Espiritualidade, doar-se, esquecer de si...

   

Autor Patricia M. Barros

Recentemente eu assisti ao filme “Meteora”. Trata-se da história de amor entre um monge e uma freira, que se passa na Grécia. A fotografia do filme é linda, as paisagens são belíssimas e a utilização do recurso da animação é interessante. A música ajuda a criar o “clima” do filme, a trilha sonora também é muito bonita.
 
O mais importante é que durante o filme eu comecei a pensar... Em várias tradições espirituais a ênfase é em esquecer de si, servir... E ficou muito claro para mim que em um caminho espiritual é essencial deixar o ego um pouco de lado, amar, ajudar o próximo... Mas sem esquecer do egoísmo saudável, é claro.
 
No grupo MADA, Mulheres que Amam Demais Anônimas, um dos lemas é “primeiro eu”. É claro que isso é muito importante nos casos de pessoas que têm baixa autoestima, esquecem das suas próprias necessidades e se envolvem em relacionamentos não saudáveis, fazendo tudo o que podem pelo outro. E certamente este é um bom lema para ser adotado por qualquer pessoa.
 
É, realmente é preciso ter jogo de cintura. Amar, esquecer de si, doar-se são virtudes sublimes e que levam ao progresso espiritual. Ou talvez estas virtudes  surjam naturalmente no caminho daqueles que estão buscando a evolução. Mas principalmente para nós, pessoas comuns, que ainda não alcançaram a iluminação, é preciso dosar a generosidade e o egoísmo saudável. Talvez as pessoas iluminadas estejam acima de tudo isso e sejam capazes de se doar, não importa a quem, não importa se na verdade estão sendo exploradas. Estas pessoas já têm uma ligação com o plano espiritual superior e pode ser que isso seja tudo o que importa para elas.
 
Para os espíritas o egoísmo é a fonte de todos os males. Mas eu acredito que o egoísmo não é uma falha de caráter quando vem do amor próprio.
 
Circula na internet um vídeo em que o padre Fábio de Melo fala sobre a diferença entre ser amado e ser útil (https://www.youtube.com/watch?v=osQMdw1xS3M). Segundo o padre, muitas vezes achamos que alguém gosta de nós, mas na verdade esta pessoa está interessada no que podemos fazer por ela. Fábio de Melo complementa esta idéia dizendo que nos ama de verdade aquele que fica ao nosso lado na velhice, uma fase da vida em que podemos não ser mais úteis.
 
Acredito que em certas situações podemos ser generosos com pessoas que não nos amam de verdade, para as quais somos apenas úteis. Isso é o amor incondicional. Mas é preciso muita cautela. A pergunta essencial é a seguinte: este relacionamento me faz mal? Se a resposta for “sim”, é claro que talvez seja melhor se afastar. Mas é diferente se a resposta for a seguinte: “Não, não estou me sentido explorado(a). Eu me preocupo com esta pessoa, eu a amo. Desejo fazer o que eu puder por ele(a). Não importa se ele(a) não me ama da maneira ideal, talvez esta pessoa me ame do seu jeito imperfeito. E esta pessoa não me faz mal, não me magoa.” Então é diferente, pode ser que em nestas situações seja possível ser generoso sem que isto faça mal para a pessoa que se doa ao outro. Como eu observei anteriormente, esta é a forma mais elevada de amor, o amor incondicional.
 
Enquanto eu estava assistindo ao filme “Meteora” lembrei de uma canção que dizia “todo amor é sagrado”... Sim, o amor é sagrado e é o único caminho! Muito amor, luz e paz para todos nós!
 
 
 
 

Avaliação: 5 | Votos: 4

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Patricia M. Barros    Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas! E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui.