Libertando o coração
Atualizado dia 24/04/2014 04:35:54 em Espiritualidadepor Adriana Garibaldi
Ele diz: “Amo-te, não por aquilo que tu és, mas por aquilo que sou quando estou contigo”.
Lindo e profundamente verdadeiro.
Porque existem criaturas capazes de nos transformar pela sua simples presença a nosso lado. Porque o amor, em todos os seus matizes, tem o poder de fazer nascer em nós, aquilo de melhor que em nós existe.
Ele nos tira da dor, preenchendo nossas vidas de bênçãos.
Na presença daqueles seres especiais, um elo de vida é formado, libertando-nos o coração aprisionado pelas experiências dolorosas do passado.
Sentimentos sufocados pelo medo que limitavam nossa capacidade de nos expressar com liberdade, por meio de um gesto espontâneo e profundo de aceitação, fazem com que, também nós, sejamos capazes de nos aceitar e de nos amar por inteiro.
Somos então livres para nos expor, sem medo nem pudor de dizermos tudo aquilo que necessita ser dito.
Um momento de iluminação em que a vida conspira a nosso favor. Colocando em nosso caminho, num processo deliberado de transcendência interna, criaturas especiais que somente por meio de umas poucas palavras e singelos gestos, são capazes de nos estender as mãos e nos resgatar de nossas prisões mais tenebrosas.
Quando isso acontece, ficamos aptos para olhar as nossas próprias sombras e vermos nelas somente um grande sofrimento, uma grande dor. Um medo recalcado que ficou aprisionado, apodrecendo dentro de nós.
Um vínculo de afeto se estabelece nesse momento, de forma inesperada, capaz de limpar tudo aquilo que precisava ser limpo, desbloqueando os nossos canais internos, nos religando à vida.
Vemos que, quando o amor desponta dentro de nós, ele cria os seus próprios processos transformadores, modificando-nos tão profundamente, que nos surpreende e nos fascina. Uma energia que cura, limpa, recupera e renova a alma.
Muitas vezes, carregamos tantas lembranças perturbadoras do passado que se transformam em marcas, SKANDAS, em termos budistas, sulcos que permanecem latentes e que estabelecem conexões indesejáveis com o passado e seus paradigmas emocionais.
Desejamos viver novas relações e novas afeições, no entanto, tememos que elas acabem se transformando em réplicas indesejadas de velhas afeiçoes e velhas relações. Como se estivéssemos condenados a repetir histórias do passado, tal qual um disco riscado. Uma personagem detestada que teima em ficar grudada em nós.
A simples possibilidade de tentarmos nos abrir para uma nova experiência emocional, nos atemoriza. O preconceito com que olhamos aquilo que imaginamos ser, ou significar, um relacionamento entre dois seres, faz com que novas possibilidades acabem tomando a fisionomia em nossa mente de antigos envolvimentos insatisfatórios que fizeram parte de nossa história pessoal. Como se aquelas marcas de dor e de decepção permanecessem presas a nós, irremediavelmente.
Somente uma força muito poderosa pode ser capaz de nos tirar do atoleiro em que as velhas lembranças nos mantém aprisionados.
Nesse momento, então, o amor chega e abre a porta, expondo-nos o coração à luz renovadora dos sentimentos limpos e puros da alma, sem máculas de nenhuma natureza.
E quando nossas defesas, bloqueios e temores caem por terra, começamos a enxergar a realidade à nossa volta com novos olhos. As pessoas mais próximas já não se nos apresentam envoltas numa névoa de desconfiança ou de animosidade.
Vemos o quanto estávamos cegos, mas recuperamos a visão.
O coração guarda os seus segredos e a vida os seus caminhos cheios de mistério. Arrastando pelas águas límpidas do coração os detritos indesejados acumulados pelo caminho, mudando as nossas vidas por inteiro, de dentro para fora e de fora para dentro das nossas almas.
Texto revisado
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