Lei da Ação e Reação



Autor Dante Bolivar Rigon
Assunto EspiritualidadeAtualizado em 06/03/2012 15:51:16
Bom dia
Devido ao tema ser bastante interessante, me proponho a participar no STUM com mais um capítulo do livro No Portal da Magia I ainda não publicado, mas disponível a eventuais Agentes no Site MESA DO EDITOR.
O Capítulo refere-se à Lei da Ação e Reação em um diálogo entre Bolívar e Jonas no belo sítio na serra paranaense. Esse tema será apresentado no STUM em cinco capítulos.
LEI DA AÇÃO E REAÇÃO
Nuvens pesadas começaram a formar-se como a debruçarem-se sobre os cerros. Pareciam estar encalhadas nos picos dos morros, fazendo desaparecer em seu interior as copas das árvores mais altas. O sol obstruído em sua luminosidade dava a impressão de estar mergulhado nela. A paisagem mudou sua coloração de verde brilhante para um opaco sem graça. Os pássaros surpresos e receosos com o espetáculo incomum, resguardavam-se encolhidos nos galhos ou ninhos, esperando a resposta para seus anseios. A vida parecia ter parado em um hiato de tempo, aguardando a iniciativa do escuro visitante.
- É um CB formando-se? - indaguei preocupado.
- Não é provável! Talvez uma inversão térmica tenha comprometido sua sustentação fazendo provocar este fenômeno tão singular.
- Poderá acarretar uma tempestade estando assim tão perto?
- Acredito que não! As cargas de eletricidade estática devem ter sido descarregadas no contato direto com as árvores e pedras, tornando-se inócuas e desmanchando-se certamente. Observe a outra que se forma mais a sudoeste apresentando a forma de bigorna e com faíscas cruzando-a de ponta a ponta. Aquela sim é um CB, e se deslocar ao noroeste com certeza descarregará sua carga atingindo nosso sítio. A outra que nos visita, simplesmente desaparecerá no aguaceiro.
De fato, conforme a previsão de Jonas, a nuvem estendeu-se em direção ao noroeste, desabando sua preciosa carga sobre a propriedade, os montes, vales e campos próximos. Passado o fenômeno, despertou o Sol radiante com se a acordar de um cochilo reparador. O verdor explodiu renovado e a passarada em chilreio coletivo deu o ar de sua graça distendendo o medo e o receio infundado do desconcertante intruso que engolira o Sol.
- A humanidade, - comentou Jonas - tem-se portado como a passarada; basta uma nuvem diferente obstruir a luz do Sol que se refugia em seus medos e receios infundados, antevendo o pior para si mesma. Tão logo desaparece a ameaça, sente-se forte novamente, desafiando a vida nas mais sórdidas e inconseqüentes torpezas.
- Porque ela se comporta assim?
- É a sua maneira de se expressar, de sentir, de se manifestar.
- Sendo a sociedade humana formada por espíritos de idades parecidas, porque a diversidade de condutas, aptidões e pensamentos?
- Voltando à comparação escolar. A diferença de idade entre oito e catorze anos é substancialmente maior do que, digamos, de um adulto entre os quarenta e oitenta anos. Os pequenos estão apenas adentrando o conhecimento das coisas à sua volta. Dos oito aos dez, por exemplo, aprendem pelo estudo, observação e experiência uma gama infinita de novos valores, pois quase tudo é novo e desconhecido para eles. Dos dez aos catorze, além de aprender outros quesitos, amadurecem em seu comportamento, fixando as experiências e ensinamentos adquiridos no decorrer de sua curta existência, sejam eles bons ou maus. Não tendo uma escala paralela de comparação, tudo aquilo que aprenderam e praticaram sem lhes causar prejuízos ou problemas mantém a continuidade automática, desenvolvendo essas aptidões para um ou outro lado conforme as propostas e ofertas, os impedimentos e desencontros, sempre em conformidade com os padrões que a sociedade em que vivem lhes propõe.
- O que faz o indivíduo tornar-se potencialmente mau, se viveu ou vive em uma sociedade onde outros companheiros que a adentraram no mesmo momento, enfrentaram os mesmos desafios, e sentem-se perfeitamente adaptados a ela?
- Há uma infinidade de possibilidades diferentes, mas vamos desenvolver apenas duas, as mais comuns. Nós sabemos que cada grupo social dos incontáveis espalhados por nosso país e pelo mundo, tem sua característica própria. Em uma mesma cidade aparentemente harmônica e seguidora dos mesmos princípios e ideais, há uma quantidade expressiva de grupos sociais homogêneos ou heterogêneos a acomodar um sem número de pessoas que comungam sentimentos ou pensamentos parecidos. Esses grupos no entanto não são herméticos, pois seus participantes podem sintonizar apenas em uma ideia ou relacionamento, divergindo na quase totalidade das outras tendências ou propostas.
- Sem querer interromper, você poderia exemplificar uma dessas situações?
- Sem dúvida! O futebol, por exemplo: as agremiações arregimentam incontáveis entusiastas torcedores, e quando seu time está em disputa é o momento mais importante para eles. Tudo o mais desaparece: as preocupações, os problemas financeiros, as doenças, até a fome. Pessoas que nunca se viram e que vivem condições existenciais às vezes totalmente incompatíveis entre si, unem-se, abraçam-se e vibram como se fossem os mais ardorosos e fraternos amigos. Findo o momento que os uniu, separam-se cada um seguindo sua vida, e se ocasionalmente se encontrarem algum dia nem se cumprimentam ou mesmo se reconhecem. São completamente estranhos. A política partidária, os clubes sociais e as religiões agregam massas de população às vezes substanciosa, se unido apenas em torno de uma ideia, de um sentimento coletivo. A única sociedade que realmente une determinado grupo é formada pela afinidade. Os afins se buscam, se encontram, partilham dos mesmos interesses, das mesmas ideias, mas essa afinidade pode também não ser abrangente, mas movida por interesses ou sentimentos comuns sobre determinada necessidade do corpo ou do espírito[1]. Muitas chegam a ser herméticas e duradouras, pois são as amizades que unem as pessoas ou as famílias, fazendo com que às vezes, se auxiliem mutuamente em suas dificuldades ou deficiências passageiras. São realmente esses grupos que formam a tendência do indivíduo tanto para o bem como para o mal, pois de acordo com seu nível moral, social, econômico e religioso, o indivíduo solidifica e harmoniza suas tendências, sejam elas boas ou más.
- Estando praticamente vinculado a um grupo mantido por afinidades, como o indivíduo evolui, levando em consideração a possibilidade desse grupo ser formado por espíritos com idades diferentes?
Continua
[1] São as chamadas "Egrégoras".









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