Existe uma escola melhor que a vida?
Atualizado dia 28/07/2020 14:01:12 em Espiritualidadepor Keli Soares
Castañeda tem uma frase boa pra nos ajudar com isso: "Há muitas coisas que uma pessoa pode fazer, em determinado momento, que não poderia ter feito anos antes. Essas coisas não mudaram; o que mudou foi a idéia da pessoa sobre si mesma".
Podemos escolher ficar presos aos sofrimentos do passado ou nos libertar para viver no presente com o que ele pode oferecer. O presente é cheio de possibilidades, está aberto para que possamos vivê-lo e pronto para ser usufruído.
O que a gente faz, então, com os momentos difíceis do passado, com nossas histórias de mágoa que nos acompanham e ficam se repetindo?
Como disse Jung o que a gente mais resiste, persiste... O que fazer para viver o novo, para enxergar as novas possibilidades? Como nos livrar do vício das mágoas guardadas?
Eu não sei onde aprendi isso, mas guardar raiva é como tomar veneno e esperar que o outro morra...
De acordo com Teresa Robles não temos como mudar a história que vivemos no passado, mas podemos mudar nossa história íntima. Podemos acolher a parte em nós que foi magoada e deixar as feridas emocionais cicatrizarem. Achando que estamos nos protegendo, vamos tampando as feridas e deixando-as abertas com medo de sofrer de novo...
Mas isso não ajuda em nada porque nossa mente vai continuar atraindo experiências que nos lembrará a ferida tamponada até que tenhamos coragem de enfrentar a dor e deixar cicatrizar... Cicatrizar não significa deixar que nos magoem de novo; vamos nos lembrar do ocorrido, mas sem dor, com mais força, mais entendimento e sabedoria. "A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional".
Eu sei que às vezes a pessoa vive experiências tão doloridas que fica difícil, sozinho (a) curar as feridas, se esse é o seu caso, procure ajuda de um profissional, você não precisa ficar sofrendo... A gente veio ao mundo para ser feliz... essa é a verdade! Existem muitas técnicas que podem ajudá-lo a reencontrar sua natureza.
Eu tive uma infância privilegiada. Não que não tenha tido problemas e sofrimentos porque tive muitos... Mas somando todas as aprendizagens o saldo foi mais do que positivo. Morei em uma casa com um imenso quintal que tinha o pomar mais rico do mundo. Eu estudava em cima de um pé de jabuticaba. Usava o chão de terra como lousa. Lia as lições e com um pedaço de galho de árvore brincava de ser professora e ensinava o que tinha aprendido na lição. Há pouco tempo, minha amiga Valéria disse que sempre que tinha prova, ela ia lá estudar comigo porque eu ensinava bem...
Neste quintal, eu fiz o velório e o enterro de todos os gatinhos e cachorros que tive e amei. Neste quintal, brinquei de casinha, de teatro, de dar aulas e aprendi as lições mais variadas...
Eu poderia optar por continuar sofrendo pois meus pais brigavam muito, porque me sentia sozinha, porque isso ou aquilo, porque com 9 anos tive reumatismo e tive que fazer um doloroso tratamento com benzetacil até os 18 anos... Tomava uma injeção por semana, cada semana em uma banda do bumbum... Mas ganhei o livro da Pollyanna e adotei a estratégia dela. O quintal era meu refúgio quando a briga era grande. E quando ia toda semana à farmácia tomar injeção ia andando e administrando o medo...
Pensava no começo do caminho... Quando na volta, já estiver aqui, o líquido da injeção já terá se espalhado e não vai doer tanto mais... Andava mais um pouco e pensava... vai passar rapidinho... Vou ter uma semana de folga... Quando eu vir já terá passado... E assim driblei a dor por muito tempo...
Definitivamente, não é inteligente ficar maldizendo a vida... É mais sensato fazer o melhor com o que não foi tão bom, decidir trilhar o caminho do amor, do coração... E isso me lembra de novo Castañeda:
"... Tudo é um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é mais do que um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância. Para ter uma clareza dessas, é preciso levar uma vida disciplinada. Só, então, você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para si nem para os outros, em largá-lo se é isso que o seu coração lhe manda fazer.
Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho, e com propósito. Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se, e só a si, uma coisa. Essa pergunta é uma que só os muito velhos fazem. Dir-lhe-ei qual é: esse caminho tem coração?
Todos os caminhos são os mesmos; não conduzem a lugar algum. São caminhos que atravessam a floresta, ou que entram por ela. Em minha vida posso dizer que já passei por caminhos compridos, mas não estou em lugar algum.
A pergunta de meu benfeitor agora tem um significado. Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer a sua vida. Um o torna forte, o outro o debilita".
Você já se fez essa pergunta hoje? Tem coração o seu caminho?
Se não, escolha trilhar o caminho do amor.
Se uma torcida ajudar, saiba que estou torcendo por você!!!
Abraços no coração!
Keli
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 74
Conteúdo desenvolvido por: Keli Soares Pós-graduada em Gestão de Pessoas; Graduada em Psicologia; Formação na Abordagem Ericksoniana, Abordagem Estratégica; PNL e Coaching. Psicoterapia, hipnoterapia, terapia breve. Analista de PI (Predictive Índex) - Arquitetura Humana - Brasil. Treinamento e consultoria na área de Gestão de Pessoas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |