Liberte o sofrimento das vidas pregressas no caminho do Bodhisattwa
Atualizado dia 7/17/2017 3:28:54 PM em Espiritualidadepor Nadya Prado
Esta herança perispiritual caracteriza o padrão vibratório que nos identifica, como uma assinatura energética. Ela nos direciona, somando-se às experiências da vida presente. Por isto as mesmas vivências são elaboradas de formas diferentes em cada pessoa. O que cada um atrai para sua realidade terrena brota do campo vibracional do corpo perispiritual. Toda a interpretação do agora é baseada em experiências passadas, fazendo-nos repetir comportamentos, nem sempre favoráveis.
As peculiaridades da personalidade de hoje devem ser atribuídas ao perispírito e sua carga mental e emocional. Não nascemos como uma folha de papel em branco, uma tábula rasa como considerou a teoria freudiana e a psicanálise. Além desta face que nos encobre, tão bem traduzida por Freud, que nos induz à satisfação pessoal e aos desejos inócuos ou não, temos também um cabedal de preconceitos e conhecimentos, vícios e talentos, que são um arquivo vivo e relevante de nossas outras vidas.
Portanto, o ser humano, além da identificação com a vida terrena, tem sua identidade espiritual. Ela o guia para o renascimento. A reencarnação, como Dalai Lama afirma, é cosequência do karma e das emoções destrutivas que manifestamos no egoísmo, ou da compaixão, sendo esta última, o sentimento altruísta e que está presente no bodhisattva.
As vidas passadas produziram frutos. Suas sementes, recolhidas no perispírito, são trazidas pelo espírito para serem plantadas nesta nova vida, em terra fértil que nos é oferecida hoje. A qualidade das sementes é proporcional ao que plantamos ontem. Carregamos no perispírito uma série de eventos que se fixaram em nossa memória espiritual e muitas vezes temos dificuldade para dissolvermos o campo vibracional que nos prende ao passado. São memórias que podem empacar a experiência presente. O aqui e o agora passam despercebidos, diante do passado com o qual nos identificamos. Isto gera o padrão repetitivo que notamos em nós e nos outros e não sabemos como lidar.
Não temos consciência do quanto nos apegamos com as personalidades que já fomos e incorporamos. Apesar de não lembrarmos, elas estão vivas em nós e podem nos fazer sofrer. Elas nos levam a atitudes estranhas as que desejaríamos e consideramos saudáveis. Algumas vezes surgem sentimentos depressivos, saudade de “não sei o que”, reações emocionais descabidas. Reações por influência do perispírito e de quem fomos.
As dificuldades nos relacionamentos são uma grande prova de que temos muito para nos desfazer do passado. Criamos laços energéticos com aqueles que fizeram parte de outras vidas, entre tantas histórias já vividas. E acumulamos mal-estares que precisam ser diluídos. Reencontramos os espíritos com os quais tivemos problemas e guardamos ressentimentos, que batem forte quando nos vemos frente a eles.
Quantos se questionam sobre a casualidade da vida, por que não há explicação para as adversidades de hoje? Pessoas que buscam viver de forma correta e que olham para um mundo cheio de incoerências. Acontece que acabamos esquecendo de que o tempo vai além e vem de longe. A vida de hoje é apenas um fragmento, uma peça de um enorme quebra-cabeça, tanto quanto a nossa identidade atual. Vemos tanta revolta e falta de entendimento na visão parcial das coisas...
Lançar um olhar diferente para tudo o que assistimos e participamos na vida pode conceder uma visão totalmente diversa da limitada temporariedade terrena. Expandir a consciência de quem somos e qual o nosso propósito traz uma nova perspectiva sobre a realidade e nos tornamos donos dos nossos passos. Todas as dificuldades, fragilidades e sofrimentos são minorados e extintos à medida que o bodhisattwa encontra lugar em nós. Ele nos cura de todos os males da mente egoísta e focada em si mesma.
Para receber o bodhisattwa em seu universo íntimo, dissolvendo as agruras do passado, comece a observar além dos limites do ego. Este ser é o iluminado que há em nós. Ele se torna presente em nosso dia a dia, quando nos conectamos a ele. Torna-nos compassivos diante da vida e do próximo. Segundo Gyalsé Tokmé Zangpo (1297 -1391), mestre da tradição kadampa budista,entre as práticas de um bodsattva ele deve “estudar, refletir e meditar, incansável, tanto de dia, como de noite, sem nunca cair na ociosidade.Para se libertar a si e aos outros deste oceano de Samsara”. Samsara é a roda das reencarnações, o ciclo dos renascimentos.
Vamos, então, vivenciar o caminho do iluminado que transforma a si e ao planeta com sua compaixão e visão integral e sem julgamentos ou revolta. Libertos dos venenos da mente limitada e das emoções destrutivas que ainda carregamos no perispírito. Namastê.
Abaixo segue uma prática de meditação para você começar sua cura e acessar seu bodhisattwa:
PRÁTICA DE CURA E EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA
• Sente-se confortavelmente, lembrando-se de manter a coluna e cabeça eretas.
• Feche os olhos, coloque a língua encostada no céu da boca e faça 3 ciclos respiratórios profundos, inspirando pelas narinas e expirando tanto pelas narinas quanto pela boca.
• Visualize-se pequenino sobre uma régua demarcada em anos. Você está estacionado exatamente na data de hoje.
• Você pode ver a régua e a si mesmo, bem pequenos. À sua esquerda os anos na régua retrocedem e à direita avançam.
• Visualize que você e a régua estão totalmente imersos na escuridão do vazio.
• Solte-se desta régua e se deixe flutuar no espaço vazio.
• Fique por alguns instantes experimentando a liberdade do nada.
• Então, volte novamente para a régua e perceba o quanto o seu ego é pequeno diante da imensidão.
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Psicoterapeuta Transpessoal Técnica Naturopata, com extensão em Psicopatologias Psicanalíticas e Psicossomática Contemporânea., estudiosa dos estados alterados da consciência e transtornos psicológicos, inclusive mediunidade transreligiosa. Atendimentos online no skype Informações e agendamento envie email para [email protected] E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Espiritualidade clicando aqui. |
