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Inviabilidade da Transcendência do Ego

Atualizado dia 8/27/2012 7:35:56 AM em Espiritualidade
por Marcos Spagnuolo Souza


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O ego não participa da quietude, do silêncio ou da mudez, pois sua essência é movimento, agitação, conturbação, desassossego, ebulição de pensamentos e tipos divergentes de raciocínios. Na tentativa de explicar os aspectos sinérgicos do ego, podemos salientar que do ovo de uma galinha não nasce uma águia, desabrocha sempre uma imitação fiel da galinha, assim sendo, o ego somente gera futilidades, devaneios, alucinações, delírios, ficções e exterioridades.

O ego é uma individualidade medrosa, vivenciando o pavor, o assombramento e a perplexidade, buscando externamente todo tipo de segurança através do poder econômico, social, político e principalmente por intermédio da violência que é o campo de atuação do ego.

A debilidade, prostração e depressão provocada pelos aspectos egóticos leva o ego a se afogar em todos os tipos de divertimentos que penetram pelos seus sensores e se enraizam em sua estrutura. Os sentidos não vão além do alcance espacial e temporal em que o ego está inserido e sua racionalidade não transcende a objetividade limitante do espaço material. As emoções e sentimentos do ego estão relacionados com sua capacidade de vivenciar os estímulos corporalmente. A atividade primordial do ego é a racionalidade convergente e divergente visando dissimular suas limitações criando ou inventando artefatos que possam encurtar o espaço/tempo e principalmente alongar o tempo de vida corporal.
O ego não é convencido por nenhum discurso, conversa, argumento e alegação sobre sua insignificância, vulgaridade, trivialidade e virtualidade. O ego em si é limitado em todos os seus aspectos não tendo condições de visualizar a infinitude, ou em outras palavras, estamos presos na virtualidade sem nenhuma possibilidade de evoluirmos em direção a infinitude.

Perpassando o ego, existe o mundo impessoal sem espaço/tempo/forma e essa onipresença gera dentro do ego e logicamente dentro da estrutura corporal o novo ser que está além de todas as concepções mundanas. Alegoricamente podemos dizer que o dedo de Deus toca o ego gerando em sua entranha o cristo interno, o ser que vai se ampliando absorvendo a infinitude. O desabrochamento do Ser implica na morte do ego. Onde existe luz as trevas deixam de existir.

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