Espiritualidade – revalidando os sentimentos do coração
Atualizado dia 17/01/2010 10:06:28 em Espiritualidadepor Marcos F C Porto
Familiares, amigos, colegas de trabalho, todos mantêm em suas conversas casos de ocorrências de violência, seja em assaltos, sequestros, assassinatos, entre outros tantos, nos prevenindo para que nos salvaguardemos o mais possível, diante de tão iminente perigo. Assim, quanto menos dependermos e confiarmos nos outros, melhor.
Não podemos ir a lugar algum sem antes receber os cautelosos avisos, em nos mantermos alertas e prudentes, em quaisquer que sejam as atividades a serem cumpridas.
O dito popular: “Cada um por si e Deus por todos!” volta a ser a regra geral. Aí, cabe a pergunta: O que estas regras têm a ver com a revalidação dos sentimentos dos nossos corações?
Vamos lá refletir sobre o tema?
Nós, seres humanos espirituais, necessitamos nos relacionar – não tão somente a nível superficial, mas relacionamentos que sejam autênticos e satisfatórios. Amor, confiança, intimidade, alguém com quem possamos contar e que nos compreenda – estas são as necessidades básicas dos nossos corações humanos, não é verdade?
Não importando como as pessoas estejam vivendo, ou quais escolhas sendo feitas, estas necessidades permanecem.
Podemos dizer que é saudável ser interdependente com outras pessoas, e ter relacionamentos de mutuo apoio e confiança – e, no entanto infelizmente não é o que temos observado, como sendo o comportamento reinante nas sociedades.
Tanto a funcionalidade das pessoas como também suas habilidades em manter relacionamentos, ambos têm se demonstrado deficiente.
A doença do medo conduzindo à síndrome do pânico, se pudermos chamar assim, e ao ceticismo, tem devastado as sociedades, deixando milhões de pessoas desoladas, sozinhas, tristes e em intensa dor emocional.
Mais e mais as pessoas optam por viverem sozinhas, e até um disfarçado cinismo sobre amizade está se implantando nas mentes das pessoas, como que para se justificarem desta alienação diante da autenticidade dos sentimentos de amor e confiança.
Felizmente, os sentimentos de amor e confiança do coração jamais morrerão!
Também não deixam de desejar, de serem assertivos, ou de nos desamparar – jamais – e esta é a razão do porque, não importando quão difícil seja nosso esforço, não deixaremos de almejar amor, confiança e companheirismo.
As pessoas lutam para se tornarem auto-suficientes; muitas vezes despendem anos e anos, tentando se sentirem confortáveis em suas solidões, mas descobrem que não funciona. Perguntam e afirmam a si mesmas: “O que está errado comigo?” “Continuo a amar tão ingenuamente, e só sofro com isso!” “Acho que confio demais nas pessoas!” “Ainda saio fora do meu centro, tão logo me apaixone por alguém!” “Tenho tentado ser auto-suficiente por anos, mas não sinto estar conseguindo qualquer resultado!”
A resposta a estas perguntas e afirmações é uma só: É porque esta é uma posição inatingível! Simplesmente porque está frontalmente contra ao que somos! Faz sentido?
É fundamentalmente contra a nossa natureza como seres humanos espirituais. Não podemos modificar as nossas necessidades e desejos do coração, nem de idêntica forma nos tornarmos diferentes do que genuinamente somos - Almas filhas e filhos de Deus em processo experimental de evolução.
O Livro de Urantia na página 1468, documento 133, diz-nos: “Embora os seres humanos defiram em muitas formas uns dos outros, diante de Deus e no plano espiritual todos os mortais estão no mesmo padrão de evolução”.
Portanto, ninguém estará satisfeito com a ausência do amor e confiança – ainda que seja bom mediador, pessoa religiosa, bem sucedida como profissional ou empresário, ávido leitor, intelectualmente ativo, ou quaisquer outras escolhas que a pessoa faça, para substituir o amor e confiança.
Quaisquer que sejam as escolhas que as pessoas façam à exceção dos sentimentos do coração, não poderão adquirir independência, auto-suficiência, todos estes atrativos muito idealizados pelas sociedades modernas. Está claro?
Outro dito popular nos diz: “Jogue fora, e se isto voltar a você, é seu!” Este dito é absolutamente verdadeiro para o amor, desejo, confiança e vulnerabilidade. Podemos tentar jogá-los fora, quantas vezes quisermos, e voltarão sempre para nós. Correto?
Elegendo os sentimentos dos nossos corações, como sendo nossas escolhas prioritárias, estaremos invalidando as ações das culturas personalistas e individualistas, as que de maneira sistemática insistem no detrimento dos valores da humanidade.
Para vivermos melhor com nossos sentimentos e valores, do coração será preciso por algum período remarmos contra a correnteza e marés do medo, ou seja, fazer algo que resulte em mudança destas tendências.
O caminho da paz e da felicidade é aceitar partes de nós mesmos que de forma consciente ou inconsciente estamos negando e tentando extinguir.
Quando conseguiremos revalidar nossa confiança? A resposta correta será, quando reconhecermos nossa natureza generosa – a qual está conosco na Alma.
Quando iremos revalidar nosso amor? Sabemos que este é um belíssimo impulso natural nosso, muitas vezes reprimido e sufocado pelo medo da perda.
A validação deverá começar em cada um de nós individualmente. Validar confiança e amor em nós mesmos, é o primeiro passo.
Caso queiramos mudar o mundo, sendo uma diferença positiva para as outras pessoas, o exemplo começa na mudança de nós mesmos.
Voltaremos ao assunto.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 8
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |