Espiritualidade_experiência espiritual da introspecção (2ª parte)
Autor Marcos F C Porto
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 24/01/2016 12:18:17
Nesta segunda parte da nossa reflexão e a partir de nos conscientizarmos em relação ‘ao que estou sentindo, pensando, dizendo quando falo e fazendo quando ajo’, com suas respectivas importâncias na introspecção, enfocadas na primeira parte, estaremos em condições de aprofundar nosso entendimento.
Vamos então continuar a refletir?
Nossa condição de seres humanos espirituais nos dá qualidade de poder criar retrospectividade com nossa própria mente, e com isso desenvolver discernimento para transmitirmos respeito e amor a nós mesmos e ao próximo. Assim nosso Amor Incondicional estará sintonizado de forma permanente com o Ser Maior Criador Deus, Alma Suprema, agindo em harmonia com a Verdade Absoluta.
Nós seres humanos espirituais nos mantemos buscando diariamente pela intuição e nossos sentimentos inerentes do coração, não ficando assim perdidos nas confusões e dúvidas da mente.
Há duas forças competindo no plano físico-mental-emocional: o senso de bons julgamentos, o qual chamamos discernimento, e as tendências impulsivas da mente ignorante. O impulso mental malicioso, bem como inclinação obstinada em usufruir de prazeres materiais, são as resultantes do que denominamos mente ignorante.
Por outro lado o desenvolvimento das virtudes inatas de Alma, revelará como resultante o senso dos bons julgamentos ou discernimento. A questão então poderá ser: como identificar o resultado desta disputa constante?
O elemento de avaliação e análise dos resultados é nossa introspecção. Sem ela estaremos sem rumo. Faz sentido?
Então: o que a experiência espiritual da introspecção nos traz como recursos e benefícios e como praticá-la? Indo por partes, como sabemos, possuímos tipos de temperamentos diferentes: poderemos ser introvertidos ou extrovertidos.
Os extrovertidos são atraídos e se comprazem pelos elementos externos do maravilhoso mundo dos nomes e das formas. Sendo assim estariam eventualmente mais desatentos à introspecção.
Por outro lado os introvertidos estariam em melhores condições de desenvolverem introspecção, porque trazem consigo ‘as profundezas do oceano’.
Desta forma seriam os introvertidos pessoas mais espirituais?
A historia nos conta que, diferentemente do que nos é apresentado nos filmes, Moisés (1391–1271 a.C.) profeta do judaísmo que viveu 120 anos, era um homem de personalidade calma, tímida e quieta. Muitos mestres espirituais foram como Moisés, pessoas tranquilas atraídas à interiorização. Moisés recebeu os Dez Mandamentos depois de muitos dias, noites, segundo a história foram meses de isolamento no Monte Sinai.
Sidarta Gautama – o Buda que viveu no período entre o sexto e quarto século antes da era cristã, como sabemos, ficou sentado sob uma árvore figueira, e transcendendo todos os estágios da mente prometeu não mais sair até encontrar a verdade.
Mestre Jesus – o Cristo passou 40 dias de recolhimento no deserto.
Maomé (570-632 d.C.), em árabe Mo?ammed, foi líder religioso e político árabe, que segundo a religião islâmica é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão, e que encontrou o Anjo Gabriel na solidão de sua caverna de Hira.
Em todas estas revelações manifesta-se a Unidade Espiritual de Consciência, obra magnânima do Ser Maior Criador Deus em cada uma das culturas humanas e não identificada como sendo Mentor na criação de quatro das principais religiões do planeta.
A palavra "introvertido" é outra maneira de explicarmos, em nosso meio de comunicação limitada, a necessidade do silêncio e introspecção a fim de cultivarmos espiritualidade.
Thomas Merton (1915-1968) monge trapista, poeta e escritor espiritualista nos diz: “Há certas verdades espirituais que nos ocorrem por intuição, que não podemos transmitir em palavras, mas requerem introspecção para compreendê-las de forma mais vivencial".
Introspecção é nossa qualidade de autoanálise intuitiva e imparcial, dos nossos pensamentos, sentimentos e ações, avaliando nossas polaridades: discernimento de um lado e tendências da mente impulsiva de outro, inclinação espiritual à experiência da prática do silêncio criativo versus mente rebelde e resistente; Alma consciente versus mente ignorante tentada pela natureza da nossa personalidade individualista, e assim por diante. Correto?
Como dissemos, conhecendo a nós mesmos, diminuímos o volume das confusões e dúvidas da mente.
A mente extrovertida atraída pelo mundo dos nomes e das formas, não prioriza o eu interior. Além do mais, desde crianças somos orientados, e muitas vezes até educados a nos voltarmos para o mundo exterior.
Como consequência nossa personalidade poderá tornar-se influenciada por estes aspectos, e com isso perdemos discernimento, compreensão e entendimento, do nosso mundo interior. Está claro?
Quando na experiência espiritual da introspecção despertamos para qualidades inatas de Alma que já estão conosco, paz, amor, harmonia, terão todo o espaço para expandirem e se manifestarem.
A Verdade do Ser Maior Criador Deus, Alma Suprema do Universo torna-se Guia e Mestre.
A experiência espiritual da introspecção será um processo natural, desaparecendo então nossas inseguranças de qual sentimento será predominante entre temperança e ganância; entre desapego e apego; entre perdão e condenação; entre generosidade e egoísmo; entre compaixão e indiferença; entre confiança e medo; e assim por diante.
Felicidade será então vencedora!
Voltaremos ao assunto.
Avaliação: 5 | Votos: 3
Marcos F C Porto – Terapeuta Holístico - Psicoterapia Holística Transpessoal – CRT 44432, Diplomado em ITC - Integrated Therapeutic Counselling, Stonebridge, UK, trabalha auxiliando pessoas na busca da sua essência, editor do OTIMIZE SEU DIA! há 23 anos, autor do livro - Redescobrindo o Eu Verdadeiro, facilitador de Grupos de Reflexão há 20 anos. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |