Ética ambiental
Autor Leandro José Severgnini
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 2/11/2015 5:30:10 PM
Semana passada, tive a oportunidade de fazer uma palestra sobre Ética Ambiental. Pude perceber que este é um assunto que gera desconfortos na maioria das pessoas: primeiramente, porque se analisarmos as condições atuais do meio ambiente, veremos que a situação é, no mínimo, preocupante e, em segundo lugar, porque obviamente todos temos uma certa parcela de responsabilidade pela degradação ambiental, uns mais e outros menos.
Tenho uma tese de que isso ocorre porque o homem ainda não tomou consciência do que o ambiente representa para a vida como um Todo. Pudera, sequer sabemos o que é a Vida! A ciência atual pode, no máximo, falar sobre os mecanismos da vida, suas leis, suas manifestações, etc., mas o que é a Vida em si, ninguém é capaz de falar. Mesmo de um ponto de vista espiritualista temos dificuldades de definir a Vida por meio de palavras. Talvez este seja um segredo que esteja ao alcance apenas daqueles que a experimentarem intuitivamente; impossível alcançar esta compreensão por meio da intelectualidade, mas é justamente isso que a maioria tenta e, por não encontrarem respostas satisfatórias, abandonam a busca, como se não houvesse mais nada para ser descoberto. Mas não creio que esta seja uma conduta coerente. Alguns cientistas chegam ao cúmulo de afirmar que "não há mais nada para ser descoberto".
De fato, é possível que de um ponto de vista material, o conhecimento humano esteja próximo de alcançar o seu apogeu, mas o homem está ignorando que, conhecer as manifestações da vida, não indica que a Vida em sua essência tenha sido alcançada. Isso indica apenas que é hora de o homem mudar o foco de suas buscas e privilegiar a essência espiritual que tudo permeia. De outro modo não creio que possamos falar em preservação do meio ambiente. Discursos, protestos e manifestos que visam a conscientização já existem aos milhares, mas os resultados estão aquém do esperado e, enquanto isso, o planeta sofre e a magnitude da Vida fica comprometida.
A única solução é o despertar da consciência, mas como foi dito, isso não pode ser alcançado por meio de um intelectualismo vazio. É preciso observar e sentir. É preciso compreender que, para esse grandioso fenômeno chamado Vida, não existem distinções. A Vida não privilegia ninguém, é somente o orgulho do homem que o faz crer que nada existe mais elevado que ele e todas as outras formas de vida estão aqui para servi-lo. Não! As árvores não estão aqui para fazerem sombra ou virarem móveis. Os animais não estão aqui para se transformarem em alimentos. Eles estão aqui, assim como nós, para evoluir, amar e ser amado. É preciso olhar essas criaturas de uma forma diferente. É preciso humildade para olhar para si mesmo de uma forma diferente e compreender que não somos obras máximas da criação, conforme nos foi ensinado.
É um exercício relativamente simples. Claro que no início o nosso ego vai protestar, afinal, estamos tirando-o de seu pedestal, mas se queremos que a Vida continue mantendo o equilíbrio e sustentando tudo o que existe, precisamos fazê-lo. E com urgência!
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |