Extraterrestres, Incas e Machu Picchu - Parte 3
Atualizado dia 10/19/2007 11:08:24 PM em Espiritualidadepor Fernando Tibiriçá
15:45, eu estava almoçando numa estância, ao lado do rio Urubamba, na companhia da guia e do motorista escalados para estarem comigo na minha procura daquele dia. Ao conversar com guias e motoristas pude saber de fatos e acontecimentos não encontrados em livros ou impressos turísticos. Eu era o único passageiro da van e, portanto, as conversas não tinham qualquer censura.
Terminamos o almoço e o meu objetivo era ir para o hotel, não só para descansar mas para ver o brasileirão (futebol) na Globo Internacional. Os programas são os mesmos que assistimos no Brasil, com algumas alterações nos dias. O divertido é ver anúncios brasileiros sobre produtos à venda em Miami, Nova Iorque, Los Angeles e outras cidades. Mas o grande impacto são pastores evangélicos convidando para cerimônias em suas igrejas. Evangélicos na Globo. O que o dinheiro faz!
Voltando para Cusco, já pensando em Machu Picchu no dia seguinte, passamos por outros pontos com ruínas e chegamos ao hotel. Agora era banho e futebol. Viajar sozinho tem essa vantagem: você faz o que quer a hora que quiser. Após o jogo fui comer uma pizza na lenha, num lugar com quatro mesas. O pizzaiolo era um jovem andino que se desdobrava sob o olhar da dona. A pizza foi uma das melhores que eu comi na minha vida. Ao lado da mesa tinha um pote com galhos de arruda. Achei engraçado pois a arruda está presente em todos os lugares que vivo. Ela tem inúmeras “utilidades”. Sugeri que a dona a colocasse num pote maior para seus galhos abrirem. Fui para o hotel me divertir com os anúncios da Globo e a chegada do Fujimori, extraditado pelo Chile. O maior temor dele era morrer envenenado e queria preparar sua comida. Quase liguei para o local onde ele estava detido sugerindo o “garoto da pizza”. Só não sei o que o jovem pizzaiolo iria usar com recheio. Fujimori não é muito querido.
5:30 da manhã do dia 24 eu já estava de prontidão para ir a Machu Picchu. Não tinha tempo para fazer uma das trilhas pois, no dia seguinte eu estaria voltando para São Paulo. Minha “pesquisa” tinha 4 dias de duração e eu estava próximo de alcançar meu objetivo. Tenho programado um retorno para fazer a trilha Salcantay que demora 8 dias no meio da selva da amazônia peruana e proporciona paisagens maravilhosas e desafios contundentes. O trajeto dessa trilha exige mais preparo físico, sendo indicado para os que têm experiência em trekking. De qualquer jeito, escalar montanhas, terrazas ou andenes, caminhar num calor muito forte, subir escadas de inúmeros degraus, a alta altitude e os deslocamentos constantes já testavam minha resistência a um esforço desgastante para um curto período de tempo. Naquele momento, pensei sobre a importância dos três pisos para os incas, sendo o inferior o da serpente, o intermediário do puma e o superior do condor. Tudo sempre presente. Será que tem algo a ver com seres evolutivos e involutivos? Intraterrenos e extraterrestres? Uma buzina me fez voltar a atenção para a van que me levaria até a estação de trem, para o back packer, a caminho de Machu Picchu.
4 horas de viagem, tendo uma vista maravilhosa e a mudança na vegetação e altitude já que Cusco é mais alta que Machu Picchu. O vagão só tinha europeus e asiáticos. Japoneses de todas as idades, mas nenhuma criança. Sentei no lugar determinado. Do meu lado, um europeu, eu imaginava. O trem partiu, de repente parou e voltou de ré. Isso aconteceu por mais duas vezes. Na realidade, o trem tem que embalar na partida, para superar o ponto mais alto e seguir em frente. De qualquer forma, a emoção era grande pois eu estava indo a Machu Picchu onde os espanhóis e Pizarro não tinham conseguido chegar.
O rio Urubamba nos acompanhava e a viagem seguia com os japoneses rindo e fotografando. O homem ao meu lado puxou conversa e logo percebemos que ambos éramos brasileiros. Ele estava percorrendo alguns países da América do Sul e agora iria descer em Ollantaytambo e fazer uma das trilhas até Machu Picchu. Gaúcho, mas morador de Florianópolis, não tinha prazo para voltar e, depois de Machu Picchu seguiria para outro lugar. Comentou que ao chegar a Cusco, caminhando ou de carona, presenciou um forte esquema policial que estaria cercando a cidade para impedir a entrada de pobres, desocupados, indesejáveis em geral e oportunistas que iriam querer enganar os turistas. Por isso é que não vi mendigos e miseráveis nas ruas de Cusco. É possível que compradores de drogas sejam detectados pois os cusqueanos não admitem que as plantações de coca sejam destruídas por razões culturais. Durante a viagem o visual vai mudando. As montanhas sem vegetação, mas mesmo assim lindas por causa do inverno, dão lugar à floresta fechada e aparecem os esportistas e praticantes de esportes radicais. As flores da Amazônia ganham destaque. De repente as montanhas que estão perto de Machu Picchu. A excitação é geral.Texto revisado por Cris
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