não são capazes de transformar nossa estrutura de base. Já as mudanças interiores são verdadeiras transformações alquímicas. Conseguem dar um novo sentido à vida, ou abrem novos caminhos de experiência e profundidade, rumo ao próprio coração e ao mistério de todas as coisas.

Somos espirituais quando mergulhamos na nossa essência e nos inteiramos da realidade como um todo. Desenvolver a espiritualidade é desenvolver a nossa capacidade de contemplação, de escuta das mensagens e dos valores que compõem o mundo à nossa volta, quer seja na admiração de uma paisagem, no deslumbramento do mistério da vida presente num recém-nascido, na reverência à sabedoria de uma pessoa despida de cultura acadêmica. A espiritualidade nos dá o suporte nas crises mais profundas, nas perdas, no desfecho de relacionamentos, ou quando encaramos a inevitável chegada do envelhecimento ou da morte. Também nos dá o entendimento de que estamos vivos não apenas porque ainda não morremos, mas porque a vida é uma oportunidade para crescer, para entender nossas escolhas, nossos limites, nosso envelhecimento e nossa mortalidade.

No Oriente, o caminho espiritual é direcionado para a interioridade, rumo ao próprio coração. Consiste na construção de um caminho que leve a uma experiência da totalidade, uma experiência de não-dualidade. Isso quer dizer, sentir-se estrela, planta, animal, pedra, ou seja, sentir-se universo. No Ocidente, o caminho espiritual busca a exterioridade, a conquista do espaço exterior, alcançando os últimos limites, buscando o infinito do céu acima de nossas cabeças.

BOFF (2006), esclarece a distinção entre espiritualidade e religiosidade: “Considero que espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano – tais como amor e compaixão, paciência e tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade, tanto para a própria pessoa, quanto para os outros. Julgo que religião esteja relacionada com a crença no direito à salvação pregada por tradição de fé, crença esta que tem como um de seus principais aspectos a aceitação de alguma forma de realidade metafísica ou sobrenatural, incluindo, possivelmente, uma idéia de paraíso ou nirvana. Associados a isso estão ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante”.

Para LOWEN (1995), espiritualidade é a vida do espírito que se expressa nos movimentos espontâneos e involuntários do corpo, em ações que não são dirigidas ou controladas pelo ego, portanto, não é um modo de agir ou de pensar. É o espírito em nós que nos mobiliza para amar, chorar, dançar e cantar. É o espírito no homem que clama por justiça, luta pela liberdade e regozija-se com a beleza de toda a natureza.

O conceito de espírito não é místico. O espírito de uma pessoa manifesta-se em sua vivacidade, no brilho de seus olhos, na ressonância de sua voz e na desenvoltura e graciosidade de seus movimentos. Essas qualidades estão relacionadas com um alto nível de energia do corpo, e dele decorrem. A energia da vida funciona para proteger e promover o bem-estar do organismo e para perpetuar a espécie. O bem-estar do organismo é vivenciado nos sentimentos positivos do indivíduo, que vão do prazer, através da alegria, e alcançam às vezes as alturas do êxtase.

Retirado da Monografia “Análise Bioenergética e Espiritualidade: Eis a questão” arquivada na biblioteca da UEMG – FaE- Belo Horizonte. Autoras: Leonila Maria Meinerz, Maria Coely de Matos, Maria Isabel de Oliveira, Maryalle Rabelo Pires Martins, Telma Drumond Carvalho.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Maria Isabel de Oliveira   
Maria Isabel de Oliveira tem formação em Cosmobiologia e Naturopatia, especialização em Fitoenergética e pós-graduação em Análise Bioenergética.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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