Fábula Indiana - Indra e o desfile das formigas, parte I
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Autor Rosemary Rezende
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 3/25/2009 11:00:49 AM
A história indiana de Indra e o desfile das formigas é uma das representações míticas mais delicadas e profundas da continuidade da vida. Ela nos oferece uma grande visão cósmica do fluxo e refluxo de todas as coisas — mas não como uma tentativa de diminuir os sofrimentos da vida, ou de nos prometer recompensas depois da morte. Trata-se de uma visão da verdadeira natureza da eternidade e do tempo. Nessa história, que é longa mas digna de reflexão, até o rei dos deuses é humilhado e levado a conhecer seu papel adequado no grande jogo da vida interminável.Indra, o rei dos deuses, matou o dragão gigantesco que mantivera cativas em seu ventre todas as águas do paraíso. O deus disparou seu raio bem no meio das espirais desajeitadas do monstro, que estilhaçou como uma pilha de juncos secos. As águas se libertaram e correram pela terra, circulando mais uma vez pelo corpo do mundo. Essa enchente é a inundação da vida e pertence a todos. É a seiva dos campos e florestas, o sangue que corre pelas veias. O monstro tinha se apropriado do bem comum, mas agora jazia morto, e a vitalidade havia recomeçado a brotar. Os deuses voltaram para o topo da montanha central da Terra e passaram a reinar lá do alto.O primeiro ato de Indra foi reconstruir as mansões da cidade dos deuses, que tinham rachado e ruído durante a supremacia do dragão. Todas as divindades do céu aclamaram Indra como seu salvador. Exultante com seu triunfo e com a força que agora sabia ter, Indra mandou chamar Vishvakarman, o deus das artes e ofícios, para que ele erigisse um palácio à altura de seu esplendor sem igual.Vishvakarman construiu uma residência brilhante, repleta de palácios, jardins, lagos e torres maravilhosos. Mas, à medida que avançava o trabalho, as exigências de Indra tornavam-se mais rigorosas, e mais ele queria. Ele exigiu mais pavilhões, lagos, bosques e áreas de diversão. O artesão divino, desesperado, pediu socorro do alto. Voltou-se para Brahma, o grande deus-criador, que vivia muito acima da esfera de ambição, luta e glória de Indra. Depois de ouvir a queixa do deus artesão, Brahma lhe disse: — Vai em paz. Logo serás aliviado de teu fardo.Brahma, por sua vez, foi ver Vishnu, o Ser Supremo, de quem era apenas um agente. E Vishnu garantiu que o pedido de Vishvakarman seria atendido.Na manhã seguinte, logo cedo, um menino carregando um cajado de peregrino apareceu no portão de Indra. Tinha apenas dez anos, mas tinha o brilho da sabedoria. O rei dos deuses se curvou ante o menino santo, que lhe deu alegre¬mente sua bênção. Em seguida, o rei dos deuses disse: — Ó venerável menino, dize-me o propósito de tua vinda.A bela criança respondeu: — Ó rei dos deuses, ouvi falar do majestoso palácio que estás construindo, e vim te fazer algumas perguntas. Quantos anos levará para que fique pronto? Que outras proezas de engenharia o deus artesão Vishvakarman será solicitado a realizar? Ó Supremo dentre os Deuses, nenhum Indra antes de ti conseguiu terminar um palácio como será o teu.Indra divertiu-se com a pretensão do menino de conhecer Indras anteriores a ele. — Dize-me, criança, perguntou, são assim tão numerosos os Indras que viste, ou de quem ouviste falar?O menino assentiu com um movimento de cabeça. — Ah, sim, vi muitos deles. E com estas palavras o sangue nas veias de Indra gelou. Conheci teu pai, o Velho Homem Tartaruga, prosseguiu o menino, progenitor de todas as criaturas da Terra. Conheci teu avô, Raio de Luz Celestial, filho de Brahma. E conheço Brahma, nascido de Vishnu, e conheço o próprio Vishnu, o Ser Supremo. Ó rei dos deuses, vi a terrível dissolução do universo. Vi todos perecerem, várias vezes, ao final de cada ciclo. Nesse momento terrível, cada átomo se desfaz nas águas puras da eternidade, de onde tudo se originou. Quem será capaz de contar os universos que desapareceram, ou as criações que brotaram de novo do abismo amorfo das águas? Quem saberá contar as eras que passam no mundo? E quem irá vasculhar as vastas infinitudes do espaço para contar os universos lado a lado, cada qual com seu Brahma e seu Vishnu? Quem há de contar todos os Indras, ascendendo um a um ao reinado divino, e um após outro desaparecendo?Enquanto o menino falava, um cortejo de formigas havia surgido no salão. Como um batalhão militar, elas se deslocavam pelo piso. O menino as notou e riu. Depois, mergulhou num silêncio profundamente pensativo.— Por que estás rindo?, gaguejou Indra, pois a garganta do orgulhoso rei tinha-se ressecado. Quem és tu?O menino respondeu: — Ri por causa das formigas. Mas não posso te dizer a razão, pois é um segredo sepultado na sabedoria das eras, e não é revelado nem mesmo aos santos.— Ó criança, suplicou Indra, com uma nova e visível humildade. Não sei quem és. Revela-me esse segredo de todas as eras, essa luz que dissipa a escuridão
continua em outro artigo
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rosemary Rezende Tecnica Agrícola, Medica Veterinária, Homeopata, Terapeuta Holística. Atualmente trabalhando com Terapia Nexus, massoterapia Indiana, Numerologia Indiana, Florais e Homeopatia E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |