Espiritualidade – significados da natureza humana (2ª parte).
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Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 09/05/2010 12:12:16
Na continuidade de nossa reflexão será importante ressaltar quais são os aspectos que nos deixam distantes da nossa proposição de seres humanos verdadeiros.
Por que resistimos em assumir a condição Divina de seres humanos espirituais verdadeiros?
Vamos então refletir sobre esta pergunta na segunda parte do tema?
A partir da constatação de que na nossa condição de seres humanos espirituais reunimos qualidades Divinas, este aspecto soa de forma tão miraculosa e redentora, que de pronto não nos julgamos merecedores - então resistimos.
E por que resistimos? Nossas qualidades humanas são observadas por nós através de nossa personalidade, ou seja, nosso ego – “o eu de qualquer indivíduo”, segundo definição simples do Professor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Sendo assim nossa personalidade, nosso ‘eu individual’ julga que essas qualidades, são boas demais, para serem verdadeiras!
Examinando algumas de nossas qualidades Divinas como exemplos para ilustrar a afirmação - a primeira poderá ser – nossa genuína vontade de amar – que não sendo bem entendida pelo ego, é transformada por nós em dependência sentimental, risco de sofrermos, perda de independência, sermos magoados, rejeitados, possessividade, ciúmes, egoísmo; a segunda - vontade em servir – é transformada pelo ego em manipulação, apego ao poder, superioridade, sermos usados, subserviência; a terceira - criatividade transformada pelo ego em vantagem abusiva, sermos julgados, receio de fracasso; a quarta - nossa própria inspiração de Divindade - transformada pelo ego em arrogância, vaidade, complacência, desilusão.
Claro que o individualismo de nossa personalidade nos conduz ao medo e auto protecionismo, dando preferência às distorções enunciadas acima para acomodar melhor nossas dúvidas.
Obviamente nosso ego irá recomendar para que não saiamos daquele padrão estabelecido para nossa limitada noção de segurança, ao invés de vivermos a plena liberdade de amar, ou toda produtividade da nossa criatividade, ou ainda o desejo de uma vida apaixonada. Faz sentido?
O resultado desta atitude iria ser simplesmente muito bom e positivo para o gosto do ego aceitar.
Mais ainda, a pior ameaça do ponto de vista do ego é, uma vez que experimentamos o ‘gostinho’ de sermos seres humanos espirituais verdadeiros, e assim adquirindo confiança nas nossas movimentações de Espírito, o ego iria perder todo o poder de controle e credibilidade por parte de nós mesmos. Não é verdade?
Elton Trueblood, (1900–1994) filósofo e teólogo americano, nos diz que: “O fato de que não temos certeza absoluta em relação a qualquer conclusão humana, não significa que a tarefa da indagação seja infrutífera. Nós devemos, na verdade, proceder sempre na base da probabilidade, e uma vez tendo a probabilidade, já teremos alguma coisa. O que buscamos, em qualquer reino do conhecimento humano não é de certeza absoluta, porque isto é negado a nós seres humanos, mas, contudo qualquer que for o caminho, por mais modesto que seja, sempre será o de quem encontra caminhos de discernimento entre os diferentes graus de probabilidade.”
Acontece que nosso ego só aceita a certeza!
Sendo assim a posição do ego dando certeza de sermos de acordo com o estabelecido por ele, irá despencar, quando como regra geral vivermos mais a probabilidade do que a certeza em sermos seres humanos verdadeiros.
Infelizmente muitas e muitas pessoas ao nosso redor, acreditam nos falsos alarmes do ego e inventam evidências para se protegerem.
Daí torna-se fácil perceber como a vida de determinadas pessoas é obscura.
Não é à toa, que essas mesmas pessoas hesitam em sequer pensar em crescimento pessoal e espiritual, quanto mais assumir viver na condição de ser humano espiritual verdadeiro. Correto?
Mas sejamos honestos!
Toda esta confusão é argumento válido para destruir toda a beleza de viver verdadeiramente a espiritualidade?
Podemos concluir então que, todo o esforço despendido pelo nosso ego em nos ‘alertar dos perigos’ de sermos autênticos, na realidade será qualquer outra coisa, menos orientação correta. Está claro?
Quais serão então as respostas espirituais compreendidas através dessa insistência do ego?
Pessoas através da história que atingiram níveis de sabedoria em suas vidas, são conhecedoras das dificuldades causadas nas nossas personalidades pelas influências do ego, e aprenderam que o esforço no crescimento espiritual é importante passo na direção correta.
As recomendações espirituais nos auxiliam na motivação de mantermos estreito contato com nosso Ser Divino, seja como já mencionado inúmeras vezes, através da meditação, orações leituras, participação em Grupos de Reflexão, Cerimoniais ou outras vivências místicas.
Mestre Confúcio (551-479 AC) pensador e filósofo chinês, hoje Mestre Ascencionado na Hierarquia da Grande Fraternidade Branca nos diz: “A pessoa superior preocupa-se com o fundamental do espiritual. Uma vez que o fundamental é estabelecido, a forma correta (Tao) aparece, para que se torne jen.”
Tao ou Dao é a letra (caractere) do alfabeto chinês que representa Caminho.
Jen é a essência de todas as virtudes humanas.
Continuaremos na próxima edição.
Ouça nosso Programa ‘Veredas da Espiritualidade’ - Programa na Rádio Universo: link toda sexta-feira às 22:00 h.
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Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |